Ernesto Ribeiro
Acabei de assistir O Baile, clássico do cinema francês.
Perfeito em termos técnicos e artísticos.
Belíssimo em sua fotografia, iluminação, coreografia e direção de arte.
Só tem um problema: o diretor Ettore Scolla era um
comunista. O que significa que essa reconstituição musical da História da
França pode ser tudo, menos fiel aos fatos. Lá está a velha desonestidade do
(i)realismo socialista deformando a verdadeira história com lentes vermelhas. Senão, vejamos os personagens do baile:
Há um francês de chapéu e sobretudo, colaborador
dos nazistas.
Há um alemão nazista, isolado no canto do salão.
Nenhuma mulher francesa quer dançar com o alemão.
Os americanos só aparecem impondo o jazz e a
Coca-Cola, junto com a Máfia e o contrabando. (“tudo de ruim”)
Não há judeus.
Se esse baile tivesse um diretor honesto, a dança mostraria esses passos da História real da França, que o cinema gauche
riscou do repertório:
Haveria UM MONTE de alemães nazistas animando o
salão com orquestra wagneriana.
A banda toca uma música tristíssima, trágica,
melancólica e sem-vergonha.
Também teríamos uma porrada de colaboradores
pró-nazistas lá dentro (França Ocupada) e mais ainda lá fora (França com
capital em Vichy).
TODAS as mulheres dançariam com os nazistas (todas
mesmo!)
e muitas fariam strip-tease lá dentro e trottoir
rodando a bolsinha lá fora.
No andar de cima, várias seriam levadas para a cama
pelos oficiais de suástica.
Os 40 000 judeus franceses seriam vistos no fundo
do cenário sendo embarcados nos trens rumo aos campos de concentração, despachados pelos
colaboracionistas.
Tanto à direita como à esquerda, os intelectuais
aplaudiriam. Tudo de ruim mesmo.
Os soldados ianques invadiriam o salão de nariz
tampado, pedindo licença para ir ao banheiro vomitar, e na saída deixariam no
balcão a conta do serviço de limpar a sujeira dos europeus --- pela Segunda
Vez.
Em maiúsculas mesmo, se é que você entendeu.
O General Marshall apresenta outra conta, para o
seu Plano de reconstrução do Salão Europeu, conserto dos instrumentos e
pagamento dos salários atrasados dos músicos.
A maioria dos americanos volta pra casa, enterrando
seus mortos, na Hora H (lamentando o Dia D) mas alguns ficam para exumar os
corpos dos judeus que ficaram escondidos no fundo do cenário.
A pedido dos ianques, e meio a contragosto, a
orquestra toca uma Marcha Fúnebre.
Outros ianques constroem bases militares para
impedir os brothers europeus de se destruírem uns aos outros e depois
ter de chamar o Tio Sam pra consertar o estrago deles mais uma vez.
No centro do salão, Jean-Paul Sartre dança uma
valsa apaixonada com Stalin. Depois com Mao Tse-Tung. E com Ho Chi Minh. E
Pol-Pot.
Ao fundo, montanhas de esqueletos humanos são
cobertas com cortinas e perfume francês pra disfarçar o fedor de 100 milhões de
cadáveres apodrecendo.
No melhor da farra, o baterista da banda entra
em greve. Estudantes param de dançar, erguem barricadas, picham as paredes, carregam O Livro Vermelho de Mao e cartazes do ditador da China cobrem o salão.
Numa refilmagem contemporânea, veríamos os novos convidados que a
esquerdalha trouxe para incendiar a França:
5 milhões de muçulmanos importados do Norte da
África. Multidões de jovens negros botam fogo no salão e estupram
as dançarinas francesas, sob o
olhar apavorado de Michel Houellebecq, que é levado a julgamento.
Os dançarinos fingem que não têm nada com isso e
culpam o imperialismo ianque.
Ao fundo, Brigitte Bardot é algemada de muletas; é
processada por ‘racismo’ sem nunca ter falado em raça, mas por ter protestado
contra a matança de animais com requintes de crueldade num ritual macabro
religioso.
A banda toca um death metal venenoso chamado
“Morte aos Infiéis”. Sucesso absoluto nas mesquitas.
A última cena é fácil de prever: bombas explodem no
salão.
Mas o filme é uma bomba mesmo. Ou você já viu algum
francês fazer um filme que preste?
Título, Imagens e Texto (formatação original): Ernesto Ribeiro,
16-04-2013
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