Aparecido Raimundo de Souza
SE OLHARMOS PARA ESSE BRAZZIL como os médicos que honram a profissão nos
examinam, por uma ótica minuciosamente ectoscópica, chegaremos à conclusão de
que o país está próximo de desaguar nas raias de uma confusão mefistofélica,
tipo esses pandemônios criados de última hora, todavia, sem volta, e sem
regresso. Tudo em face dessas figuras conhecidas como nossos “Candidatos a
presidenciáveis” pretenderem o PODER a qualquer custo, sem medirem esforços
para conseguirem tal finalidade, ainda que ele “o produto final” se resuma em
pisotear barbaramente os que vêm logo atrás. Por tudo o que é mais sagrado: que
porra é essa? A presidência.
A presidência, esdruxulamente falando, se assemelha a uma
pica cornucópia dura e comprida, grande e grossa, onde as putas e os putos
gravitam como um enorme enxame de abelhas em torno de um jardim florido e
abundante na busca líspida dos insumos mais variados para dar vida e sabor ao
milagre do fabrico do mel. Claro, evidentemente, essas ordens das Hymenopteras
super familiarizadas Apoideas e subgrupadas à legião das Anthophilas, são, além
de Apis, melíferas operárias pacienciosas e prestimosas.
Labutam essas artesãs incansavelmente para o nosso bem comum,
enquanto as putas (candidatas) pelejam com uma tenacidade vulvicida e
intransigente para galgarem o cume da fama. Passo idêntico, os (candidatos), se
digladiam como hipógrifos saídos da mitologia Harry Potter, no sentido único de
sentarem seus rabos e exercerem, igualmente posseados, da batuta de mando, a
magia de orquestrarem seus subservientes escudados na força de um estado
“demoniecrático e sem direito”. Nesse epítome, pois, candidatos e candidatas, em
comum, visam unicamente sentirem o jugo vertiginoso da tromba enrijecida.
Da extremidade dessa suntuosa plataforma, esses nossos
ladrões governam rebolando numa sacolejação jamais vista ou imaginada. Essa
tromba valorosa é o nome carinhoso do nosso cargo de rei maior do Brazzil dito
de forma mais civilizada. Civilizada, ou não civilizada, não importa. Estamos,
desde muito, no mato sem cachorro. Antes, até poderíamos imaginar (ficar no
mato sem cachorro). Raciocinem, agora, inversamente caros leitores. Ainda que
hipoteticamente, eles, os cães, desguarnecidos, no mato, se pilhassem sem nós.
Qual seria ou quais seriam as reações?
Sabemos de cor e salteado, que a sacanagem, a foleragem, a
bandalheira e a impudicícia, de mãos dadas com esses vermes, correm a bel
prazer. Contrariam as posições que, num passado próximo, um ontem que víamos
integro, imparcial, justo e correto nos fazia felizes. Em vista dessa baderna
laquicibiante que no Planalto Central se instalou, passamos a ser, sem dúvida
alguma, um território indefeso. Um espaço delimitado dentro da natureza,
completamente sem lei, sem normas, sem direção a ser seguida e sem porto
seguro. Para completar esse quadro lúgubre, distanciamos dos ares benfazejos de
Deus.
O falso supremo que nos comanda (ou melhor, o “Selestino”
i-n-s-e-l-e-t-o que nos espezinha, que nos escraviza, que nos torna
dependentes, que nos acorrenta e agrilhoa) é um deus bestial, estúpido,
grosseiro, violentamente asselvajado, travestido, todavia, de cordeiro em pele
de satã. Em suas mãos dançamos todas as desesperanças imagináveis, tendo em
vista que as organizações políticas que nos monopolizam, não correspondem, em
nenhum momento, e de nenhuma forma, aos anseios mais prementes da raia miúda
como um todo.
A sociedade, lado outro, à farta pelas irresponsabilidades
advindas do Grande Avião Pousado, nos mostra cotidianamente como o desrespeito
às leis e a ordem se acomodou na Capital do País. Não temos um presidente de
verdade, um mandachuva de pulso, de firmeza de caráter. No lugar dele, vemos se
desdobrar um fantoche balborichado, inepto, conduzido por mecanismos estranhos
à desídia do que deveria ser uma administração ascensionalmente desprovida de
qualquer suspeita. A bostela atual, vegeta acobertada por erros grassos. E o
que virá após a sua saída, continuará a feder mil vezes mais acre. Entretanto,
a nos foder, com certeza bem. Presidentes, senhoras e senhores, só servem para
isso. Para nos enfiar uma trolha enorme no final do prolongamento da coluna
vertical.
Vejamos por outra via, situações mais inviáveis. Nossos
representes tanto nas cadeiras da Assembleia como nos assentos do Congresso,
ultrapassaram todos os limites do suportável. De igual forma, os ministros do
STJ brincam professando um linguajar folastricida (trocado em miúdos, um
arrazoamento babilônico e fantasioso), repletados de blábláblás e tititis onde
somente os letrados em escolas superiores conseguem entender. Esses senhores,
capeados em pomposas fardas pretas (lembram urubus pousados em carniças),
soltam, prendem, decidem, brincam de maiorais, de prestigiados de si mesmos,
como se fossem donos da lei, e a Constituição, por sua vez, se fizesse para
eles a píria nascente da eterna síndrome narcisística.
Masoquistas frustrados, esses velhos capitéis (nada a ver com
capitães), não aguentam olhar para os espelhos existentes em seus interiores
talvez, quem sabe, receosos darem de focinho frenteados com o Tinhoso
encapetado chupando manga. Por fim, concluímos que a sociedade está na UTI. O
Brazzil acorrentado, pés e mãos, a um leito de morte numa dessas espeluncas
conhecidas como SUS. O povo não fica atrás. Se pega, vencido, perdido,
desunido, sem saída, padecendo uma emoldura sistêmica qualificada como atetose.
No mesmo peido mal dado, Brazzilia segue tecendo com linhas negras, um
gigantesco painel de sol mortiço, onde os fios deixam entrever um astro peso
esfacelado.
Foi trapaceada a cidade de Niemeyer, pela corrupção ativa,
calcada pelas forças opressoras da ganancia, e pasmem, amadas e amados, currada
como manda o figurino pelo neoliberalismo galopante. Desarticulada de cura em
curto e longo prazo, se debate, embalde, a infeliz Capital dessa Republiqueta,
envolta em malhas de paroxismos espasmódicos. Nessa celeuma toda, o volumoso
contingenciamento de pobres e desvalidos, órfãos e mendicantes continua a nadar
sem rumo num imenso mar proceloso. Sequer há uma ilha salvadora para se
recorrer. Um local seguro para os tiranizados e oprimidos soltarem as suas
estribeiras e voarem rumo ao infinito como pássaros banidos. Em oposto, existe,
em redor desse oceano, um embaraçado de corsários e oportunistas, piratas, a
bem da verdade, cavalgando em nossos pelos deixando a todos os seres viventes,
dementes e sibilinos incapacitados para se alto regenerarem da impactante
síndrome da desgraça anunciada.
Título e Texto: Aparecido
Raimundo de Souza, jornalista. De São Paulo, Capital. 2-10-2018
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