Plinio Maria Solimeo
Nesses dias de
Olimpíadas, tratemos de atletas americanos famosos que não se envergonham de
sua fé
No Brasil, uma das
maiores nações católicas da Terra, é crença quase geral de que no mundo do
esporte não cabe religião. Por isso, aqui, praticamente nenhum esportista
famoso faz alarde de sua fé.
Nos Estados Unidos, o país da
modernidade, onde — como veremos — muitos grandes nomes do esporte não se
envergonham de falar em público e de modo categórico sobre sua fé. Vamos dar
alguns exemplos, todos de católicos, nos quais surpreende constatar seus
conhecimentos religiosos e o modo desassombrado com que praticam sua fé.
1 — John
Harbaugh [foto], 51 anos, ex-jogador e agora treinador de futebol
americano, é o técnico da equipe Baltimore Ravens (Corvos de
Baltimore), daLiga Nacional de Futebol Americano. Seu clube foi o
vencedor da Super Bowl de 2013 — o maior prêmio da Liga de
profissionais, concedido à melhor equipe do ano. John teve como adversário
nessa decisão seu irmão Jim, também católico, dirigindo os “San Francisco
49ers”.
Membro dos Catholic
Athlets for Christ (Desportistas Católicos por Cristo). John é casado
e tem uma filha. Em uma entrevista ao semanário National Catholic
Register, nota-se ardente fé. Muito devoto do Santo Sacrifício da Missa, há
pouco ele decidiu reimplantar uma Missa regular para jogadores e membros da
equipe técnica dos Baltimore Ravens que desejem assistir. Na
entrevista, ele fala sobre essa iniciativa: “A Missa me recorda que
cada sacerdote hoje pode remontar sua linhagem até Jesus. Há uma sucessão
ininterrupta de bispos que têm ordenado sacerdotes durante séculos, de modo que
todos e cada um deles estão verdadeiramente unidos a Jesus de forma
sacramental. É algo extraordinário e insubstituível que nos oferece a
Igreja.”
Sobre a passagem do Evangelho
de São João (14,15) “se me amais, guardareis meus mandamentos”,
Harbaugh comenta: “É uma grande explicação de como o amor e a
obediência se dão a mão. Podemos dizer que amamos a Deus, mas isso só é verdade
se cumprirmos os seus Mandamentos. Quando a vontade de Deus se converte
no desejo de nosso coração, seus grandes planos para nossa vida se tornam
realidade”[i]. Raramente
se ouve linguagem semelhante na boca de desportistas.
2 — Matthew Robert “Matt”
Birk [foto], com 1.92 de altura e 141 quilos, ocupou posto
relevante no Baltimore Ravens até há pouco. É licenciado em
economia pela Universidade de Harvard, católico praticante e pai de sete
filhos.
Também em entrevista ao National
Catholic Register, ele dá belo testemunho de sua fé. Esteve um pouco
afastado da Religião em sua juventude, até entrar na Liga Nacional do Futebol
Americano e conhecer logo após sua futura esposa. Sobre ela comenta: “católica
devota, ela me ajudou a ver que eu estava me equivocando ao separar-me da
Igreja. [...] Disso depende a vida”.
Consequente com essa fé, é
ferrenho antiabortista: “Todos podemos fazer algo [para evitar
um aborto]. Talvez não possas salvar mil vidas, mas a única que possas
salvar já vale muito”. Para isso é necessário “a oração, que
todo mundo pode e deve fazer: a oração é a base de qualquer boa ação”.“Caso
se dissesse a verdade sobre o aborto, ninguém recorreria a ele”. “Ouvimos
falar de ‘escolha’ e ‘direitos reprodutivos’, mas os
abortistas nunca te dizem que matarão teu filho arrancando-lhe os braços e as
pernas”.
Quando o Baltimore Ravens conquistou a cobiçada Super Bowl, recebeu a visita de Barack Obama. Mas Matthew não esteve presente. Por quê? Ele explica: “Eu tenho grande respeito pelo ofício de presidente, mas há cinco ou seis semanas nosso presidente fez um comentário num discurso, dizendo ‘Deus abençoe a Planned Parenthood’, que faz aproximadamente 330 mil abortos por ano. Eu sou católico e ativo no movimento pró-vida; senti que não podia consentir nisso. Não poderia endossar isso de modo algum” [ii]. Seu protesto foi não comparecer ao encontro. Isso é coerência!
