segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Tô cum fomi...

Jonathas Filho
Depois de ler o expressivo texto do José Manuel, a fome que em mim latejava passou a um estágio maior e pior. É a chamada instatisfação causada por esse tipo de falta de alimento que assola a nossa gente. Há uns quatro meses me convidaram para um lauto almoço regado com subterfúgios e os pratos seguidamente apresentados eram de contrangimentos, falsidades e insídias. As bebidas servidas também não me agradaram pois estavam todas poluídas com escárnio. 


Me prometeram um ágape... um banquete de comunhão... entretanto, o que lá presenciei foi a hipocrisia, na qual os comensais de ilusões se empanturravam sem limites. Aquilo tudo me deu engulhos... náuseas.
Saí de lá sem comer nada; permaneço com fome até então. Continuo me dobrando e me desdobrando nessa fome. Que pratos tão saborosos a minha fome precisa para se bastar e evitar que eu morra à míngua? A visão está turva e perambulo de um lado para o outro na procura de uma solução para essa miserável situação. Não sou formado em Anorexia e assim sendo, necessito de alimento. Ressecados, meus intestinos tentam sem êxito num peristaltismo, levar às alças abdominais o sumo de alguma energia para ser absorvida e me manter vivo e pensante. Sinto-me mal, esperando que o maná tão prometido me venha às mãos, para com elas levá-lo à boca e com isso saciar-me. Qual o quê! Parece que o êxodo das atitudes deixou todas as intenções sem cor e sem sabor. Antes mesmo de entrar nesse deserto das angústias e mesmo após fazer a travessia do mar das dissimulações... já estava quase morto de fome.

Faminto da sinceridade, faminto da lealdade, faminto da seriedade. Como posso viver sem esses alimentos? Por toda essa minha existência, tenho semeado, regado e cuidado para que dessa terra mais garrida, brotassem e crescessem as mais tenras, deliciosas e energéticas espécies de frutos, para que juntos fossem colocados à mesa, para o meu deleite e de todos os meus dependentes, dentro do prato da dignidade.

Veio o inverno... melhor dizendo, o inferno, trazendo um tipo de praga perniciosa que se mantém, prejudicando e devastando todas as plantações da seriedade. Urge que se use um defensivo, uma substância que afaste definitivamente essa praga para, de fato, podermos colher o que temos direito, já que havíamos plantado com muita antecipação as sementes que nos daria a tão almejada alimentação nesses nossos tempos de pouca safra. Que sejamos, mais do que nunca, ainda que famélicos, unidos com a mesma vontade de colher o que nos é de direito... juntemo-nos então e aremos a terra!!
Título e Texto: Jonathas Filho, precisa comer... 09-12-2013

Relacionados:

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-