Cesar Maia
A. E qual seria a alternativa?
A.1. O jornal O Estado de São Paulo já havia pedido em editorial a
renúncia de Dilma. Neste domingo a Folha de S. Paulo pede a renúncia de Dilma,
Temer e o afastamento da presidência da Câmara de Eduardo Cunha. Adotando a
hipótese da Folha de S. Paulo, há que se perguntar: e o que viria depois? Por
90 dias – até às eleições – a Presidência da República seria exercida pelo
Presidente da Câmara – atual vice de Cunha. Tem lastro para fazer a gestão
política dessa transição? Claro que não!
A.2. Esperar a decisão do TSE seria lançar a decisão para 2017. Com
isso, o Congresso elegeria indiretamente o novo presidente. Resolveria? A tese
da Folha de S. Paulo coincide com o que querem Marina e o PSDB: eleições
presidenciais já, ou seja, em 90 dias. Querem – também – evitar Temer. A
percepção do eleitor em prazo tão curto não mudaria. A saída dos três num
quadro conflitivo como esse só ampliaria a rejeição do eleitor à política e aos
políticos.
A.3. A emenda poderia ser pior que o soneto se observada a dinâmica
de situações análogas em outros países. Abriria espaço para a antipolítica e
para o populismo de qualquer cor ideológica. Certo que hoje a imprevisibilidade
e a insegurança são totais. Mas poderia piorar com aquela alternativa. Não se
sabe a profundidade do fundo do poço. O impeachment ainda seria o caminho de
menor turbulência.
Título e Texto: Cesar Maia, 4-4-2016
Relacionados:
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-