terça-feira, 16 de abril de 2013

Bonitinho mas Ordinário

Ernesto Ribeiro 
Acabei de assistir O Baile, clássico do cinema francês. Perfeito em termos técnicos e artísticos.
Belíssimo em sua fotografia, iluminação, coreografia e direção de arte.
Só tem um problema: o diretor Ettore Scolla era um comunista. O que significa que essa reconstituição musical da História da França pode ser tudo, menos fiel aos fatos. Lá está a velha desonestidade do (i)realismo socialista deformando a verdadeira história com lentes vermelhas. Senão, vejamos os personagens do baile:
Há um francês de chapéu e sobretudo, colaborador dos nazistas.
Há um alemão nazista, isolado no canto do salão.
Nenhuma mulher francesa quer dançar com o alemão.
Os americanos só aparecem impondo o jazz e a Coca-Cola, junto com a Máfia e o contrabando. (“tudo de ruim”)
Não há judeus.
Se esse baile tivesse um diretor honesto, a dança mostraria esses passos da História real da França, que o cinema gauche riscou do repertório:
Haveria UM MONTE de alemães nazistas animando o salão com orquestra wagneriana.
A banda toca uma música tristíssima, trágica, melancólica e sem-vergonha.
Também teríamos uma porrada de colaboradores pró-nazistas lá dentro (França Ocupada) e mais ainda lá fora (França com capital em Vichy).
TODAS as mulheres dançariam com os nazistas (todas mesmo!)
e muitas fariam strip-tease lá dentro e trottoir rodando a bolsinha lá fora.
No andar de cima, várias seriam levadas para a cama pelos oficiais de suástica.


Os 40 000 judeus franceses seriam vistos no fundo do cenário sendo embarcados nos trens rumo aos campos de concentração, despachados pelos colaboracionistas.
Tanto à direita como à esquerda, os intelectuais aplaudiriam. Tudo de ruim mesmo.
Os soldados ianques invadiriam o salão de nariz tampado, pedindo licença para ir ao banheiro vomitar, e na saída deixariam no balcão a conta do serviço de limpar a sujeira dos europeus --- pela Segunda Vez.
Em maiúsculas mesmo, se é que você entendeu.
O General Marshall apresenta outra conta, para o seu Plano de reconstrução do Salão Europeu, conserto dos instrumentos e pagamento dos salários atrasados dos músicos. 

 
A maioria dos americanos volta pra casa, enterrando seus mortos, na Hora H (lamentando o Dia D) mas alguns ficam para exumar os corpos dos judeus que ficaram escondidos no fundo do cenário.
A pedido dos ianques, e meio a contragosto, a orquestra toca uma Marcha Fúnebre.
Outros ianques constroem bases militares para impedir os brothers europeus de se destruírem uns aos outros e depois ter de chamar o Tio Sam pra consertar o estrago deles mais uma vez.
No centro do salão, Jean-Paul Sartre dança uma valsa apaixonada com Stalin. Depois com Mao Tse-Tung. E com Ho Chi Minh. E Pol-Pot. 
Ao fundo, montanhas de esqueletos humanos são cobertas com cortinas e perfume francês pra disfarçar o fedor de 100 milhões de cadáveres apodrecendo. 
No melhor da farra, o baterista da banda entra em greve. Estudantes param de dançar, erguem barricadas, picham as paredes, carregam O Livro Vermelho de Mao e cartazes do ditador da China cobrem o salão.
Numa refilmagem contemporânea, veríamos os novos convidados que a esquerdalha trouxe para incendiar a França:
5 milhões de muçulmanos importados do Norte da África. Multidões de jovens negros botam fogo no salão e estupram as dançarinas francesas, sob o olhar apavorado de Michel Houellebecq, que é levado a julgamento.
Os dançarinos fingem que não têm nada com isso e culpam o imperialismo ianque.  
Ao fundo, Brigitte Bardot é algemada de muletas; é processada por ‘racismo’ sem nunca ter falado em raça, mas por ter protestado contra a matança de animais com requintes de crueldade num ritual macabro religioso. 
A banda toca um death metal venenoso chamado “Morte aos Infiéis”. Sucesso absoluto nas mesquitas.  
A última cena é fácil de prever: bombas explodem no salão.  
Mas o filme é uma bomba mesmo. Ou você já viu algum francês fazer um filme que preste?
Título, Imagens e Texto (formatação original): Ernesto Ribeiro, 16-04-2013

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