segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Acabei...

... de ler. 

Adorei o livro. E recomendo vivamente a todos aqueles que queiram perceber (e vislumbrar saídas) as causas da crise econômico-financeira em Portugal. E não só.
Um livro sem partido, sem ideologia e, muito menos, veneno.
Um livro escrito com transpirada vontade de explicar – não justificar.
Um livro escrito por um português que ama o seu país, como outros milhões, mas não tem medo de emigrar, como outros milhões, porque entende e prega a qualificação, antes de tudo – nada a ver com licenciamentos em faculdades que nada agregam a não ser “títulos” de doutor…
Um livro escrito por um verdadeiro lutador.
Enfim, um livro escrito por alguém que não quer ser embromado por “comentadores” e “comentaristas”…
Foi um grande presente do meu filho, nora e netos no meu aniversário.

Não assisto mais à televisão portuguesa, fico sabendo da "atualidade" via as capas dos jornais do dia e através dos blogues que sigo... este livro veio ao encontro, em cheio, do que penso e julgo sobre Portugal e os "portugueses". Para os que ainda assistem à televisão portuguesa, especialmente ao canal público – um aparelho da esquerda – tenham a coragem de ler o livro!
Depois, podem vir, se coragem tiverem, nos esclarecer onde está e qual é a verdadeira 'corja' nacional

“Num excelente artigo da revista Visão, de 14 de junho de 2012 sobre a ADSE (publicado seis meses antes de o Partido Socialista quase ter entrado em implosão porque um dos seus dirigentes, Álvaro Beleza, defendeu o óbvio, a necessidade da extinção da ADSE), esta realidade ficou bem descrita:
(…)
Porque é que a ADSE, um sistema garantido e pago pelos contribuintes portugueses e apenas parcialmente quotizado pelos seus beneficiários, os incentiva através dos preços das comparticipações a procurar o sector privado em detrimento do SNS?
Porque é que a ADSE paga anualmente por cuidados prestados aos seus associados cerca de 400 milhões de euros ao sector privado da saúde, 200 milhões aos hospitais privados, garantindo assim uma parte substancial da sua facturação?”

Sinopse
A minha vida pessoal e o meu percurso profissional deram-me a possibilidade de analisar a sociedade portuguesa, a economia, a governação e a realidade europeia e mundial com algum grau de pormenor, permitindo-me sistematizar um conjunto interpretações sobre a complexa situação a que chegámos e formular um conjunto de propostas para a alterar, que tenho transmitido frequentemente em intervenções públicas, em televisão, em conferências ou debates.

Não sou candidato a nada, nem sou político, sou jornalista, mas aqui está O Meu Programa de Governo - que é muito mais do que isso, é um conjunto de propostas de renovação da sociedade portuguesa, não certamente uma proposta exaustiva, mas com um grau de pormenor suficiente para convidar a reflectir quem tem os vários poderes de decisão, politico, económico, social, cultural e para promover as mudanças de fundo de que Portugal precisa.
Se são propostas úteis ou não, será vosso o julgamento!
O livro que nos mostra que há soluções para sair da crise e o que devemos fazer para evitar a repetição dos erros do passado.
 
“Os culpados pela situação actual do país foram a Esquerda irresponsável, a Direita dos interesses e o grande Centrão da Indiferença.”

RESPONSABILIZAR OS POLÍTICOS PELOS ERROS QUE FIZERAM
José Sócrates deve ser recordado como o primeiro -ministro que, alegando um combate sem tréguas ao défice, começou de facto a cortar alguns benefícios a algumas classes profissionais e algumas despesas insustentáveis do Estado, registando até alguns ganhos orçamentais, mas ao mesmo tempo estava a atirar para fora das contas do Estado gastos gigantescos em elevados investimentos de utilidade duvidosa ou inexistente, a título de investimento privado, mas que eram realmente despesa do Estado.
Começou primeiro, discretamente, depois abertamente, a pôr novas e gigantescas responsabilidades do Estado «fora do balanço». As despesas estavam a ser feitas, existiam, eram de todos nós, mas iam ficando fora do Orçamento como se fossem gastos de outras entidades com quem o Estado não tinha nada a ver…
José Sócrates deve ser recordado como o chefe de Governo que anunciava todos os anos crescimento económico aos portugueses, escondendo que esse crescimento era artificial, feito à custa de endividamento externo para projectos insustentáveis, contrários ao interesse público do bom investimento do Estado que seja sustentável e reprodutível.