Como não podia deixar de ser
em um católico desse calibre, Matt Birk também é contra o denominado “casamento
homossexual”. Ele argumenta que “o maior erro é crer que o
matrimônio é o que queres que seja, e não a união de um homem e de uma mulher
por toda a vida, com a intenção de educar os filhos. Isso foi assim desde que
se tem memória, e é o que continua sendo hoje, pensem o que quiserem”.
Ele também constata: “Tem
havido, durante décadas, um intenso ataque ao matrimônio, divórcio incluído”,
algo que é “devastador para a família, em particular para as
crianças, que necessitam de um pai e de uma mãe”. O que faz falta é “não
fugir das responsabilidades, mas comprometer-se com o matrimônio”.
Uma atitude que, é claro, cria
problemas, exige sofrimento. Por isso, ele conclui: “Jesus Cristo disse
que é preciso negar-se a si mesmo, tomar a cruz, e segui-Lo. O caminho
da cruz é a única via para ser um verdadeiro cristão, e realmente o único que
vale a pena percorrer. Isso te ajuda a converter-te na melhor versão
de ti mesmo”. Essa bem poderia ser a linguagem de um bom sacerdote em seu
sermão.
3 — Joseph “Joe” Wieland [foto], 24 anos, do Seattle Mariners, é uma estrela emergente do baseball americano. Ao dedicar-se ao esporte, começou a não levar a sério a Religião. Mas aos poucos acabou compreendendo que suas habilidades esportivas “deviam-se à bondade e à generosidade de Deus”.
3 — Joseph “Joe” Wieland [foto], 24 anos, do Seattle Mariners, é uma estrela emergente do baseball americano. Ao dedicar-se ao esporte, começou a não levar a sério a Religião. Mas aos poucos acabou compreendendo que suas habilidades esportivas “deviam-se à bondade e à generosidade de Deus”.
Em entrevista para o mesmo National
Catholic Register, ele afirma: “Em cada Missa acontece um milagre
sobre o altar. Não o vemos com os olhos, mas o pão e o vinho se convertem no
Corpo e no Sangue de Jesus.”
Ele também se refere ao
sacramento da Confissão: “Quando pecamos, e desse modo não podemos
receber a Eucaristia, pois necessitamos estar em estado de graça. Por isso a
confissão é tão útil. Muitas pessoas sentem-se angustiadas em procurá-la, e
dela se afastam. Mas não deveríamos prestar atenção em como nos sentimos antes
de ir nos confessar, mas como nos sentimos depois da confissão. Não há nada
como que te digam que Jesus, pela boca do sacerdote, perdoou teus pecados. Ser
sincero com o que fizeste de mal é humilhante, mas a graça que recebes em troca
vale a pena. Inclusive, se não cometes pecados mortais, é um alívio livrar-te
dos veniais que tenhas acumulado.”
Repetimos: isso é um atleta de
fama que fala!
4 — Justin Andrew de
Fratus [foto], 28 anos, joga no clube de basebol da Liga Americana Filadelphia
Phillies. Ele deu seu testemunho com outros jogadores católicos praticantes
em um DVD. Anteriormente esteve um pouco afastado da Religião, mas uma lesão,
considerada por ele uma “bênção de Deus”, fê-lo ver que o que
importa na vida não é ter fama, mas “Amar a Deus e cumprir a Sua
vontade”.
Para Justin Andrew é uma grande
alegria pertencer à Igreja, “ser parte de uma comunidade de crentes.
Algumas pessoas tendem a ver a Religião como algo ‘entre Deus e eu’, e ninguém
mais. Mas é necessário recordar que, quando Deus Se fez homem, fundou uma
Igreja à qual deveriam pertencer todos seus seguidores”.
Vivendo num país onde
predominam os protestantes — que negam o primado de Roma —, eis o que ele
considera mais importante: “A Igreja Católica foi fundada diretamente por
Jesus Cristo. Como católicos, podemos traçar nossa ascendência, através dos
bispos, durante séculos, até os primeiros, os Apóstolos; e depois,
evidentemente, ao próprio Jesus Cristo. [...] Sem uma autoridade central
baseada no Papado, cada pessoa cria sua própria religião, e se multiplicam
assim as denominações”.
