Leo Daniele
Em nossa época
acontecem apenas coisas más? Coisas boas quase nunca?
Será mesmo assim? Entretanto, quando cabe e com certo recuo do tempo, é preciso reconhecer o contrário.
Será mesmo assim? Entretanto, quando cabe e com certo recuo do tempo, é preciso reconhecer o contrário.
Um exemplo, que já tratamos
aqui em 2013, líderes da Manif pour tous (Manifestação para
todos) organizaram protestos em Paris e Lyon. O movimento, que nasceu da luta
contra o “casamento” entre homossexuais, pretende defender valores familiares
tradicionais. Os manifestantes também protestaram contra a reprodução assistida
e a adoção do método de ventre solidário para casais homossexuais. “Queremos
lançar uma advertência ao governo. [...] Todas as crianças precisam de um pai e
de uma mãe”, afirma Ludovine de la Rochère, uma das líderes do movimento.
Para as pessoas que defendem a causa, o governo socialista tem uma verdadeira “fobia
dos valores familiares”.
Outro motivo de
descontentamento dos simpatizantes da Manif pour tous – que
não é só uma manifestação, mas um movimento possante de opinião pública – é o
novo programa pedagógico a ser aplicado nas escolas francesas. Batizado de ABCD
da Igualdade, ele pretende lutar contra os estereótipos de meninas e
meninos. Mas, para seus opositores, o programa educacional não passa de uma
suposta “Teoria do Gênero visando suprimir a noção de homem e mulher”. “Não
toquem em nossos estereótipos de gênero”, brada Ludovine de la Rochère.
Alinhados a esse pensamento, muitos manifestantes exibem cartazes com desenhos
de uma menina vestida de fada e de um menino com uma espada.
Os manifestantes exigem o fim
“imediato” da aplicação da cartilha.
Algumas associações de pais de alunos não levaram seus filhos às escolas que já adotam o novo programa. Em comunicado, eles afirmam que o “Estado não deve se intrometer em assuntos íntimos ligados à identidade sexual”…
Algumas associações de pais de alunos não levaram seus filhos às escolas que já adotam o novo programa. Em comunicado, eles afirmam que o “Estado não deve se intrometer em assuntos íntimos ligados à identidade sexual”…
*
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Gaël Brustier, seguidor do
comunista Gramsci, membro do Partido Socialista e autor do livro muito
expressivamente intitulado Le 68 mai conservateur (Maio de
1968 conservador — em oposição à revolução anarquista ocorrida
naquele mês e ano na França), afirmou, extremamente surpreso: "A
Direita está doravante em situação de dominação cultural. Assistiu-se ao
despertar de um gigante.
Esse despertar surpreendeu
igualmente todos os analistas, tanto de esquerda quanto de direita, que
trataram do assunto em numerosos artigos de imprensa e até mesmo em livros, a
exemplo de Gaël Brustier.
Em 30 de novembro de 2015, o
diário francês “Le Figaro” publicou artigo de Eugénie Bastié sob o sugestivo
título “La révolution des catholiques de France”. Segundo a jornalista, “após
a Manif pour tous, eles [os católicos] saíram das catacumbas”. Eis duas das
passagens do mesmo artigo:
“À frente do combate
cultural, presentes nos debates intelectual, assalto da política, visíveis na
cidade e nas redes sociais, os novos católicos nada temem. Acreditava-se que
estivessem mortos, mas estão vivos como nunca”. [...]
“Para o historiador Jean
Sévillia, autor do livro A França católica, a oposição ao casamento
homossexual, contudo os novos católicos manifestaram uma capacidade de
mobilização das redes sociais que surpreendeu todo o mundo, inclusive os
organizadores das grandes manifestações de 2012-2013. Esta mobilização, que
ultrapassou os níveis tradicionais, marca a entrada na arena de uma nova
geração católica que sabe ser uma minoria barulhenta.”
Mas, como é sabido, todas as
vezes que as forças do Sim se manifestam com uma vitória, as
forças doNão preparam um revide. Em primeiro lugar, procurando
fazer esquecer a sua derrota.
O que ocorreu a seguir teria
relação com esse triunfo do Sim?
Terá sido um revide a ele?
Terá sido um revide a ele?
Com certeza, foi um revide,
pois o ódio dos islamitas aos cristãos é terrível. Dom Giuseppe Germano
Bernardini, Arcebispo emérito de Esmirna, na Turquia, citou “um
autorizado personagem muçulmano”, o qual teria dito a seus interlocutores
cristãos: “Nós vos invadiremos graças às vossas leis democráticas;
dominar-vos-emos graças às nossas leis religiosas”.
Mas a França, e não só ela,
tem sido vítima nos últimos anos de um ódio frenético dos muçulmanos, como já
exposto neste espaço. Apenas para rememorar sinteticamente entre outras coisas:
130 mortos na casa de espetáculos Bataclan, e 84 mortos no recente
atentado de Nice. Enquanto o presidente Hollande declarava que “toda a
França está sob a ameaça do terrorismo islâmico”, o primeiro-ministro
Manuel Valls dizia que os franceses deviam se acostumar a conviver com o
terrorismo!
Na terça-feira, 26 de julho, a
Igreja teve seu primeiro mártir em solo francês no século XXI: o Padre Jacques
Hamel, de 86 anos, selvagemente degolado por maometanos enquanto celebrava a
Missa na periferia de Rouen.
Tendo diante dos olhos esta
batalha entre a luz e as trevas, entre o sim e o não,
vale a pena rememorar nas palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Seja
o teu sim, sim! E o teu não, não! O que passar disso vem do Maligno” (Mateus
5,37). É necessário também enaltecer as civilizações, mesmo que sejam residuais
seus valores cristãos, em particular a francesa, com as seguintes palavras do
Prof. Plinio Corrêa de Oliveira: “O insuficiente merece censura; o
suficiente merece louvor; o excelente merece honra”.
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