Vasco da Gama fez boa partida contra o Palmeiras, mas falha de Hugo Moura faz time perder mais uma no Brasileiro
Altair Alves
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Foto: Mateus Bonomi/AGIF |
O Vasco fez um jogo de muita
entrega física, mas entregou a partida no erro bobo de Hugo Moura na saída de
jogo.
A atuação do Vasco no Mané
Garrincha foi digna de um time que merecia, ao menos, pontuar contra o
Palmeiras. Parece contraditório, mas a ausência de Coutinho e Vegetti mostrou
que o time é mais intenso sem bola e mais “encorpado” sem os dois principais jogadores
do elenco. Mas a falta dos dois em campo também mostrou por que eles são tão
decisivos, já que o Vasco criou chances, mas não as converteu em gols, muito
por falta de qualidade no ataque.
Primeiros 45 minutos bons e
criação de chances
O Vasco fez um bom primeiro tempo contra o Palmeiras. Com um time mais veloz e móvel na frente, a equipe atacava e defendia com todos os dez jogadores de linha. A equipe se armava em um 4-3-3 no ataque, com Loide e Rayan abertos nas pontas e Nuno Moreira de falso 9. O meio de campo tinha uma trinca com Hugo preso entre os zagueiros, com Tchê Tchê e Mateus Carvalho por dentro.
Sem a bola, o Vasco se
defendia em um 4-4-2, com a segunda linha sendo formada por Loide na esquerda,
Tchê Tchê na direita e Hugo e Cocão por dentro. O time de Felipe tinha um meio
de campo mais combativo e tinha velocidade para explorar contra-ataques. Nos
primeiros 15 minutos, chegou bem ao ataque com essa postura.
A primeira chance foi com
Lucas Freitas pelo alto, aos sete minutos. O zagueiro cabeceou por cima do gol
em uma cobrança de falta levantada na área. Perto dos 15 minutos, foram duas
chances com Loide Augusto. Paulo Henrique cruzou na medida para o atacante, que
hesitou em finalizar e não chutou nem dominou a bola. Depois, Piton deu ótimo
lançamento para o angolano, que correu, se enrolou com a bola e tocou bem para
Rayan, que finalizou em cima de Weverton.
Alguns dos problemas
defensivos do Vasco se mantiveram. O da saída de bola com os volantes não foi
solucionado com a entrada de Mateus Carvalho, que ganhou chance na vaga de
Jair. A bola parada defensiva seguiu assustando, e o Palmeiras levou muito
perigo em cabeceio de Bruno Fuchs, em jogada ensaiada em escanteio.
Mesmo assim, a chance mais
clara do primeiro tempo foi de João Victor, nos acréscimos, quando Weverton
falhou, e João Victor encobriu de canhota o goleiro do Palmeiras. No entanto,
Giay apareceu em cima da linha para tirar o gol do Vasco.
Segundo tempo sem recursos
e com erro determinante
Além dos gols desperdiçados, o
Vasco sofreu duas baixas no primeiro tempo. Lucas Freitas e Loide, dois dos
melhores jogadores do time na etapa inicial, sentiram dores e foram
substituídos por Luiz Gustavo e Garré. Se o zagueiro foi seguro na defesa, o argentino
não manteve o nível no segundo tempo, e o time de Felipe perdeu a velocidade e
o escape para o ataque.
Logo no início, Martínez
assustou o gol do Vasco com um chute de fora da área, que parou em grande
defesa de Léo Jardim. O jogo era equilibrado até o erro determinante de Hugo
Moura. A equipe treinada por Felipe fez a saída com um jogador de linha durante
toda a partida e furou a pressão do Palmeiras em diversas jogadas.
No entanto, no lance do gol de
Vitor Roque, Léo Jardim que cobrou o tiro de meta e só rolou para Hugo Moura. A
saída de jogo desta forma não fez sentido, uma vez que nas outras jogadas, um
jogador de linha cobrava para o goleiro e se apresentava para jogar. Com Jardim
atrás de Hugo, o Vasco perdeu um jogador na área para sair curto. Luiz Gustavo
estava pressionado, e João Victor longe da área. Hugo Moura se enrolou com a
posse e entregou a bola dentro da área para o Palmeiras marcar.
Na comparação das duas imagens
(acima e abaixo), é possível ver que no primeiro tempo, o Vasco povoava a
própria área para sair jogando e estava em superioridade numérica, o que não
aconteceu no lance do gol. Erro de leitura de Hugo, que deveria ter abandonado
a ideia de sair curto sem opções.
Atrás no placar contra um time
superior, o Vasco precisaria correr o dobro e ter mais qualidade ainda no
ataque para empatar ou tentar virar a partida. Mas é neste ponto que um
problema recorrente do time volta à tona. A equipe não tem opções no banco de
reservas e precisou recorrer mais uma vez a Garré e Alex Teixeira no ataque. No
meio, Adson e Paulinho ainda estão longe de serem os jogadores de outros
tempos, depois de voltarem de lesão.
Um jogo que era para terminar
em um empate, foi comprometido por uma falha e por poucas peças no banco de
reservas. Algo que poderia ser escrito em qualquer análise de derrota do Vasco
em 2025, porque o roteiro tem se repetido a cada revés.
Dos nove gols sofridos pelo
Vasco no Brasileirão, seis foram “dados” pelo próprio time vascaíno. Com tantas
falhas na defesa e sem muitas opções no ataque, o clube de São Januário não tem
margem que permita erros constantes. Assim, fica muito difícil competir por
coisas grandes no campeonato.
A cada gol bobo sofrido pelo
Vasco, o torcedor vascaíno lembra do gol entregue por Paulinho contra o Santos,
dos erros de Jair, Jardim e João Victor contra o Corinthians, do gol contra de
Hugo Moura contra o Sport e dos erros de João Victor contra o Ceará.
E o aproveitamento de sete
pontos conquistados em 21 possíveis já mostra a realidade ao Vasco. Enquanto um
jogo e outro passa, neste calendário alucinante do Brasil, o clube já chega à
sexta partida seguida sem vencer — em quatro delas, sequer balançou as redes.
O Vasco mostrou que é possível
— e talvez até mais útil em determinados cenários em que não terá tanta posse
de bola — jogar sem Coutinho e Vegetti os 90 minutos. Mas será impossível jogar
cometendo tantos erros decisivos no jogo. Os outros times quase não erram
contra o Vasco, e o Vasco erra contra todo mundo.
Título e Texto: Altair Alves, Vasco Notícias, 5-5-2025
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