5 — Mark Charles Teixeira
[foto], 36 anos, também joga basebol no famoso clube dos Yankees,
de Nova Iorque. Estrela de primeira grandeza, ele conquistou cinco Luvas
de Ouro e três Tacos de Prata, além de alcançar um recorde
inigualável. Seu avô era português, originário da Guiana Inglesa, e ele é um
dos oito filhos da família. Casou-se em 2006 e tem quatro filhos.
Os dados a seguir são de uma
entrevista sua concedida a Trent Beattie, no Catholic Lane.
Católico praticante, Mark ficou profundamente abatido pela morte de um amigo
íntimo: “Quando Deus nos castiga [com o sofrimento], é
a ocasião perfeita para examinar nossa consciência e ver como estamos diante de
Deus. Temos então essa dita de nos confessar e receber o perdão. Esse alívio
sacramental produz uma grande paz”.
As reflexões que esse atleta
faz sobre a família, também merecem ser divulgadas: “Deus te abençoa
permitindo-te cooperar na criação e educação de um ser humano com uma alma
imortal. É uma grande alegria, mas também uma grande responsabilidade. Por
isso aprecio tanto que a Igreja seja tão pró-vida e pró-família. Encanta-me ser
pai, e estou agradecido pelo que aprendi de meus pais. (…) Os pais são chamados
de forma especial a participar nos planos da Providência para seus filhos.
Quando pensas no muito que te necessita uma criança pequena, isso te recorda o
quanto tu necessitas de Deus, inclusive como adulto. As crianças são uma forma
de fazer-te pensar na Providência”.
Ainda referindo-se à morte do
amigo, ele acrescenta: “Um dia, estava aí; no dia seguinte, já não
estava. Na vida tens muitas oportunidades de começar e voltar atrás, mas chega
um ponto em que todos nós temos de deixar esta vida, e então acabaram as
oportunidades [de voltar atrás]. É então que pensas na realidade do muito que
devemos a Deus”.
Como ele e aquele amigo
costumavam frequentar em Baltimore um instituto consagrado a São José, ele
conclui: “A Santíssima Virgem e Jesus provavelmente estiveram
presentes na morte de São José. É isso também o que desejaria qualquer cristão,
não é?”[iii]
Que atleta brasileiro teria
cogitações desse tipo a respeito da Religião?
Há outros exemplos, mas só por
essas amostras se vê que os americanos levam muito mais a sério suas convicções
religiosas e geralmente são bem mais instruídos em matéria de fé que seus
congêneres de outros países, incluindo o Brasil. Que nos sirvam de exemplo!
Título, Imagens e Texto: Plinio Maria Solimeo, ABIM, 19-8-2016
Título, Imagens e Texto: Plinio Maria Solimeo, ABIM, 19-8-2016
Eu sou 100% Jesus. beijos
ResponderExcluirJanda.
O esporte não tem nada a ver com religião.
ResponderExcluirA burca é cultural, é como se um gaúcho praticasse futebol de bombacha, ou de "sans culote", bermudinha para os leigos.
Já a placa 100% jesus é apologia, como seria um atleta muçulmano com uma 100% maomé.
Atletas não deveriam prestar mensagens religiosas, nem pedir unções para derrotar os adversários, isso será feito por mérito.
Atletas devem respeitar suas religiões, se as tiverem, sem causar desrespeito aos outros de outras religiões e vice-versa .
Atletas podem usar suas vestimentas culturais.
Somente para discordar do tópico, FÉ não precisa de instrução nenhuma.
Fé é como dinheiro, ou se tem ou não.
E dinheiro é como hemorroidas , quem tem esconde.
Finalizando o povo sofrido e faminto, não tem nada a agradecer a deus, aliás deus deve uma imensidão para eles.
A recompensa de ter sua alam elevada aos céus, é igual à dos muçulmanos homens bomba que mata milhares de inocentes pelas virgens divinas nos haréns celestiais:
SUPOSIÇÃO e FÉ.