Trato da questão do aborto neste blog desde que a página existe — 24 de junho de 2006. E pago o pato por minhas posições, certo? Cada um arque com as conseqüências daquilo que pensa. É fácil? Claro que não! É preciso enfrentar boçalidades de todo tipo. Imaginem então se você diz, para ser genérico, que acredita em Deus… O pesquisador britânico Richard Lynn, por exemplo, fez barulho com a afirmação de que os ateus são mais inteligentes — e foi levado a sério por quem nunca leu Santo Tomás de Aquino, ao menos para aprender a argumentar contra… Santo Tomás de Aquino. Terei sido muito sutil? A tese fez sucesso nos meios subacadêmicos e subintelectuais brasileiros, já que gente responsável não daria bola pra isso.
Pensar isso OU aquilo tem um preço. E há escolhas que não comportam conjunção aditiva, só alternativa. O binômio Dilma-aborto revela um modo de o PT lidar com a realidade. Ora, que o partido faça, como fez, a sua escolha! É legítimo! Mas que seja claro a respeito de suas opções. Eu não estou debatendo esse assunto porque quero satanizar Dilma: “Olhem ali a assassina de criancinhas!” Nada disso! Eu quero saber sobre o que mais ela pensa e seu contrário; quero saber por que esconde o seu real pensamento.
Ou que se explique. A favor da vida, ora essa!, todo mundo é. Quem poderia dizer o contrário? Stálin diria isso! Hitler, Mussolini, Mao Tse-Tung, Fidel Castro e São Francisco de Assis. Logo, uma fala que uniria São Francisco a Mao Tse-Tung não quer dizer nada como política pública.
O PT fez um congresso em que deliberou a favor da descriminação do aborto. Puniu um deputado que ousou divergir: ele teve seus direitos partidários suspensos por um ano — com o apoio quase unânime da direção nacional do partido. Os petistas certamente acham que a descriminação é um bem para os brasileiros: que tenham a coragem de enfrentar o debate, defendendo a proposta, como tenho, combatendo-a.
O partido certamente enfrentará uma maioria contrária, como eu também enfrento no meu meio. Como não preciso ser simpático para conseguir o favor dos meus pares, então digo o que penso. Como o PT precisa do voto, então finge não pensar o que pensa. Esse é o ponto.
Reinaldo Azevedo
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