A campanha eleitoral na Venezuela se encerrou ontem. Ambos os candidatos,
o governista Nicolás Maduro e o oposicionista Henrique Capriles mobilizaram
verdadeiras multidões em Caracas e ambos estão certos que vencerão as eleições
presidenciais, a primeira após a era Chávez.
Ambas as campanhas eleitorais
terminaram ontem e foram praticamente idênticas. Cabe agora ao eleitor
venezuelano, historicamente, um dos mais mal politizados e escolarizados do
mundo, decidir se a Venezuela voltará aos seus dias de progresso ou acabará se tornando
uma espécie de Cuba ou Coreia do Norte sul-americana.
Capriles é um jovem advogado
de 40 anos que representa a unificação de um punhado de partidos que são contra
o socialismo chamado de “bolivarianismo”, mas que, em suma é uma praga igual a
qualquer outro socialismo e já causou sérios estragos à sociedade venezuelana,
que serão difíceis de ser reparados no curto e médio prazo. Maduro, um pelego
do sindicalismo local, que promove a si mesmo dizendo ser o “herdeiro político”
de Hugo Chávez, se propõe a intensificar mais a inda o comunismo no país
vizinho, talvez levando o país a uma situação parecida com a de Cuba, através
da nebulosa e suspeita ‘revolução bolivariana’.
Capriles de Acarigua, estado
Portuguesa, foi enfático ao afirmar ontem que isso (a vitória de Maduro) não
vai acontecer e disse: “estou certo de que na próxima segunda-feira o mundo vai
ter uma nova Venezuela e que tomarei posse como presidente de todos os
venezuelanos em 19 deste mês”.
Maduro tem, contudo, todo o
aparato estatal para tentar capturar para si todas as simpatias dos setores
mais pobres, de onde tem provido o grosso do voto chavezista. “Até as pedras
estão dizendo que vou ganhar”, disse o presidente em exercício – segundo
muitos, no cargo de forma inconstitucional.
Apesar da vantagem das
pesquisas de intenção voto de Maduro, a oposição tem esperança que poderá haver
uma surpresa, pois sabe que as maiorias dessas pesquisas são direcionadas e
manipuladas pela situação.
Nos últimos dias algumas
dessas enquetes mostraram uma redução acentuada dessa vantagem de Maduro sobre
Capriles, prevendo que o resultado final poderá ser muito parelho.
Maduro, que segue a orientação
do marqueteiro do PT brasileiro, e outros militantes da esquerda nacional e
internacional estão usando de todos os factoides por eles mesmo criados para
tentar obter o voto da grande maioria incauta e ignorante da realidade de seu
país, incluindo desde a farsa de Maduro ter afirmado que recebeu uma visita de
Hugo Chávez encarnado sob a forma de um passarinho, até a difusão de uma série
de falsas conspirações envolvendo ‘mercenários salvadorenhos’ para promover a
violência e assassinar o atual presidente em exercício.
Em quantidade de gente, a
mobilização de Maduro, foi maior do que a de Capriles, mas muitos que votarão
na oposição não quiseram comparecer por puro medo de enfrentamento com a
polícia política do regime. Na verdade, o que ocorreu ontem – um dia útil – foi
o fato de o governo ter decretado “ponto facultativo” e ter disponibilizado
centenas de ônibus para o funcionalismo público comparecer à concentração de
rua, além de trazer milhares de partidários do interior do país.
“Estamos testemunhando um
brutal uso de dinheiro e bens do estado desviados para a campanha eleitoral de
Maduro com a mobilização de milhares de pessoas de todo o país para Caracas.
Mas o que vai contar é o que ocorrerá no próximo domingo, quando por meio do
voto se poderá por fim ao abuso de poder e iniciar a reconstrução do país”,
disse à imprensa o prefeito do município de Sucre, Carlos Ocariz.
“A situação do país é
calamitosa e tem que haver uma mudança severa. Não vou extinguir nada que signifique
benefício para o nosso povo, e o que vou eliminar, sim, é a corrupção deste
grupelho de oportunistas que está destruindo a nação. Não sou a oposição
apenas, sou a solução”, disse Capriles perante milhares de seguidores no estado
de Apure, pouco antes de viajar para Barquisimeto.
A campanha eleitoral atípica,
que foi para as ruas e para a mídia, assim que Chávez foi prestar contas ao seu
Juízo Final, não deixou dúvidas de que a figura do falecido caudilho, e toda a
sociopatia que ele representa, será decisiva no domingo. Os venezuelanos terão
que escolher entre a continuidade da barbárie comunista em que se encontram
hoje ou a mudança do regime ultrapersonalizado criado por Chávez ao longo de
seus 14 anos no poder, regime esse que está sendo considerado, por muitos, como
análogo ao da Coreia do Norte.
Título e Texto: Francisco
Vianna, 12-04-2013
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