José António Rodrigues Carmo
O Comité internacional da
Bempensância gramsciana entretém-se, nos últimos tempos, a berrar a sua imensa
indignação moral pela deplorável intenção do povo brasileiro. Parece que mais
de cinquenta milhões de subhumanos, como já li por aí, na boca de
"defensores do povo", se aprestam para votar em um candidato que não
agrada à esquerda "esclarecida", nem faz questão disso.
Bolsonaro considera que os
comunistas são um irreconciliável inimigo da liberdade. Eu também, by the way.
Bolsonaro é crente e di-lo
abertamente.
Bolsonaro parece acreditar em
valores que situam o indivíduo acima de engenharia sociais.
Para além de outras coisas
parvas que o acusam de ter dito, (e eu ignoro se disse ou não, cada vez
acredito mesmo nos flautistas de Hamelin de uma imprensa escandalosamente
enviesada) estas opiniões é que são mesmo intoleráveis e é por isso que o homem
leva o tratamento completo: fascista, xenófobo, racista, homófobo,
supremacista, neoliberal, machista, etc, etc.
Na semana passada era o
Kavanaugh, na semana anterior a essa, o Salvini, daqui a duas semanas, haverá
outro ogro verde, mau e imaginário a quem apontar o dedo, berrar, chamar nomes
e rasgar as vestes de indignação, raiva, desprezo e ódio.
Vai ser o fim do mundo, vem aí
a desgraça e o fim da liberdade.
Ora onde a liberdade está
mesmo em perigo, não é nos EUA, nem na Hungria, nem na Itália, nem no Brasil,
onde a vida democrática segue normal, apesar dos berros das Cassandras.
Onde ela está mortalmente
ferida é na Venezuela, na China, em Cuba, na Nicarágua, na Coreia do Norte,
etc.
Onde ela está em perigo é nos
países onde o estado aplica políticas socialistas que colocam a população na
dependência do estado, no "Caminho da Servidão" de que falava Hayek.
A dependência, sabemo-lo todos, leve sempre à submissão e à obediência.
Onde está em perigo é em
países como Portugal e Espanha, onde governam políticos que o povo objetivamente
rejeitou.
Título e Texto: José António Rodrigues Carmo, Facebook, 14-10-2018
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