Regra foi criada em janeiro, mas só passou
a valer em julho e também afeta pessoas consideradas expostas politicamente,
que agora vão até parentes de segundo grau de políticos
Roberta Ramos
Desde 1º de julho, quem
precisar sacar mais de R$ 2 mil terá de deixar nome e CPF registrados no banco,
segundo circular do Banco Central [foto].
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Foto: Leonardo Sá/Agência Senado |
Foi o que ocorreu com uma
fonte ouvida por Oeste, que precisou retirar dinheiro para uma
viagem e foi questionado pela caixa do banco qual era a finalidade do saque.
“’Qual a origem do dinheiro?’. Fiquei perplexo e respondi ‘da minha
conta corrente’. ‘Não serve’, disse ela, ‘aqui há sugestões do Banco Central’,
mostrando uma lista. ‘Serve prestação de serviços?’. Topei. ‘E aonde vai
gastar?’. Senti-me na Coreia do Norte!’, relatou.”
Caso o cliente se recuse a
prestar as informações, terá a recusa anotada e o BC utilizará “procedimentos
de monitoramento, seleção e análise” dos bancos, para a detecção de casos
suspeitos.
Os bancos são obrigados a
manter o registro de todas as operações realizadas no país.
Novas regras para
políticos
Nas novas regras, que foram
criadas em janeiro após consulta pública, apesar de só entrarem em vigor agora,
o BC também expandiu o rol de pessoas consideradas expostas politicamente
(PEPs).
Elas devem ser acompanhadas
mais ativamente para a descoberta de eventuais irregularidades.
Deputados estaduais e
vereadores e integrantes de conselhos superiores passaram a integrar essa
lista, além de parentes de primeiro e segundo graus dos mesmos.
De acordo com o BC, a nova
circular aumenta o número de PEPs em 100 mil pessoas.
Melhor comunicação
com o Coaf
O BC pretende ter uma
comunicação mais efetiva com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) com a nova regra e espera elevar a responsabilidade da instituição, com
a melhoria das informações.
As instituições também ficaram
obrigadas a implementar procedimentos destinados a conhecer seus funcionários,
parceiros e prestadores de serviços terceirizados, incluindo procedimentos de
identificação e qualificação, segundo o Banco Central.
Em 2021, o Grupo de Ação
Financeira (Gafi) vai avaliar o modelo brasileiro de prevenção ao financiamento
do terrorismo e o modelo brasileiro contra lavagem de dinheiro.
As novas regras objetivam
aproximar as normas e legislação de adesão à Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Título e Texto: Roberta
Ramos, revista Oeste,
9-7-2020, 15h50
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