José Manuel
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Com a indefectível empáfia
parisiense e o nariz tão alto quanto a torre Eiffel, o Le Monde num infeliz editorial em 27/08/2016 mete o bedelho na casa
dos outros sem ser chamado.
Alega que se não estamos
cometendo um golpe, estamos protagonizando uma farsa, no caso do impeachment da
presidente afastada.
Ora, como já foi atestado
pelos estadistas alemães e americanos, o que aqui ocorre tranquilamente é nada
mais que o Estado de Direito em afastar constitucionalmente uma presidente que
cometeu crime fiscal contra as instituições, nada mais que isso e tudo dentro
do que a carta magna determina.
Estranhamente, nosso
Ministério de Relações Exteriores não se manifestou, mas o populacho não
confortável com as bobagens escritas reage.
Gostaríamos de dizer ao Le Monde que apesar de treze anos de
erros e infortúnios, não capitulamos às tentativas explícitas de um socialismo
fajuto, não deixamos passar nenhum bolivariano sob nossos arcos e nem deixamos
que marchassem por nossos campos elísios.
Na década de 40, os "
bizarros " soldados de um país bizarro, como vocês nos chamam, embarcaram
para a Europa, para livrar o povo de seu país do jugo nazista, mas ao que tudo
indica esqueceram a ponto de não escrever um editorial de agradecimento.
Estamos esperando isso há mais de setenta anos.
Então gostaríamos que olhassem
para o próprio umbigo, nos deixem em paz e por favor embrulhem as suas
baguetes.
Título e Texto: José Manuel, podemos parecer, mas
também sabemos escrever, 28-8-2016
Peço desculpas JM apesar de meu francês estar enferrujado, não vejo eles afirmarem que é uma farsa., mas que é uma tragicomédia cômica É.
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ResponderExcluirA triste ironia da queda de Dilma Rousseff – traduzindo o Editorial do Le Monde
Quando recebi o texto do José Manuel, procurei de imediato o original do Le Monde. Li-o à velocidade de Usain Bolt (com o perdão da comparação presunçosa), mas tive a prudência de voltar a lê-lo e traduzi-lo.
ResponderExcluirE sim, como já disse ao José Manuel, "efetivamente, a penúltima frase do texto, em que pesem as possíveis variáveis da tradução, é 'eloquente':
Se não existe golpe de Estado, existe, pelo menos, fraude."
O texto é um brilhante sofisma ou... um brilhante embuste! Como sói acontecer com os editoriais do Le Monde quando se referem a personagens como Hugo Chávez, Maduro, Fidel Castro, Rafael Correia, o Mujica e outros da mesma "grandeza"...
Editoriais de, por exemplo, ficando na imprensa francesa, do jornal Le Figaro e/ou da revista Valeurs Actuelles, não têm nenhuma repercussão no Brasil, porque defendem valores de Direita.
Por tudo isso, endosso a indignação de José Manuel!
Tem que responder!Ou melhor, ripostar de imediato!
Fiquei na dúvida.
ResponderExcluirTromperie para mim é engano OU DECEPÇÃO.
Farce seria farsa e canular seria embuste.
Como o verbo está no plural " EXISTEM" creio que está mais para "tromperies" ou decepções .
Rochinha,
ResponderExcluirNo plural está o verbo da última frase: “Et les vraies victimes de cette tragi-comédie politique sont…”
Na penúltima frase, os verbos estão no singular: “S’il n’y a pas coup d’Etat, il y a au moins tromperie.”
‘Tromperie’ pode significar engano, erro.
Tu m’as trompé = você me enganou; Tu t’es trompé = você se enganou ou você errou.
Não creio, de todo, que signifique “DECEPÇÃO”.
Consultei o dicionário ‘Le Petit Robert’, edição de 1985 (antiguinho).
TROMPERIE
1 – Le fait de tromper, d’induire volontairement en erreur; moyen utilisé dans cette intention (paroles, actes); comportement de celui qui trompe ou cherche à tromper.
Artifice, bluff, duperie, feinte, foi (mauvaise), fourberie, imposture, mensonge, mystification, tricherie; arnaque (fam).
Tromperie en affaires, dans le commerce.
Dol, escroquerie, falsification, fraude, supercherie.
”Dès que la jalousie est découverte, elle est considerée par celle qui en est l’objet comme une défiance qui autorise la tromperie” (PROUST).
Vieilli. Fausse apparence; illusion qu’elle determine.
Leurre, semblant. Un soleil de matin, apportant cette tromperie éternelle des renouveaux terrestres.” (LOTI).
Enfim, julgo que a tradução está correta “Se não existe golpe de Estado, existe, pelo menos, (no mínimo) fraude.”. Isto é, a frase em português traduz o que o redator do jornal francês quis dizer: o processo de impeachment de Dilma Rousseff… é GOLPE!
Abração./-