José Sócrates, Teixeira dos Santos, Costa Pina, Mário Lino, António Mendonça, Paulo Campos devem ser recordados como governantes que atiraram a nossa dívida pública de 62,8 por cento do PIB [Produto Interno Bruto] em 2005 para 122 por cento do PIB em 2012. 
Não sendo responsáveis pela governação no último semestre de 2011 e pelo ano 2012, a dívida continuou a subir neste período por causa das acções que aqueles governantes praticaram, pela necessidade de o novo governo clarificar as contas e, em última instância, pela necessidade imposta pelos parceiros da Troika de se mostrar a verdadeira situação do país aos portugueses e aos credores internacionais.
Isto é, em pouco mais de seis anos, meia dúzia de governantes fizeram duplicar a dívida pública portuguesa. Nunca, nem na história da nossa democracia, nem no Estado Novo, nem na Primeira República, nem ainda durante a Monarquia, nunca esta subida tinha sido tão forte em tão pouco tempo.
Este é um dossiê em que o alheamento nacional é prejudicial ao país. Os governantes citados deviam ser chamados a explicar aos portugueses onde foram gastos todos e cada euro deste brutal desperdício de dinheiro. Numa linguagem mais simples, mas igualmente rigorosa, nunca na história moderna do nosso país tão pouca gente estragou tanto dinheiro em tão pouco tempo!
(…)


ÍNDICE
11 Prefácio de Ricardo Costa
15 Introdução
 19 Orientar o governo para as pessoas
 32 Responsabilizar os políticos pelos erros que fizeram
 48 Parar de fazer novas dívidas
 57 Acabar com a protecção injustificada de grupos económicos
 71 Acabar com as dívidas do estado «fora do balanço»
 89 Acabar com as parcerias público-privadas
 100 Reduzir a influência do sector financeiro no estado
 105 Expropriar parcerias e nacionalizar o défice tarifário
 110 Pagar sempre todas as dívidas
 113 É urgente reformar o estado
 121 Alargar a venda de dívida pública a todos os cidadãos
 125 Começar efectivamente a cortar despesa e a anular o défice
 134 Aproveitar as melhores propostas do FMI
 137 Reactivar a lei dos disponíveis
 141 Convidar funcionários públicos a ficar em casa
 145 Sim, ainda é possível cortar despesas sociais
 151 Reduzir o défice da caixa geral de aposentações
 165 Impedir o plafonamento e a privatização da segurança social
 173 Cortar benefícios sociais a quem não precisa
 176 Aplicar os cortes da despesa estrutural anunciados pelo governo
 184 Definir o estado que podemos pagar
 190 Pôr toda a agente a pagar impostos
 195 Reduzir o «planeamento fiscal» ou fuga legal aos impostos
 200 Combater ferozmente a fuga ao fisco
 203 Acabar com as importações porta a porta
 208 Criar taxas mais altas para bens importados
 210 Baixar taxas de IRS
 213 Baixar o IRC e aplicar colectas mínimas aos pequenos negócios
 222 Negociar mais ajuda da europa, mas com realismo
 230 Nunca tomar a iniciativa de pedir o perdão da dívida
 234 Nem pensar em sair do Euro!
 246 Não mexer na TSU sob nenhum pretexto!
 256 Reorientar o sector financeiro
 270 Acabar com o proteccionismo encapotado
275 Pôr os bancos a emprestar às empresas
281 Moralizar comportamentos no sector financeiro
 285 Acabar com os contratos de swap nas empresas públicas
288 Reorientar a estratégia dos grupos económicos
 293 Deixar de favorecer os «campeões nacionais»
 311 Garantir a concorrência efectiva entre agentes económicos
 317 Acabar com a «central de negócios» no parlamento
 322 Controlar os salários e prémios dos supergestores
 326 Criar um novo regime político-constitucional
 330 Pôr a justiça a funcionar
 336 Acabar com os bloqueios à economia
 338 Baixar os preços da electricidade
 352 Acabar com o «embuste» do défice tarifário
 355 Substituir o modelo de gestão da energia
 360 Baixar os preços dos combustíveis líquidos
 369 Baixar os preços do gás natural
 371 Controlar os preços do gás engarrafado
 373 Apostar em fontes de energia tradicionais, sustentáveis
 376 Rever o papel dos reguladores
 382 Fixar administrativamente os preços da energia
 384 Comprar português – investir para exportar cada vez mais
 392 Acabar com a burocracia que esmaga a actividade económica
 398 Rever as prioridades da ASAE, da ACT, das delegações de saúde
 402 Rever os planos de ordenamento, de esmagamento económico
 414 Garantir estabilidade aos investidores externos
 418 Formar mão-de-obra de que as empresas precisam
 421 Reorientar a educação e formação dos jovens portugueses
 429 Continuar a revolução silenciosa na saúde
 436 Alterar o modelo que está na base da ADSE
 440 Acabar com as PPP, também nos negócios da saúde
 443 Promover a ética nos negócios – novo código de valores para
a vida económica
 448 Acabar com a falsa oposição entre austeridade e crescimento
 454 Perceber a guerra económica entre os Estados Unidos e a Europa
 464 Perceber as guerras do jornalismo europeu e anglo-saxónico
 469 Rever o capitalismo que andámos a construir
 474 Um livro para o cidadão comum

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