domingo, 15 de dezembro de 2013

Teimosia comunicacional

Ilustração: Tiaggo Gomes
Luís Naves
O núcleo de poucas centenas de pessoas com acesso a meios de comunicação de massas contribuiu para criar um clima de elevado pessimismo no País. Estes políticos, jornalistas, académicos e intelectuais criaram uma verdade escrita em mármore que faz uma péssima descrição da realidade. Basta abrir jornais ou ler os blogues. Não existe resgate nem troika, nem sequer um contexto europeu adverso. Não temos credores. Não ocorreu uma pré-bancarrota nem houve anos de loucura despesista. Não foi acumulada dívida, forçando a consolidação das contas do Estado. E não tivemos uma década de estagnação económica. Esse passado simplesmente não existe. Antes da troika, tudo corria bem. Nos comentários, nunca são explicadas as razões profundas das medidas de austeridade, antes atribuídas à pura loucura dos seus autores.
O pior é que não muda o discurso desta elite. Pelo contrário. Apesar dos sinais de que Portugal tem boas hipóteses de vencer a crise, o delírio intensifica-se. As previsões de violência nunca se concretizaram, nem houve espiral recessiva, não existe nenhum colapso social. Os que antes fizeram conjecturas do género, agora desvalorizam os mínimos indícios de recuperação económica. O pessimismo transformou-se em teimosia e nada disto parece lúcido.
Título e Texto: Luís Naves, Fragmentário, 15-12-2013

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