Rudolfo Rebelo
Sob o título "O pensamento mágico", o socrático João Galamba "amanda" para as páginas do "Expresso" a teoria "Tribunal Constitucional" para justificar o fim da "espiral recessiva" (?espantoso... existiu?) e portanto a recuperação económica.
Sob o título "O pensamento mágico", o socrático João Galamba "amanda" para as páginas do "Expresso" a teoria "Tribunal Constitucional" para justificar o fim da "espiral recessiva" (?espantoso... existiu?) e portanto a recuperação económica.
O "pensamento"
galambiano é mesmo "mágico". Vejam esta tirada: "O consumo
público cai menos (...) porque o Governo viu o seu plano de rescisões amigáveis
sabotado (...) pela inconstitucionalidade do diploma da requalificação".
Ou seja, os funcionários do Estado gastaram mais porque adivinharam que o TC
iria chumbar o diploma... a teoria galambista é do género "antes de ser,
já o era"... Notável manipulador.
Tem mais tiradas do mesmo
quilate...
Vejam esta: "O consumo
privado cai menos porque a restituição do subsídio de férias dos pensionistas e
dos funcionários públicos aumenta o rendimento disponível das famílias".
Ai sim? Então, estes cidadãos antes de receberam o dinheiro, gastaram-no! Ou
seja, o grosso dos subsídios foi distribuído há 20 dias (Novembro e em Dezembro
alguns pensionistas) e teve efeito na economia no trimestre que decorreu entre
Julho e final de Setembro... chama-se a isto recuperação da economia por
retroactividade... espantosa teoria!
Galamba poderia invocar os
efeitos das expectativas, em que os funcionários públicos e pensionistas
gastariam por conta... (caramba, se eu tivesse do outro lado era ao que
agarrava).
Ainda assim, a coisada das
expectativas seria "coxa". Por duas razões.
Os consumidores sabem que se o
TC chumba medidas, elas terão de ser substituídas por outras, em regra mais
gravosas. Lá se vai a expectativa... Segunda razão, as pessoas de que falamos,
reconheçam, não são propriamente consumidores com liquidez suficiente para
pagar, o que seja, por antecipação...
O que faz correr os galambas
da vida é a incontida raiva por a política económica estar no rumo certo. No
seu "pensamento mágico", Galamba explica à tribo socialista que a
economia cresceu graças à menor queda da Procura Interna e, dentro desta, ao
consumo (privado), ignorando o papel do Investimento. E, portanto, foi o
consumo e o TC que salvou a economia.
Arruma-se desde já com tamanho
disparate galambiano.
Primeiro, o Governo não é
contra a Procura Interna (consumo + investimento). Pelo contrário. O que sempre
se disse é que seriam as exportações a dinamizar a economia, com o comércio
externo (exportações e importações) a contagiar o sector interno da Economia. É
o que sucede.
No segundo trimestre do ano, a
componente da Procura Interna mais dinâmica foi o Investimento (stocks). No
segundo trimestre, vejam... a despesa na Economia com o investimento é superior
(276,7 me vs 267,7 me) ao consumo!! Foi o TC que fez aumentar o investimento?
Um absurdo galambiano!
O consumo aumentou (entre o
segundo e o terceiro trimestre)? Claro. Onde? Há indícios que terão sido a
componente consumista de muitas empresas (em serviços e bens não alimentares).
Não tanto das famílias, portanto. Não foi, portanto, os pensionistas e
funcionários, mas o sector privado.
E, para que a conversa galambiana
seja arrumada em definitivo, basta dizer que a folha salarial do Estado está em
queda... o que é explicado pelas reconhecidas saídas do sector público!
E, agora, no final da prosa,
colocarei os galambistas aos pulos. O INE, reporta um aumento de 56 mil
empregados na Economia (corrigido de sazonalidade). Desde o princípio do ano
são mais 90 mil empregados. O que bate certo com o aumento do consumo no
privado, uma vez que existe mais rendimento disponível.
Tenham paciência, só mais uma
"pontada". Os socráticos olham para a procura externa líquida (são as
exportações deduzidas das importações) e dizem que o seu contributo para o
crescimento do PIB (um esteio para a politica económica do Governo) está a
falhar. De facto, para o terceiro trimestre, as importações são, em dez milhões
de euros, superiores às nossas vendas ao exterior. Pois, mas é graças a isso
que os stocks das empresas e compras de máquinas aumentaram! E isto é virtuoso,
porque projecta nova produção, mais rendimento.
Racional, nada de "mágico".
Estamos no caminho certo.
Título e Texto: Rudolfo Rebelo, 15-12-2013
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