José Manuel
Há dez anos, (2006) sofremos
na carne a tragédia do nosso sustento suprimido, tendo logo a seguir a nossa
imensa história como cidadãos, roubada, vilipendiada, apagada, com o fechamento
prematuro e irresponsável de uma empresa de ponta como a saudosa Varig.
Há uma identidade, um modus
operandi, uma similaridade desconcertante nas atitudes desta quadrilha chefiada
pelo processo hoje afastado e seu líder ainda solto, com os acontecimentos na
Alemanha nazista em 1945.
O dia de hoje, 31 de agosto de
2016, está para nós da Varig e do Aerus como o dia 8 de maio de 1945.
Ambos significam a libertação.
Primeiro, o holocausto sofrido
pelos judeus alemães e a perda da própria história e identidade de um povo tão
valoroso. Igualmente, nós acreditamos sem saber, assim como os germânicos, em
palavras ao vento saídas da boca de medíocres estelionatários e bandidos
corroborados pela história, que quase levaram à devastação de um jovem país.
Segundo, a libertação do nosso
próprio holocausto, com quase dois mil aposentados mortos, sem que nada
pudéssemos fazer para reverter uma tragédia anunciada.
Como no julgamento de
Nuremberg, hoje se encerra apenas um dos capítulos desta funesta história.
Devemos, após o término desta
mancha negra em nossa história, oferecer a bala ao pseudo líder, mentor intelectual
deste ocaso, semelhante à do seu exemplo nazista, para que num gesto de
covardia sem querer enfrentar o futuro que se aproxima, assim como o alemão,
faça jus aos seus crimes e também história.
Como em Nuremberg, capangas
pegos prematuramente já estão sendo julgados e todos a seu tempo irão a
tribunal pagar com as sentenças que merecem.
Nada irá ficar impune, pois
hoje diferentemente de 1945 temos meios e ferramentas para apurar rapidamente
tudo o que ocorreu, não necessitando de um Simon Wiesenthal e décadas para que
se fizesse justiça. Hoje será rápido, porque nós somos os caçadores virtuais
desta era moderna.
Foi uma luta árdua que o povo
deste país enfrentou durante catorze anos, e as cicatrizes certamente
permanecerão no futuro.
Mas a luta dos velhos do
Aerus, foi mais significante ainda, pois já sem forças para lutar ainda
enfrentaram a covardia, com a qual fizeram de tudo para nos sacrificar, nos
imolar nos crucificar.
Não conseguiram, apesar das
perdas significantes, cicatrizes não temos porque não nos demos o direito de
tê-las.
Hoje é um dia de glória para
todos os brasileiros, mas especialmente para todos que trabalharam nas saudosas
Varig e TransBrasil.
Portanto, parabéns a todos que
conseguiram não só vencer, mas mostrar com a sua determinação, que é possível
não se submeter jamais.
Título e Texto: José Manuel, sempre, sempre na luta,
31-8-2016
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JM, muito bom! Comungo com este sentimento, obrigado por lembrar e motivar aos caçadores virtuais. Muito bacana o texto em sua totalidade.
ResponderExcluirAbs,
Heitor Volkart