O desinteresse dos governos
Dilma-Lula em solucionar o conflito entre a expansão de aldeias e
propriedades legítimas fica mais uma vez exposto. E vem somar-se ao costumeiro
“empurrar com a barriga” do Ministro da Justiça, que não honra seus
compromissos assumidos com índios e não índios, face ao conflito de interesses
entre as partes. A matéria veiculada no Correio de 26/12/014, “MF
recupera 20 milhões para indenizar fazendeiros” expõe o descaso do
governo central em solucionar um conflito criado pelo próprio pelo Estado
brasileiro, o qual parece ter interesse em sua continuidade. Mesmo com
disponibilidade de recursos no orçamento da União, tais recursos se perderiam
face ao encerramento do exercício financeiro e a imobilidade do governo.
Isso obrigou o MPF, dentro de suas prerrogativas, promover o bloqueio da
verba para o cumprimento de sua finalidade definida, ou seja, indenização
de propriedades legítimas, em Japorã. Oportunamente, o editorial
do Correio "Fim do conflito é só promessas", em 27/12/2013,
adequadamente ainda denuncia: "tudo continua na estaca zero".
Um Estado que financia um
bilhão para porto em Cuba; que tem verbas secretas milionárias para Cuba
e Angola; financia obras bilionárias na Venezuela; perdoa milhões de dívidas de
países africanos e não tem dinheiro para resolver uma guerra entre brasileiros,
conflito que ele próprio criou, não é uma piada de mau gosto, é um crime contra
a unidade do povo brasileiro. Além de não resolver essa guerra, assiste de
braços cruzados entidades e recursos tanto externos como estatais, se dedicarem
a manipulações promotoras de ódios entre as partes, até para impedir que elas
se unam para exigir, da União e deste governo, que cumpra suas obrigações na
promoção da justiça para todos e na preservação da unidade nacional. Tais fatos
são concretos, objetivos, estão na nossa cara. Nem a tal dialética
marxista-leninista que norteia a política indigenista, e que se julga Mandrake
na distorção dos fatos, tem como desmenti-los. O MPF, apesar de sua
postura adequada e digna neste momento, também não pode eximir-se de sua
responsabilidade na promoção do conflito.
Nas aldeias de Taunais, a
invasão da Fazenda Esperança, fundada 20 anos antes da reserva indígena local,
é nomeada pelos índios como “Retomada”. Tal conceito apócrifo e herético para
nossas Constituição e leis, foi lançado aqui em nossa Assembléia, por membro do
MPF, há dez anos passados e uma semana antes da primeira invasão de Japorã. Parece
haver uma confusão entre "proteção ao índio" e apaniguar crimes
praticados por índios. Nem vale a pena lembrar ainda, leitor, do apoio
explícito das entidades político-ideológicas companheiras, às violações de
direitos com as quais se semeia o ódio e a insegurança jurídica em nosso MS.
Portanto, “tudo se relaciona”,
do descaso governamental aos financiamentos e manipulações para o cumprimento
de um roteiro ideológico contra a unidade da Nação e da paz entre brasileiros.
Quem nega os fatos e não vê a lógica que os norteia?
Título e Texto: Valfrido M. Chaves, Psicanalista, Pós
Graduado em Política e Estratégia-Adesg/UCDB, 28-12-2013
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