Os debates

Peter Wilm Rosenfeld

Peter Wilm Rosenfeld,
 foto: arquivo pessoal

Estamos a  pouco mais de duas semanas do segundo turno da eleição  presidencial e ainda assistiremos a algum ou alguns debates na televisão.

Os debates, na fase atual, são realmente proveitosos, contrariamente ao que tivemos na primeira fase, em que se digladiavam vários candidatos com alguns segundos para cada um tentar dar seu recado.

Já mencionei isso em artigo anterior, mas não custa repetir: a idéia de que todos os candidatos têm que ter a mesma oportunidade de exporem as virtudes de seus partidos, por mais nanicos que sejam, é simplesmente ridícula.

Será que alguém, em seu juízo perfeito, pensa que um candidato com 1% ou 2% de intenção de voto (ou até menos do que isso) tem algum significado em uma eleição? Em poucos segundos, ninguém consegue dar seu recado (os Drs. Enéas Carneiro da vida são exceções que não provam a regra)!

Espero que a lei que define esses parâmetros seja alterada a partir da eleição para Prefeitos, que se realizará daqui a dois anos!

Isso posto, vamos aos comentários sobre o primeiro debate desse segundo turno.

1º - Ridícula a insistência do PT em insistir em que sejam comparados os governos dos Srs. Fernando H. Cardoso e Lula da Silva. Ridícula porque quem governará o Brasil a partir de 1º de janeiro do próximo ano não será nenhum dos dois, mas sim, a Sra. Dilma Rousseff ou o Sr. José Serra.

Ou se está insinuando que apesar de a Sra. Rousseff eventualmente vir a ser a Presidente de direito, de fato o cargo será exercido pelo Sr. da Silva (coitados de nós em qualquer das hipóteses...)?

Ainda assim não faria sentido, pois estou certo de que se o Sr. Serra vencer o pleito, será ele que governará, e não o Sr. Fernando H. Cardoso.

2º - Vergonhosa a argumentação da Sra. Rousseff ao elaborar sobre qualquer dos assuntos debatidos, insistindo em mentir deslavadamente (o que, penso, deve vir do berço, aperfeiçoado nos anos em que foi guerrilheira comunista, com mestrado em seus oito anos ao lado do Sr. da Silva...). Ela insulta a inteligência dos que estão assistindo ao debate, quer o estejam fazendo no local do mesmo ou assistindo em outros locais.

3º - É evidente que “alguma” coisa positiva  o governo do Sr. da Silva realizou. Mas nada assegura que a Sra. Rousseff, se eleita, conseguirá sequer manter o realizado ou fazer algo de novo. É uma enorme falácia da candidata (a menos que, como já aventado, ela vier a ser uma simples figurinha se vencer a eleição...).

Aliás, o célebre Ali Babá do PT, que continua sendo um elemento de proa do partido, Sr. José Dirceu, declarou há poucas semanas em um evento de trabalhadores na Bahia que, se o PT vencer a eleição, a atitude do partido em relação ao governo será totalmente distinta da que foi no período do Sr. da Silva. Textualmente declarou que o Sr. da Silva vale por dois PTs.(insinuando, ou dizendo claramente, que quem governou o País no últimos oito anos não foi o partido, mas sim, o Sr. da Silva, mas que agora será diferente !).

4º - Já mencionei em artigo anterior de que, contrariamente ao Sr. Serra, que já exerceu exitosamente cargos nos governos federal e estadual e municipal de São Paulo, além de ter sido Deputado e depois Senador da República(obtidos em eleições), a Sra. Rousseff não se houve bem em nenhum dos cargos que ocupou (Diretora Geral da Câmara de Vereadores de P. Alegre, Secretarias da Fazenda e de Minas e Energia do Estado do RS, Ministra de Minas e Energia e da Casa Civil do Governo Federal), além de não ter qualquer experiência legislativa. Logo, é uma grande incógnita!

5º -  Finalmente, o que deve ser motivo de grande preocupação do eleitor brasileiro é a ideologia dos candidatos. O Brasil, infelizmente, tem um passado que não oferece qualquer segurança no que se refere a seu futuro como democracia. Nossos períodos de regimes verdadeiramente democráticos foram curtos em nossos pouco mais de 500 anos de existência.

O passado dos dois candidatos tem que nos servir de indicativo do que podemos esperar no futuro.

E nesse quesito o Sr. Serra é imbatível no confronto com a Sra. Rousseff.

A candidata do PT foi guerrilheira nos idos de 1960, lutando clandestinamente para que fosse instalado um regime comunista no País. Não foi clandestina para que fosse restaurado um regime democrático, mas sim para o Brasil se tornar um satélite da União Soviética(mais uma das famosas “Repúblicas Democráticas”...). Por essa razão foi presa. Repito: a Sra. Rousseff não lutou pela democracia, mas sim, para que o Brasil se subordinasse à URSS.

Como Ministra-Chefe da Casa Civil aprovou, para encaminhamento ao Presidente da República, o famigerado Programa Nacional de Desenvolvimento Humano 3 (PNDH-3), que faria o País voltar, de maneira absurda, para um regime de força.

Em palavras simples, a democracia iria para o brejo.

A Constituição de 1988 não valeria mais nada!

Quem o disse (e continua dizendo) são os maiores e mais sérios juristas do País.

Em poucas palavras essas são as credenciais dos candidatos!!! 

Peter Wilm Rosenfeld

pwrosen@uol.com.br

Porto Alegre(RS), 13 de outubro de 2010