sábado, 27 de outubro de 2018

As crianças vão ser assassinadas para servirem de adubo

Vitor Cunha

Virtude. Virtude por todo o lado. Imensa gente com necessidade de dizer que ama os passarinhos, as crianças, as flores que brotam numa contagiante tarde de Primavera, os pés dos outros no Instagram e a democracia, a verdadeira, a de Lula e Dilma, a de Maduro, a de Costa e Catarina e Jerónimo, a de Galamba, a de Sócrates. É tanto amor pela humanidade, pela empatia, pela ternura do hálito do velho com chagas que, com o fim da austeridade, deixou de morrer sozinho nos corredores dos hospitais. É andar a cavalo em África, sentir-se fresca, sentir-se Evax®, com vontade de jogar ténis e de ir para a piscina porque, com a virtude, uma pessoa pode fazer tudo e a ovulação deixa de ser incomodativa para se tornar numa exultação da liberdade de julgar os outros, os passivos, os que se limitam a viver a vida sem fingirem que esta se assemelha a um anúncio de tampões.

Todas as Marias e Maneis sentiram a necessidade de dizer em quem os brasileiros deveriam votar, talvez porque não terem nada para fazer, talvez por ainda crerem terem algo a dizer sobre o destino da colónia. Aquilo ainda é nosso! Das novelas ao financiamento dos nossos médias, Portugal está mesmo em todo o lado, da irrelevância no rumo da Europa à irrelevância dos portugueses para a aristocracia azeiteira que manda nisto.

Quem não vota Haddad não é boa gente. É só fascistas. Logo, lá vai tudo, em bicos de pés, assegurar que o “eu fragmentado” da solitária angústia em patológica existência nacional não é, ele próprio, o fascista. Do #MeToo para o #EleNão, as serigaitas (que são aves que trepam) asseguram ao circuito do baile de debutantes que prefeririam votar em Lula (acho que usa outro nome, Haddad, que significa “luto” em árabe, e que, infelizmente, não é Polvo) do que no tipo que vai vencer as eleições.

Feitas as contas, o mundo lá continua indiferente a nossa opinião. Deve ser isto, a tal de condição humana.
Título, Imagem e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 27-10-2018

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3 comentários:

  1. Todas as Marias e Maneis sentiram a necessidade de dizer em quem os brasileiros deveriam votar, talvez porque não terem nada para fazer, talvez por ainda crerem terem algo a dizer sobre o destino da colónia. Aquilo ainda é nosso! "Ou não entendi ,ou não gostei do trecho acima!
    Faltou os Vitors nas Marias e Maneis?

    De qualquer maneira há que ser brasileiro, e lamentar que metade do povo, acordará triste na segunda feira.
    E a metade que estiver feliz, deve entender que isto não os faz mais brasileiros do que os outros.
    Teremos pela frente meio Brasil tentando governar , e a outra metade tentando dificultar.
    Acho que só com muito diálogo ... Senão , pobre Brasil!
    Tomara que eu esteja errado...mas tempos difíceis vem aí pela frente
    Independente de quem ganhe o pleito, boa sorte!
    Vai precisar de muita, pois do eleito dependerá o futuro desta amada terra, e seu povo.
    Paizote

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  2. Faltou dizer o óbvio!
    Que o presidente eleito será presidente de todos os brasileiros ,e para estes deverá constitucionalmente trabalhar.
    E a principal tarefa será a de pacificar e unir ,mesmos os adversários na defesa dos interesses dos Brasileiros,
    E aí, todos, sem partidarismos ou revanchismos de parte à parte,
    trabalharem para seu patrão,conforme o ideal democrático...sua excelência o povo!

    Paizote

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  3. Francisco Assis: "Se houver ameaça real à democracia brasileiros sairão às ruas"
    Eurodeputado socialista Francisco Assis está em São Paulo a convite do Partido dos Trabalhadores para acompanhar a segunda volta das eleições presidenciais, deste domingo, no Brasil.

    Outro idiota from Portugal! Os brasileiros estão de olho como os políticos, politiqueiros, militantes de esquerda e de extrema-esquerda, acantonados nas redações, têm panfletado contra o candidato que a MAIORIA do povo brasileiro VOTARÁ!

    Como luso-brasileiro, chegado nesta manhã ao Rio para votar (e tratar de outras burocracias pessoais), tenho vergonha de toda essa cambada de 'democratas de meia-tigela' como sói acontecer com esquerdistas e esquerdeiros!

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