Cesar Maia
1. Jandira Feghali assumiu uma postura de anticandidata. Ofegante,
destacou sua defesa de Dilma e repetiu a ladainha de golpistas àqueles cujos
partidos votaram pelo impeachment. Marcou sua presença pela agressividade,
especialmente contra Pedro Paulo do PMDB. Procurou colá-lo a Eduardo Cunha e
voltou ao tema da agressão contra a mulher. Sua roupa estampada, não
recomendada para debates em TV, mostrava a despreocupação com a avaliação da
audiência. Cumpriu sua missão, que não era vencer a eleição.
2. Molon foi o que se saiu melhor. Focou bem a câmera se dirigindo
ao eleitor. Fez críticas sistêmicas ao prefeito. Mostrou que o treino em
plenário nesses dois anos lhe serviram muito. Faltou suavizar um pouco as
feições quando fazia suas propostas. Ocupou bem o espaço de Freixo no debate. E
mostrou-se como o mais preparado.
3. Índio da Costa tem usado camisas collants pretas desde os
comerciais partidários dos últimos dois semestres. Ele ou seu marqueteiro devem
ter querido gerar uma semelhança com Steve Jobs. No final uma caricatura.
Entrou no tema segurança e distribuiu tiros à Prefeitura/Pedro Paulo,
Jandira/Dilma e Crivella. O tiro a Crivella é um erro tático, pois quem disputa
a ida ao segundo turno e o mesmo eleitorado com ele são Osório, Pedro Paulo e
Bolsonaro.
4. Bolsonaro entrou no tema segurança na primeira pergunta.
Prometeu transformar a Guarda Municipal numa subpolícia e armá-la. Na segunda
pergunta mostrou insegurança. E depois passou mal, com queda de pressão, quase
desmaiando. Essa imagem terminou sendo contraditória a seu discurso forte.
5. Pedro Paulo mostrou ter
passado por uma imersão em mídia-training. Seu diretor/instrutor deve ter
enfatizado um rosto de calma com leves sorrisos sustentáveis. Mas seus sorrisos
foram artificiais e oscilaram entre cinismo e deboche. Errou ao oscilar seu
olhar entre a quem respondia e a câmera e, com isso, não falou para o eleitor.
Enfatizou BRT e VLT. Se fosse feito o que propôs, o Rio seria uma teia de
aranha. Mostrou que seu treinamento para responder a ataques em relação à
mulher não foi bem assimilado e seu rosto mostrou muito mais insegurança que a
indignação-suave treinada. Ganhou medalha de ouro em lançamento de
chutes/números.
6. Crivella – como líder folgado nas pesquisas – procurou sempre
ganhar tempo. Frases suaves quase pastorais. Mostrou que sua equipe está bem
informada sobre a prefeitura. Escolheu um caminho fácil de memorizar ao fazer
críticas pontuais à administração e sempre carregando nas questões sociais. Se
não ganhou, certamente não perdeu. Saiu como entrou.
7. Osório foi o que menos proveito tirou do debate. Não falou com a
eloquência que tem em suas entrevistas, palestras e reuniões domiciliares. Ficou
oscilando e confundindo os que assistiam por ter sido e não ser da prefeitura,
por ter sido e não ser gestor olímpico… Ao tratar do BRT mostrou isso
claramente. Não conseguiu ser propositivo e nada do que disse gerou memória. Se
disputava eleitor com Índio, saiu perdedor.
8. Todos procuraram mostrar conhecimento da prefeitura, citando
números e porcentagens. A questão fiscal ficou à margem das promessas. Nenhum
deles convenceu a respeito. Uma tabulação mostraria a intensidade dos chutes.
Freixo não perdeu nada em não ter ido.
Título e Texto: Cesar Maia, 29-8-2016
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