Líderes partidários atuam para que veto
seja mantido, informou
Heloisa Cristaldo
O presidente da Câmara,
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) [foto], defendeu nesta quinta-feira (20) a
manutenção do veto presidencial que congelou salários de servidores públicos
federais durante o período da pandemia da covid-19. Ontem, o dispositivo foi derrubado em sessão do Senado.
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Foto: Najara Araujo/Câmara dos Deputados |
“Nós entendemos que esse veto
é muito importante a sua manutenção, para que a gente possa dar uma sinalização
clara que nós queremos, claro, atender a estados, atender a municípios, atender
à sociedade, mas tudo dentro do equilíbrio fiscal”.
Deputados se reúnem nesta
tarde, a partir das 15h para retomar a análise de vetos do presidente da
República, Jair Bolsonaro. Ontem, parlamentares analisaram uma série de vetos
presidenciais a leis aprovadas pelos parlamentares. Na ocasião, congressistas
também derrubaram o veto ao uso de máscara em escolas e
comércio.
Segundo Maia, líderes
partidários estão atuando para que o veto ao congelamento de salários dos
servidores seja mantido. Caso o veto seja mantido na Câmara, a concessão de
reajustes fica proibida até dezembro de 2021. Se houver a decisão de manter a
derrubada proposta pelos senadores, o reajuste é liberado e ficará a critério
de prefeitos e governadores.
“Estamos trabalhando para que
a gente consiga, na tarde de hoje, manter o veto. Não tem nada contra o
servidor, muito pelo contrário. O projeto de lei aprovado com esse artigo, ele
só tinha um objetivo: garantir aos prefeitos e aos governadores todas as
condições para pagar os salários dos servidores públicos”, disse Maia. “A
derrubada desse veto, quais são as consequências? Nós não sabemos. Nós temos
muitas medidas provisórias que podem ser afetas com o resultado negativo dessa
votação. Porque essa economia ela faz parte de todo planejamento que o governo
fez junto com Congresso Nacional”, completou.
Reajuste
O presidente Jair Bolsonaro
também criticou a derrubada do veto nesta
quinta-feira. Para ele, a medida torna “impossível governar o país”.
“Ontem [19], o Senado derrubou
um veto que vai dar um prejuízo de R$ 120 bilhões para o Brasil. Então, eu não
posso governar um país. Se esse veto [derrubada de veto] for mantido na Câmara,
é impossível governar o Brasil. É de todo mundo a responsabilidade de ajudar o
Brasil a sair do buraco”, disse a apoiadores ao deixar o Palácio da Alvorada.
Bolsonaro sancionou em maio a
lei que trata da ajuda financeira a estados, municípios e o Distrito Federal
para o combate aos efeitos da pandemia do novo coronavírus (covid-19), e que
também prevê que os servidores públicos deverão ficar sem reajuste até o fim do
ano que vem.
Na ocasião, ele vetou ainda a
possibilidade de deixar algumas categorias de fora desse congelamento, como
trabalhadores da educação, saúde e segurança pública, servidores de carreiras
periciais, profissionais de limpeza urbana e de serviços funerários.
Título e Texto: Heloisa
Cristaldo; Edição: Maria Claudia – Agência Brasil, 20-8-2020, 14h40
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