Não é preciso ser historiador
ou cientista político para lembrarmos como a violência, o medo e o terror têm
sido instrumentos do poder e da dominação, tanto no mundo antigo quanto no moderno.
Da mesma forma se sabe que a religião sempre foi um dos pilares da dominação e
até do terror: o festim canibalístico Tupinambá, o sacrifício cruel de jovens
entre os Maias e os Astecas, o fogo purificador que imolou milhares de
“hereges” e “bruxas” na Idade Média, são manifestações do entrelaçamento da fé
ou pensamento mágico com a prática do poder nas sociedades. É longo o trajeto
histórico, passando por Atenas, Roma, Paris, Inglaterra, pioneiros americanos,
através do qual se desenvolveu um conceito de democracia e civilização onde,
dentro da lei, o cidadão comum pesaria tanto quanto o Bispo, o General, o Rei
ou Presidente.
É ainda do conhecimento comum
que a civilização associada à noção de democracia e da lei que sujeita a todos,
sofreu um grande baque no século passado, com o surgimento dos regimes
totalitário-onipotentes nazi-fascista e o marxista-leninista, comumente
conhecido como comunista. Onipotentes, porque a tudo se permitem sobre o
destino humano. Totalitários, pois baseiam-se na anulação do indivíduo pelo
todo. Ambos propuseram o resgate da humanidade de “pecados originais”
responsáveis pelo mal na Terra, do que resultaria a criação de paraísos
terreais nas sociedades resgatadas do mal. O Nazi-fascismo libertaria a
humanidade da contaminação com raças inferiores, restaurando sua beleza e melhores
virtudes. O regime marxista-leninista resgataria a humanidade do pecado da
“propriedade privada ou particular”, do que resultaria a “liberação das forças
produtivas” e uma democracia jamais vista. Consequentemente a liberdade, a
felicidade e a fartura inundariam as sociedades socialistas.
Do nazismo restou as
lembranças de um ditator paranóico e um Estado que tinha o terror como
instrumento de dominação sobre todos, lembranças estas que só inspiram ainda
meia dúzia de amalucados, frustrados e paranóides. Praticavam a crueldade com
sentimento do dever cumprido, pelo bem da raça superior. Não eram lobo com pele
de carneiro, tinham um projeto explícito onde o terror era virtude.
O socialismo marxista foi detonado pela própria petulância e incompetência, pois, a polícia secreta, os assassinatos nas mãos do Estado e a incapacidade de fornecer até papel higiênico para a população, são as lembranças mais comuns do “paraíso socialista”. A China, ainda sob domínio de um Partido Comunista, para escapar da fome e de um fracasso generalizado, ressuscitou a propriedade privada e a “burguesia que fede”, como diziam nossos petistas. Uma diferença notável entre esses regimes ditatoriais, entretanto, é a vocação socialista para vestir o lobo com pele de cordeiro ou ter sempre um discurso politicamente correto para encobrir seus projetos anti-libertários, a mentira ou, até mesmo, o terror. Um exemplo concreto, a nossos olhos, é o Partido no poder, assumidamente marxista, apresentar num “Plano Nacional dos Direitos Humanos” o projeto de liquidar com a liberdade de imprensa sob o doce manto de “controle social da mídia”. Ou ainda, buscar impactar os direitos de propriedade, colocando os invasores de uma propriedade acima do invadido que, antes de buscar seus direitos, teria de discutir os “direitos humanos do invasor”, com este. Lembraríamos ainda que, apesar de nossa produção rural ou agro-negócio serem o carro-chefe de nossa economia, abarrotando celeiros, estradas e portos, dando força e confiança aos projetos de governo, ao lado de discursos ideológicos contra latifúndio e impactação ambiental, houve décadas de invasões e terror impunes, praticados por apêndices do poder, o MST. Apenas o sucesso do agro-negócio soterrou tais movimentos, a contra gosto de muitos holerites.
Mas o ADN do terror persiste
vivo e atuante, leitor, em entidades estatais e organizações de fachada
religiosa, que propiciam e manipulam o “conflito indígena”. Neste, milícias
armadas, eficientes e misteriosos transportes noturnos, técnicas de guerrilha,
cobertura na imprensa e de órgãos estatais que anunciam o conceito de
“retomada”, praticam a franca violação de direitos constitucionais, sob mantos
ideológicos e politicamente corretos. O Ministério Público Federal assina
embaixo do conceito constitucionalmente apócrifo de “retomada”, repassada aos
invasores pelo CIMI, induzindo ao franco terror em propriedades legítimas e
seculares. O Ministério da Justiça empurra com a barriga, como convém à
ideologia que quer impactar a segurança jurídica no campo, onde o terror se
torna virtude revolucionária. É uma porteira aberta, um modelo de ação para as
massas, em movimentos futuros, é o que os “companheiros “ chamam de “avanços”.
Até onde vai? Até onde permitir a pasmaceira, incompetência e falta de
percepção das lideranças rurais sobre o que está em jogo e onde querem chegar
os manipuladores do “conflito indígena”. Não é Buriti ou a Fazenda Esperança
que querem ver “retomadas”. É o terror que zumbis ideológicos querem ensinar e
verem-no acima das Leis.
Título e Texto: Valfrido Medeiros Chaves, Psicanalista,
Pantaneiro, 26-9-2013
Na Biblia, Velho Testamento, aparece um Deus chamado Baal as mães ofereciam suas criancinhas como sacrifício, holocausto.
ResponderExcluirAbs Janda
Gosto muito do tema.
ResponderExcluirEstá muito bem escrito.
Circe Aguiar
Jonathas Filho
ResponderExcluirPois é, parece que teremos de chamar o Exterminador do Futuro pois, estou com muito medo dos nossos netos crescerem num quintal cercado de arame farpado, colhendo frutos e entregando para serem saboreados pelo poder.
Jonathas Filho