terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A Vida Perfeita

Jonathas Filho

No final da existência, sempre avaliamos o que somos e o que fomos, verificando atos catalogados em reminiscências que acontecem quando pensamos “no que podia ter sido as nossas vidas”. Pensamos que para ter uma vida perfeita precisaríamos, a priori, ter o início, o meio e o fim, de acordo com o modelo que eu chamo Plano “A”:
Nascer em uma família bem estruturada e receber dela amor, carinho, cuidados, conforto, educação, ensinamentos e o aconselhamento de experiências passadas.
Crescer dentro de um círculo de parentesco e amizades que estimulassem a paz, a liberdade, a solidariedade, a generosidade, o respeito, o entendimento, a fraternidade, a camaradagem, a parceria, o lazer, o altruísmo e a igualdade.

Desenvolver a intelectualidade em escolas, sob a égide da disciplina, do bom senso, do conhecimento e do bom relacionamento, tornando-se conhecedor dos direitos e obrigações, transformando-se em um indivíduo de excelente qualificação, para mais tarde, ser direcionado para o emprego na atividade desejada.

Trabalhar, se dedicando de corpo e alma, usando a mente com entusiasmo e amor, se importando de fato com as tarefas, encontrando a felicidade no trabalho para o qual se preparou. Divertir-se com os amigos, flertar, ir a festas e baladas, dançar, ler, ir ao cinema e ao teatro, namorar, viajar, acampar, praticar esportes, fazer cursos, agregar mais conhecimento, aprender uma arte, aprender outro idioma, associar-se a uma entidade, tocar um instrumento musical, etc, etc, etc...

Apaixonar-se pela pessoa certa e passar a coabitar com ela o seu próprio “canto” e nesse encanto, ter os filhos que o amor mandar e a consciência permitir.

Poupar tudo o que for possível, principalmente saúde, independência, jovialidade, paciência e bons hábitos.
Cuidar-se, precavendo e protegendo a si e aos seus, das imperfeições e irregularidades que da sociedade possam advir, evitando situações que possam trazer qualquer prejuízo ao bem-estar e a tranquilidade.

Ter um Plano “B” e um “C” para poder envelhecer com alegria e sem maiores preocupações.
Lindo sonho esse Plano “A”. Entretanto, faltou um parágrafo essencial para que, em parte ou no todo, esse plano, de fato, fosse exequível. Faltou uma premissa sem a qual coloca todo arcabouço do Plano “A” em risco.

Trata-se de uma situação geopolítica: a condição sem a qual todos os esforços para tornar isso uma realidade, seriam baldados. Eis aqui o essencial:
Viver, sendo nativo ou não, em uma nação com um ótimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), projetado e executado dentro de um amplo e verdadeiro sentido social, atendendo a todos de maneira uniforme; onde a Constituição protegesse todos, considerando que todos são iguais perante a Lei; onde as Leis estivessem sempre atreladas à Justiça e essa, ao Direito; onde as políticas sociais se fizessem sem fins eleitoreiros; onde as oportunidades atingissem as necessidades; onde o respeito à pessoa humana, às instituições, ao patrimônio privado ou público fosse de priscas eras e por causa disso amalgamou-se à cultura do povo; onde a cultura não fosse só folclore; onde o desenvolvimento fosse conjugado no presente progressivo e contínuo, onde o sentimento de patriotismo fosse intrínseco e visceral.

Onde a Educação se fizesse com requintes de alta qualidade; onde o atendimento à Saúde fosse um orgulho nacional; onde o Transporte e o deslocamento para o Trabalho fosse um prazer diário; onde a Segurança fosse séria e efetiva; onde o Imposto pago fosse devidamente usado em benfeitorias públicas; onde os políticos fossem idealistas sem locupletação em valores pecuniários ou influência; onde tudo que fosse conquistado de forma legal fosse assegurado, respeitado e mantido, onde enfim, o Povo... numa perfeita vida dentro de um Estado de Direito, vivesse em paz.
Seria a Atlântida?
Aqui não é!!!
Título e Texto: Jonathas Filho, 04-02-2014

Oh... We close our eyes... The perfect life, life... Is all we need!!! 
Trad: Oh... Nós fechamos nossos olhos... A vida perfeita, vida... É tudo que precisamos!!! (... trecho da música “The perfect life” de Moby - Richard Melville Hall - Nova Iorque, 11 de setembro de 1965, mais conhecido pelo seu nome artístico Moby, é um cantor, músico, DJ e fotógrafo americano)

Um comentário:

  1. Seríamos nós Seres Perfeitos ...
    Experimentando a Imperfeição?

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