Jean-Patrick Grumberg
Kusi Kimani [foto] ficou chocada no mais profundo dela mesma e da sua identidade quando viu que um sutiã Marks & Spencer castanho estava anunciado como de cor “tabaco”, enquanto as nuances mais claras do produto eram chamadas de “canela” ou “achocolatado”.
Marks & Spencer se desculpou imediatamente após ter sido acusada de “racismo oculto” pela jovem senhora a propósito das cores de sutiãs.
Kusi Kimani descobriu no site da loja um sutiã castanho chamado de “tabaco.
Ela se queixou que o sutiã tinha conotações negativas, pois que palavras mais positivas eram utilizadas para as cores mais claras.
A senhora Kimani declarou ao Mirror Online:
« Eu vi isso duas semanas depois da morte de George Floyd e foi particularmente doloroso ver isso naquele momento.
Por que não usar cacau, caramelo ou chocolate – sobremesas doces? Não, eles usaram tabaco. Fiquei chocada quando vi.
É ofensivo para mim e para as minhas amigas. Se uma jovem que já se sente desconfortável com a cor da sua pele vê a publicidade, ela se sentirá ainda pior.
Cada semana este site mostra que o racismo vive uma semana mais, e uma jovem pode vê-lo e se sentir mal para o resto da sua vida.
O fato de ver que o ‘tabaco’
está ligado à sua cor de pele lhes causará o sentimento de serem indesejáveis
na sociedade. O tabaco é considerado pela sociedade como mau, não saudável e
suscetível de matar – ‘fumar mata’.
Isto é um exemplo de como os preconceitos estão arraigados na sociedade e alimentam o racismo, quer seja manifesto ou dissimulado. Neste caso, trata-se de uma forma de racismo dissimulado”.
A loja comprometeu-se a retirar este nome e se desculpou por não ter agido mais cedo.A maricas (chochotte) venceu. Ela ou outros militantes vão poder acirrar a repressão à nossa maneira de pensar, viver, ver.
Título e Texto: Jean-Patrick Grumberg, Dreuz.info, 20-8-2020
Tradução: JP
Inacreditável!
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