quinta-feira, 16 de outubro de 2025

[Daqui e Dali] A decadência da civilização

Humberto Pinho da Silva

Disse no final do século XX, na conferência que realizou na Fundação do Século XXI, Agustina Bessa-Luís [foto]: "Estamos a entrar num século vazio de culpa, naturalmente esterilizado, a ponto de a piedade ser abolida." Não só a piedade, mas também a Moral e a Educação. 

Não sou leitor assíduo de Fernando Pessoa, embora lhe reconheça valor. Mas não concordo com muitas das suas incongruências, alucinações e patológicas maneiras de ser e de se exprimir

Todavia, parece-me que alguns dos seus versos são indignos de aparecer em seletas escolares, como foi o caso do "Encontro", destinado a alunos do 12º ano, em que foram substituídos por tracejados versos de linguagem inapropriada.

Diziam o seguinte: “Os automóveis apinhados de pândegos e de putas", "E cujas filhas de oito anos - e eu acho isto belo e amo”, "Masturbam homens de aspeto decente, nos vãos de escadas" - segundo noticia publicada no "Jornal de Notícias", de 15 de janeiro de 2019, pág. 7.

Só a decadência a que chegamos é que permite a publicação de poemas desses, em seletas escolares!

Certo é que os versos foram substituídos por tracejados, mas, por isso mesmo, despertam ainda mais a curiosidade dos jovens.

O que acabam de ler serve perfeitamente para se avaliar, não só o que dão a ler aos nossos jovens, mas para se verificar o nível moral a que se chegou!

Billy Graham, referindo-se ao efeito nefasto que o ambiente provoca, lembra em "Wod Aflame": "Procuramos pensar, agir e falar, como o fazem aqueles em torno de nós; um dos nossos temores mais arreigados é nos considerarem ‘estranhos’, gente ‘de Fora’ do grupo".

Sente-se igualmente, que a classe política se degrada, pela forma de se exprimir, pelo vocabulário torpe, que usa e, até, pelas ideias, que alguns defendem.

Há falta de estadistas e políticos que inspirem respeito pelo porte e modo de agir; e não acontece só no nosso País, mas, infelizmente, em quase todas as nações.

Augusto Cury, em "O Mestre da Sensibilidade”, (Edição Dom Quixote), escreve: "Ao que tudo indica, as pessoas do século XXI, serão menos criativas do que do século XX. Há no ar um clima de denúncia, que os seres futuros, serão repetidores de informações, e não pensadores."

Essa decadência, a meu ver, é principalmente a da Moral e a da Educação – porque nos conduz à destruição da família e valores que sempre enobreceram o nosso povo, e nos vai levar ao que disse Mário Quintana: "O que me impressiona, à vista de um macaco, não é que ele tenha sido nosso passado; é este pressentimento de que venha a ser o nosso futuro."

Título e Texto: Humberto Pinho da Silva, outubro de 2025

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