Dizia Carlos Drummond de
Andrade, em seu livro “Sentimento do mundo”, que “há o tempo disso, tempo
daquilo, porém, falta o tempo do nada”. O tempo do nada não existe. Se não
existe, é porque realmente não é de nada.
Em contrário, o compositor
francês Hector Berlioz, autor das calientes “La Damnation de Faust”, “Requiem”,
“Sinfonia Fantástica” e “Lélio”, entre outras obras de arte, batia o pé e
asseverava que “o tempo é o melhor professor. Infelizmente, ele mata todos os
seus estudantes”. Incrivelmente, em dias atuais, essas mortes continuam.
Filho da mesma França, o
imperador Napoleão Bonaparte dizia que “há ladrões que não se castiga. Que nos
roubam o que é mais precioso: o tempo”. Esses ladrões estão ao nosso lado, nos
assaltando o tempo que temos para tentarmos ser felizes. Talvez, por isso, no
dizer de Benjamin Franklin, “o tempo perdido não se encontra mais”. Nem que o
procuremos com uma vela de sete dias acessa.
Penso, entretanto, que o tempo
cura tudo. As dores, os dissabores, os momentos bons e maus. Os instantes que
gostaríamos ficassem esquecidos no tempo. Afinal de contas “nas asas do tempo,
a tristeza não anda. Voa”.
Na canção “Oração ao tempo”,
Maria Gadu, em versos de Caetano Veloso, nos ensina “que sejas ainda mais vivo,
no som do meu estribilho, tempo, tempo, tempo, tempo. Ouve bem o que te digo,
tempo, tempo, tempo, tempo”.
O nosso estribilho, pois, no
vivo do som do nosso tempo, que o tempo, o nosso tempo seja a imagem móvel da
nossa imorredoura eternidade. Que o homem e a mulher de agora, de amanhã e
depois, sejam seus herdeiros, porém, nunca, reféns.
Em conclusão, o tempo não
para. Não estanca. Se renova, se refaz, se rejuvenesce a cada minuto. No
entanto, esse tempo é o mesmo tempo que impede que tudo em nossas vidas, em
nosso dia a dia, aconteça de supetão. Em outras palavras, de UMA SÓ VEZ.
Título e Texto: Carina Bratt, secretária e
assessora de imprensa do jornalista e escritor Aparecido Raimundo de Souza. De
Vila Velha, no Espírito Santo. 1-5-2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-