Buanna Rosa
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Foto: Octacílio Barbosa |
O atual administrador judicial
da Varig, Wagner Bragança, anunciou que pretende retomar, até outubro, os
pagamentos aos ex-funcionários da Varig, do valor arrecadado com o leilão dos
imóveis, lojas e obras de arte da empresa, realizado em 2015. O montante de R$
70 milhões, dividido entre os credores trabalhistas, estava suspenso por
decisão judicial desde junho desse ano. A informação foi divulgada durante
audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os
desdobramentos da recuperação judicial e da falência da Varig, nesta
terça-feira (15/08).
O pagamento foi interrompido
após a acusação de que alguns beneficiários estariam recebendo duplicado.
“Precisamos avaliar a prestação de contas que foi feita, corrigir os erros e
liberar o retorno dos pagamentos. Embora esses valores sejam apenas uma parcela
ínfima do total que se deve aos credores, certamente esse dinheiro faz falta.
Espero ter condição de, em pouquíssimos dias, analisar o processo para que
seja retomado o rateio”, explicou Bragança.
A ex-comissária de bordo,
Angela Arend, explicou que o valor foi dividido de acordo com a quantia que
cada funcionário teria para receber, sendo o valor máximo de R$ 9.109 por
pessoa. “Esse valor estava sendo descontado da dívida da nossa rescisão. Mas
muitos ainda nem viram a cor desse dinheiro e outros só receberam uma
parte", afirmou.
Falência fraudulenta
O presidente da comissão,
deputado Paulo Ramos (PSol), aproveitou o encontro para questionar Wagner
Bragança sobre a possibilidade da falência da Varig, anunciada em 2010, ter
sido fraudulenta. “Alimento poucas dúvidas quanto a isso. No decorrer do nosso
trabalho vai ficando claro que foram realizadas ações deliberadas para sucatear
a Varig e entregar o patrimônio a alguns cúmplices de sempre”, enfatizou o
parlamentar.
Já o ex-administrador judicial
da Varig, Gustavo Licks, que decretou a falência da empresa em
2010, afirmou que não teve dúvidas quanto a decisão apresentada no
relatório. “Tenho convicção de que fiz um trabalho correto e não tenho medo da
investigação”, declarou.
Bragança disse que ainda não
poderia falar sobre o assunto, mas adiantou que dentro de 80 dias produzirá um
relatório com as circunstâncias da falência. "Eu ainda não tive acesso a
todos os documentos, por isso não tenho como falar do assunto agora. Mas se eu
encontrar algo que não esteja correto vou pontuar no documento”, reforçou.
O deputado Luiz Paulo (PSDB)
propôs aos deputados Chico Machado (PDT), Tio Carlos (SDD), Bebeto (PDT) e
Paulo Melo (PMDB) que também estavam na reunião, que o relatório fosse
apresentado em audiência pública. A decisão foi aceita e a reunião será
agendada.
Termo de Rescisão do
Contrato de Trabalho
O atual gestor também afirmou
que vai receber os ex-funcionários da companhia para tratar do Termo de
Rescisão do Contrato de Trabalho, documento obrigatório na demissão, que muitos
alegam terem recebido em branco. “Não tenho ideia do porquê esse documento foi
entregue em branco, mas o direito dos trabalhadores deve estar reconhecido dentro
do quadro geral de credores. Por isso, sugeri que analisássemos caso a caso”,
disse
O caso Varig
Fundada em 1927, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Varig viveu seu apogeu até a década de 1970, e sangrou com a má gestão e o congelamento de tarifas nas décadas de 1980 e 1990.
Enterrada em dívidas de R$ 7 bilhões, a Varig mergulhou em profunda crise a partir de 2005, quando passou por processo de recuperação judicial, que se arrastou até 2009. A falência foi finalmente decretada em 2010. As demissões começaram em 2006. Além dos funcionários demitidos, muitos aposentados ficaram sem receber seus benefícios, que eram pagos pelo fundo de pensão Aerus.
Fundada em 1927, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a Varig viveu seu apogeu até a década de 1970, e sangrou com a má gestão e o congelamento de tarifas nas décadas de 1980 e 1990.
Enterrada em dívidas de R$ 7 bilhões, a Varig mergulhou em profunda crise a partir de 2005, quando passou por processo de recuperação judicial, que se arrastou até 2009. A falência foi finalmente decretada em 2010. As demissões começaram em 2006. Além dos funcionários demitidos, muitos aposentados ficaram sem receber seus benefícios, que eram pagos pelo fundo de pensão Aerus.
Título e Texto: Buanna Rosa, ALERJ, 15-8-2017
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Do texto acima;
ResponderExcluir“Alimento poucas dúvidas quanto a isso. No decorrer do nosso trabalho vai ficando claro que foram realizadas ações deliberadas para sucatear a Varig e entregar o patrimônio a alguns cúmplices de sempre”, enfatizou o parlamentar."
Como pode haver dúvidas ainda sobre isto ?
Quando o Lula e o "santinho do pau oco" Jose de alencar, reuniram-se com sindicalistas e colocaram como condição "sine qua non" para ajudar a Varig a nomeação de diretores na empresa ,era uma tentativa de fazer o mesmo que foi feito na Petrobrás.
Isto esta claro ,não pode haver dúvidas!
A frase do "santinho do pau oco" ,foi "manda quem pode, obedece quem tem juizo",mais explicito impossível! .
E esta é a particular queixa que tenho daquela senhora, estando presente a reunião ,não virou a mesa quando anunciaram o golpe.
Paizote
Bravo! Paizote!
ResponderExcluirSucatearam sim a Varig e entregaram-na à cartas marcadas!
O interesse de colocar a TAM e seu lugar, na Aviação Internacional, e dar de mão beijado as Rotas Nacionais à Gol, está muito claro, e o PT foi protagonista neste Epílogo da História da Aviação Brasileira!!!
É....
Heitor Volkart