José Manuel
Quem me dera! Aquelas águas
azuis, aquela brisa quente, sol e sal no corpo úmido, mojito, hortelã e gelo na
mão e pra arrematar um bom charuto Cuban
style na boca.
Ah, que preguiça... Uma rede,
um coqueiro, uma conta cheia de dólares de campanha, ali pertinho, na pequena
Caymã de preferência, pra não chamar muita atenção, era tudo o que eu queria.
Sonhar, sonhar e sonhar,
afinal também faz parte deste povo vivente abaixo do Equador que não tem pecado
e é bonito pela própria natureza, mas que beleza.
Eta semaninha porreta esta,
que começou com um show supremo exótico, com pitacos centro- americanos e, de
firulas em firulas brasilianas, terminamos com outro show de pedras
rolantes cariocas, com direito também a escândalo por falta de segurança
médica, numa barra pesada e com trânsito caótico. Ninguém consegue mais ter o
recreio que merece, com uma barra dessas.
E quanto às notícias? Beleza,
só coisa fina!
Mais um escândalo ali,
bem no quintal do governo, pois o ministério que era do trabalho, não trabalha mais, pratica corrupção " comme
il faut ", é claro e, com pitadas de nepotismo.
Alguéns disseram esta
semana que lá dentro tem uma quadrilha. Não sei, mas está em todos os jornais
pra todo mundo ver.
E os infringentes? Ficarão
todos soltos, porque o novo procurador assim o determinou. Ponto.
Cadeia é só para o povão e tá
encerrado!
É, isso mesmo... Aqueles, os
quais tanto pedimos para que fossem punidos, que a hora deles tinha chegado,
blá-blá-blá e etc. vão ficar soltinhos da silva gozando da cara de milhões
e milhões espalhados por este país varonil, de encantos mil.
O povaréu, coitado ainda
atordoado pelo nocaute de Brasília, percebeu enfim, que como aquele famoso
caso, é sempre o último a saber. Tudo bem, nós somos jovens, somos da paz e do
amor.
E esse mesmo povo, lá pelo
meio da semana, ainda meio troncho, levou uma greve bancária pela proa,
pra deixar as coisas mais relaxadas ainda.
Afinal, com um início
supremo-exótico caliente daqueles, só mais uma grevezinha para deixar tudo mais
complicado ainda.
O povão adorou, porque nada
mais gostoso do que filas imensas em caixas eletrônicos. No sol, é claro.
Sempre.
Aliás diga-se de passagem, de
filas nós entendemos e muito bem pois é só ir a um consulado americano em pleno
dia da semana para ficarmos extasiados com o tamanho delas.
É deslumbrante e chega a
emocionar, porque chova ou faça sol as filas são inimagináveis.
O comércio, que é aquela coisa
estranha que mais emprega e movimenta a Nação, mas o primeiro a levar bordoadas
da fazenda sem dó nem piedade, então gemeu de prazer.
Além dos bilhões gastos no
exterior por turbas enfurecidas das bolsas viagem que compram tudo o
que vêem pela frente, "coast to coast ", não deixam um centavo para
ser gasto aqui, e com a greve dos bancos as lojas ficaram cheias de
empregados sem ter o que fazer. E vender.
Sen-sa-ci-o-nal!
Ou seja, o people gasta no
exterior o que ganha aqui, nós pagamos a dívida interna americana, o comércio
não vende aquilo que por sua vez a indústria não fabrica porque não tem a quem
vender, nós importamos tudo porque a moeda está forte artificialmente e o
governo populista financia tudo, desde que você seja da classe C ou D!
É bom começarmos a rever
tudinho, e bem rápido, a começar pela qualidade da manteiga, pois como estamos,
não vamos durar o suficiente para contar uma história razoável.
É uma história interminável
que passaria por trinta anos atrás, quase ontem, quando ainda éramos mais
fortes do que China, por exemplo, mas hoje e com uma costa de 8.000 Km,
importamos peixe… da China. Como? Vá ao mercado e confira, leia os rótulos e
não se assuste.
E o resto?
Não, não, não... Eu comecei
falando sobre esta semana e é bom parar por aqui.
Pera aí… e o nosso acordo? O
Aerus?
Será que vão nos provar que
não se fez nada esta semana, porque o julgamento de ladrões era mais importante
do que reles e famélicos velhinhos?
Não acredito, porque nomeupaíz isto
jamais aconteceria.
Título e Texto: José Manuel, ex-tripulante Varig,
semanalmente exausto, 21-9-2013
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