William Waack, em artigo no Estadão [para assinantes], fala da incompreensão dos estrangeiros sobre
o tsunami bolsonarista.
Boa parte da imprensa fala em
fascismo e prenúncio de “tempos duros”, enquanto os investidores questionam se
Jair Bolsonaro poderá “entregar” as reformas necessárias.
“O ‘fenômeno político
Bolsonaro’ atraiu enorme atenção fora do Brasil – e dificuldades de
interpretação idem. O mínimo denominador comum encontrado entre publicações
normalmente divergentes entre si (como The Guardian ou The Economist),
por exemplo, foi o de ressaltar perigos severos à democracia. A palavra
“fascista” aparece em publicações como Der Spiegel, revista
importante num país no qual esse vocábulo tem peso muito especial.
Mesmo o Financial
Times, que provavelmente tem a melhor cobertura do Brasil na grande
imprensa internacional, vê na figura de Bolsonaro o prenúncio de tempos duros –
a inversão de uma tendência, segundo o FT, que o Brasil também simbolizara ao
sair do regime militar há mais de 30 anos.
Para comediantes da telinha
americana como John Oliver, a eleição brasileira virou piada pronta, com a
exibição das aberrações de propaganda eleitoral produzida por candidatos a
deputado, passando por Lula na cadeia (aqui fora se acha mesmo piada que um
presidiário surgisse como favorito nas pesquisas eleitorais) e chegando até
algumas das frases mais contundentes de Bolsonaro – aqui, segundo o humorista,
acaba a graça.
A ‘guerra cultural’ brasileira
invadiu também o espectro de opiniões nos Estados Unidos, com o Wall
Street Journal reconhecendo em editorial que progressistas no mundo
inteiro ingressaram em ‘estado de ansiedade’ desde que os brasileiros deram
votação tão expressiva a Bolsonaro. Mas não será o próprio eleitor brasileiro
que sabe melhor que ninguém de qual candidato precisa?, indagou o WSJ.
Quanto aos investidores
estrangeiros, concentrados em grande número em Nova York, a política brasileira
se resume a uma pergunta: “Can he deliver?” – Bolsonaro consegue entregar o que
precisa ser feito, na perspectiva de quem pretende pôr dinheiro no nosso país,
ou seja, ele consegue as reformas necessárias para atacar a questão do gasto
público e a recuperação da capacidade de investimento na economia?”
Título e Texto: o antagonista,
11-10-2018
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