Presidente reforçou que prerrogativa do
tratamento é dos médicos
Andreia Verdélio
O presidente Jair Bolsonaro
recebeu hoje (24), em evento no Palácio do Planalto, um grupo de médicos que
defendem o tratamento precoce da covid-19 com o uso da hidroxicloroquina.
Durante a cerimônia, Bolsonaro fez um retrospecto sobre as decisões do
Ministério da Saúde a respeito do protocolo de tratamento da doença e lembrou
que é o médico que tem a prerrogativa para a prescrição de medicamentos.



Até o mês de maio, o
ministério orientava o uso da cloroquina e hidroxicloroquina em casos graves e
apenas em pacientes hospitalizados. Nesta segunda-feira, Bolsonaro elogiou a
atuação do ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, que mudou o protocolo,
incluindo a possibilidade da prescrição do medicamento em casos com sintomas leves. Para isso, o paciente
deve concordar com o tratamento, com a assinatura do Termo de Ciência e
Consentimento.
“Pazuello resolveu mudar a
orientação e botou [a possibilidade de receitar] em qualquer situação, de modo
que o médico pudesse ter sua liberdade”, disse o presidente.
Em abril, o Conselho Federal
de Medicina (CFM) emitiu parecer em que não recomenda o uso
da droga, mas autoriza a prescrição em situações específicas, inclusive em
casos leves, a critério do médico e em decisão compartilhada com o paciente. A
hidroxicloroquina é, originalmente, indicada para doenças autoimunes, como
malária, lúpus e artrite reumatoide.
Ao atualizar as orientações para o uso dos medicamentos contra
covid-19, o Ministério da Saúde alertou que não há evidências científicas de
que a hidroxicloroquina e a cloroquina sejam eficazes contra a doença, mas
considerou a existência de estudos e a larga experiência do uso das drogas a no
tratamento de outras doenças infecciosas e de doenças crônicas no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS).
Em audiência pública no
Congresso, o ministro Eduardo Pazuello, disse, recentemente, que os estoques de
hidroxicloroquina para auxílio no tratamento da covid-19 estão zerados no país. Ele destacou que não vê nada
de errado em questionar o uso do fármaco para esse fim, mas lembrou que a
hidroxicloroquina é demandada pelos estados e municípios ao Ministério da Saúde
e que o uso é a critério médico.
A Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a venda sem receita de medicamentos como
cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina, esses dois últimos
também utilizados no tratamento de covid-19. O objetivo das novas regras é
impedir a compra indiscriminada dos medicamentos e garantir estoques destinados
aos pacientes que já têm indicação médica para uso desses produtos.
Título e Texto: Andreia
Verdélio; Edição: Pedro Ivo de Oliveira – Agência Brasil, 24-8-2020, 14h52
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