Em artigo publicado
hoje no Estadão, o jurista Miguel Reale Júnior apontou o verdadeiro culpado por
"tudo isso que está aí": Lula! O advogado diz:
Lula, o Macunaíma, tergiversador, que ora se disse traído pelos mensaleiros,
ora passou a mão na cabeça dos aloprados, é o responsável pelo clima
deliquescente em que está imerso o Brasil. Fortalece-se, agora, a reação à
esperteza como um valor: pede-se moralidade e as pesquisas eleitorais mostram
dobrar o número de indecisos, começar a queda de Lula e surgir a figura de
Joaquim Barbosa, homem probo, franco, alheio a malabarismos malandros.
O exemplo vem de cima. Após
tanto tempo de salvo-conduto que Lula gozou com infindáveis escândalos vindo à
tona, o clima de anomia se instalou no país. Esse tipo de coisa acaba se
espalhando para a sociedade como um todo. Claro que Lula não inventou a
corrupção, mas nunca antes da história deste país ela ficou tão escancarada com
o líder máximo do governo totalmente blindado da sujeira. O efeito Teflon se
esgotou. Reale diz:
Deve-se ao julgamento do
mensalão e ao ressurgimento da inflação a disseminação da revolta diante da
situação moral e econômica do País. Atos de protesto reúnem diversos
descontentes, sem propósitos idênticos, próximos apenas no inconformismo. Há um
estado de anomia, de negação de legitimidade dos Poderes instituídos que leva a
atender à chamada ao protesto como forma de expressar a descrença nos canais
formais de representação da vontade popular: partidos, Congresso e governo.
Outro fator importante foi o
contraste entre a situação real, cada vez manos favorável, e o discurso
ufanista, propagandista, enganoso do governo. Enquanto o povo sentia a dor da
inflação crescente, do caos urbano, o governo repetia que tudo estava
incrivelmente fantástico. Em algum momento a dissonância cognitiva cessa. Reale
aborda a questão:
A anomia decorre da
frustração em vista da impossibilidade de satisfação das expectativas criadas
de realização pessoal. Prometeu-se o acesso ao consumo, pela concessão de
crédito e graças ao aumento salarial, alimentando desejos já exasperados pela
propaganda, mas a inflação e o endividamento desfazem a promessa. Prometeu-se
democracia como probidade e surge o mensalão. Prometeram-se condições dignas de
vida com eficiente atendimento no transporte, na saúde, na educação, mas a
realidade revela só o descaso dos donos do poder.
A reação do governo até aqui
tem sido errática, populista ou aproveitadora. Reale apresenta uma agenda
alternativa:
A agenda imediata poderia
ser: diminuição do número de ministérios, redução drástica dos cargos em
comissão na administração direta e nas empresas estatais, nomeação de técnicos
para diretores dessas empresas, desaparelhamento do Estado, registro dos cabos
eleitorais remunerados, dotação de meios para a Justiça e o Ministério Público
Eleitoral fiscalizarem e reprimirem o uso de caixa 2 nas campanhas, proibição
de fornecedoras e prestadoras de serviço ao governo contribuírem para campanhas
eleitorais, assegurar verbas fixas para emendas parlamentares sem troca de voto
por liberação de meios. Quebram-se fontes da corrupção e pode vir a seriedade.
Mas sabemos que isso não vai
acontecer. A presidente Dilma é criatura de Lula. Foi ele quem a colocou no
poder, e atrelou o resultado de sua gestão ao seu próprio nome. O sucesso de
Dilma seria o sucesso de Lula, e o fracasso dela seria seu fracasso. Tivemos o
fracasso. E agora não adianta Lula se fingir de morto, fugir para a Europa,
ficar calado: ele é o grande culpado disso tudo. Suas impressões digitais estão
em todas as cenas do crime. Quem pariu Mateus, que o embale!
Título e Texto: Rodrigo Constantino, 06-07-2013
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