Cesar Maia
1. As pesquisas recentes reiteraram as pesquisas anteriores sobre
os principais problemas sentidos pelo Carioca. Por exemplo, o Datafolha de
23/08. Os principais problemas indicados pelos eleitores são: Saúde/ hospitais/
postos de saúde: 46% / Segurança/ violência/ criminalidade: 25% / Educação/
escolas/ creches: 8%
2. Em função disso, observando as inserções e os programas
eleitorais na TV neste início de campanha eleitoral verificamos que os
candidatos a prefeito, basicamente, seguem essas questões destacadas nas
pesquisas.
3. A exceção é Jandira Feghali, que traz, em seus programas,
inserções, e até no primeiro debate, a eleição para o plano nacional. Enfatiza a
questão do impeachment defendendo Dilma e Lula. Lula é o destaque defendendo a
candidatura de Jandira. A pesquisa Datafolha mostrou que 14% dos eleitores
votariam com certeza em candidato a prefeito indicado por Lula. Jandira agrega
a Lula gratuidade para estudantes no transporte público para chegar na
fronteira dos 15%, mesmo numa campanha de anticandidata.
4. É provável que essa eleição reproduza 1992 em que o segundo
candidato passe para o segundo turno com até 16% (incluindo os brancos e
nulos). Portanto, o objetivo de ficar no entorno dos 15% deve atrair todos os
candidatos do segundo bloco (excluindo Crivella).
5. Pedro Paulo tem enfatizado a questão da saúde pública. Mais da
metade das clínicas da família que cita já existiam como postos de saúde da
família, postos de saúde e centros municipais de saúde e, portanto, a
atratividade do que diz deve ser menor do que imagina. Mas o intrigante é porquê,
depois de quase oito anos de governo, 46% da população destaca a saúde como o
maior problema. Por que acreditaria agora em promessas nesse setor? Não vai
esquecer das campanhas anteriores dos postos de saúde 24h e das UPAs.
6. A segurança pública/violência como segunda prioridade para 25%
dos eleitores atrai a comunicação de Bolsonaro e Índio da Costa. Aqui também
resta saber se o eleitor vai acreditar que a prefeitura, através da Guarda
Municipal armada, teria condição de contribuir como polícia, ou se acha que é
pura demagogia eleitoral.
7. Ou seja: destacar algo como prioridade entre os problemas que
enfrenta não quer dizer que o eleitor veja o prefeito hoje como solução para
esses problemas. E, com isso, pode não ser um condutor de voto.
8. Índio da Costa, fantasiado de Steve Jobs, tem enfatizado em seus
programas sua própria imagem em plano fechado na TV. E sublinhado sua
experiência de gestão nos governos que participou. Sua comunicação - por
enquanto - não é funcional, mas personalística. Gera mais memória de sua imagem
e seu nome ao eleitor, em relação aos demais, o que é verdade. Mas levará ao
voto?
9. Crivella usou os primeiros programas eleitorais para apresentar
sua biografia. Procura descolar-se da percepção de pastor evangélico e mostrar
sua experiência e capacidade. E, com isso, dar sustentabilidade à sua folgada
liderança nas pesquisas.
10. Osório ainda não conseguiu fixar sua imagem e seus
compromissos. E trilhou no segundo programa o perigoso caminho da antipolítica
enfatizando uma candidatura independente de partidos e políticos.
11. Os demais, com um tempo mínimo de TV, querem apenas gerar
alguma memória. Exceção de Freixo, que usa seus segundos na TV para levar o
eleitor às redes sociais e às ruas. Esse caminho re-atrairá seus leitores
básicos, que são os jovens, e os de maior nível superior. Que fôlego potencial
terá?
Título e Texto: Cesar Maia, 31-8-2016
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