terça-feira, 2 de agosto de 2016

Jogos Olímpicos: Caiu a rampa principal das provas de vela

A rampa construída na Marina da Glória, onde 1 400 atletas vão participar nas provas de vela, colapsou este domingo. O comité dos Jogos desvaloriza o sucedido e promete nova estrutura


Marta Leite Ferreira e Milton Cappelletti

A rampa principal das provas de vela nos Jogos Olímpicos, construída na Marina da Glória no Rio de Janeiro, colapsou este domingo, quando faltavam cinco dias para o arranque das competições. De acordo com o Comité Olímpico Internacional (COI), a estrutura não resistiu aos ventos fortes e à força da maré que se faz sentir nos últimos dias na cidade brasileira. Já uma fonte, especializada em engenharia náutica, ouvida pelo site Globo Esporte disse em anonimato que “houve um colapso estrutural causado pela força da água – e não do vento como inicialmente foi noticiado”, pois “a ponta da rampa que arrebentou estava fixa, e não maleável”.

Mark Adams, porta-voz do COI, disse ao Independent que “seria errado transformar este incidente numa grande coisa. Na corrida para os Jogos Olímpicos são coisas que acontecem”, desvalorizando o sucedido por não ter havido feridos.

De acordo com o COI, os 1400 atletas utilizadores da marina da Glória continuam a treinar normalmente a partir de uma rampa de cimento que já existia na Marina. “Como tem a rampa de concreto [cimento] foi possível organizar as equipes para que desse certo. Já conseguimos treinar e isso não foi nada que impactasse no desempenho da equipe. Ainda não chegaram todos os países para treinar também”, defendeu Daniel Santiago, chefe da equipe brasileira de vela, em entrevista ao jornal O Dia. “Os danos serão resolvidos. Isso também aconteceu em edições anteriores dos Jogos”, afirmou Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comité Olímpico do Brasil, à agência AFP.

Há, no entanto, vozes dissidentes. “Por enquanto, não é um problema, mas seria se acontecesse durante as competições, com todo mundo aqui”, disse à AFP Santiago López Vázquez, treinador espanhol da vale classe Nacra 17. “Na minha opinião, foi mal construída. Além disso, catamarãs e outros barcos que estavam ao lado, na praia do Flamengo, decidiram vir aqui, porque a praia foi comida pela ressaca”, destacou à AFP um membro da seleção brasileira de vela que pediu para não ser identificado.

O Comité Olímpico Internacional deve decidir esta terça-feira se a rampa será consertada ou se será construída uma nova estrutura, mas garante que estará pronta a tempo da primeira prova da modalidade, agendada para 8 de agosto. Segundo relata o Globo Esporte, operários já iniciaram os trabalhos no local e devem tardar até três dias para entregar a obra. A Marinha brasileira informou ao jornal O Dia que a ressaca do mar, que chegou a atingir três metros de altura, chegou ao fim esta terça-feira.
Título e Texto: Marta Leite Ferreira e Milton Cappelletti, Observador, 2-8-2016


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