sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Cuidado com as pesquisas neste momento!

Cesar Maia

1. Não se trata de questionar essa ou aquela. Mas todas elas estarão sendo feitas até uma semana antes da eleição - digamos dia 24 - com uma margem de erro, ou de imprecisão, maior do que a margem técnica. Vamos lá.
2. Quando um candidato dispara, ocorre um efeito - vencedor. Ou seja, uma parte - a princípio pequena - do eleitorado muda o voto para o líder, para vencer com ele. É uma espécie de voto útil oportunista.
3. Além disso, ocorreram as tendências já registradas e divulgadas quanto ao "voto cristão" e ao voto higiênico comentado por este Ex-Blog umas cinco semanas atrás. Lembrando: com os escândalos noticiados, o eleitor que recua de sua decisão em relação à Dilma, vai para Marina, ajustando seu voto sem admitir para seus amigos que a escolha havia sido equivocada.

4. Não se conhecem as profundidades dessas duas tendências citadas. Ou seja, se a onda delas continuou avançando depois das eleições ou não. Ou se regrediu depois das declarações "cristãs" de Dilma. O eleitor que optou pelo "vencedor" permanece ou retorna?
5. Qual será o efeito de um Serra competitivo sobre o eleitorado? Como as máquinas (cargos, ONGs, terceirizados, sindicatos, empresas protegidas, etc.) reagirão? Vão à luta abertamente garantir o "pão de cada dia" sem concurso ou licitação?
6. Esse segundo turno é muito diferente de um segundo turno como tantos outros. Ele não intensifica -mais ou menos- os fluxos anteriores. Esse segundo turno, numa faixa de uns 30% dos eleitores (Marina + 10%), abre como um redemoinho de areias de diversas cores. Quando parar, como vai se assentar, sedimentar?
7. Todos tem sua hipótese. Este Ex-Blog também. Mas vai ficar calado. Em todo o caso, sugere aos candidatos: a) não fazer besteira, não falar besteira, não pisar em falso. Um caso desses pode catalisar tendências contra ele; b) ter uma assessoria competente capaz de induzir fato novo, que seja aglutinador para seu candidato e dispersivo para o outro.
8. Fatos novos possíveis ou prováveis podem ser testados em pesquisas qualiquanti. Em qualitativas só se no Brasil se tivesse um sistema - como nos EUA - onde se dispara um vídeo ou uma ideia e se mobiliza em tempo real - centenas e centenas de salas feitas para isto, em supermercados e shoppings, e se tem respostas no mesmo dia.
Ex-Blog do Cesar Maia

Um comentário:

  1. Diferença entre Dilma e Serra no Datafolha oscila de sete para seis pontos:
    A pesquisa Datafolha a ser divulgada hoje deve mostrar seis pontos percentuais de diferença nos votos totais entre a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra: há cinco dias, era de sete. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

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