No final da existência, sempre
avaliamos o que somos e o que fomos, verificando atos catalogados em
reminiscências que acontecem quando pensamos “no que podia ter sido as nossas
vidas”. Pensamos que para ter uma vida perfeita precisaríamos, a priori, ter o início, o meio e o fim,
de acordo com o modelo que eu chamo Plano “A”:
Nascer em uma família bem
estruturada e receber dela amor, carinho, cuidados, conforto, educação,
ensinamentos e o aconselhamento de experiências passadas.
Crescer dentro de um círculo
de parentesco e amizades que estimulassem a paz, a liberdade, a solidariedade,
a generosidade, o respeito, o entendimento, a fraternidade, a camaradagem, a
parceria, o lazer, o altruísmo e a igualdade.
Desenvolver a intelectualidade
em escolas, sob a égide da disciplina, do bom senso, do conhecimento e do bom
relacionamento, tornando-se conhecedor dos direitos e obrigações, transformando-se
em um indivíduo de excelente qualificação, para mais tarde, ser direcionado
para o emprego na atividade desejada.
Trabalhar, se dedicando de
corpo e alma, usando a mente com entusiasmo e amor, se importando de fato com
as tarefas, encontrando a felicidade no trabalho para o qual se preparou. Divertir-se
com os amigos, flertar, ir a festas e baladas, dançar, ler, ir ao cinema e ao
teatro, namorar, viajar, acampar, praticar esportes, fazer cursos, agregar mais
conhecimento, aprender uma arte, aprender outro idioma, associar-se a uma
entidade, tocar um instrumento musical, etc, etc, etc...
Apaixonar-se pela pessoa certa
e passar a coabitar com ela o seu próprio “canto” e nesse encanto, ter os
filhos que o amor mandar e a consciência permitir.
Poupar tudo o que for possível,
principalmente saúde, independência, jovialidade, paciência e bons hábitos.
Cuidar-se, precavendo e
protegendo a si e aos seus, das imperfeições e irregularidades que da sociedade
possam advir, evitando situações que possam trazer qualquer prejuízo ao bem-estar
e a tranquilidade.
Ter um Plano “B” e um “C” para
poder envelhecer com alegria e sem maiores preocupações.
Lindo sonho esse Plano “A”. Entretanto,
faltou um parágrafo essencial para que, em parte ou no todo, esse plano, de
fato, fosse exequível. Faltou uma premissa sem a qual coloca todo arcabouço do
Plano “A” em risco.
Trata-se de uma situação geopolítica:
a condição sem a qual todos os
esforços para tornar isso uma realidade, seriam baldados. Eis aqui o essencial:
Viver, sendo nativo ou não, em
uma nação com um ótimo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), projetado e
executado dentro de um amplo e verdadeiro sentido social, atendendo a todos de
maneira uniforme; onde a Constituição protegesse todos, considerando que todos
são iguais perante a Lei; onde as Leis estivessem sempre atreladas à Justiça e
essa, ao Direito; onde as políticas sociais se fizessem sem fins eleitoreiros;
onde as oportunidades atingissem as necessidades; onde o respeito à pessoa
humana, às instituições, ao patrimônio privado ou público fosse de priscas eras
e por causa disso amalgamou-se à cultura do povo; onde a cultura não fosse só
folclore; onde o desenvolvimento fosse conjugado no presente progressivo e
contínuo, onde o sentimento de patriotismo fosse intrínseco e visceral.
Onde a Educação se fizesse com
requintes de alta qualidade; onde o atendimento à Saúde fosse um orgulho
nacional; onde o Transporte e o deslocamento para o Trabalho fosse um prazer
diário; onde a Segurança fosse séria e efetiva; onde o Imposto pago fosse
devidamente usado em benfeitorias públicas; onde os políticos fossem idealistas
sem locupletação em valores pecuniários ou influência; onde tudo que fosse
conquistado de forma legal fosse assegurado, respeitado e mantido, onde enfim,
o Povo... numa perfeita vida dentro de um Estado de Direito, vivesse em
paz.
Seria a Atlântida?
Aqui não é!!!
Título e Texto: Jonathas Filho, 04-02-2014
Oh... We close our eyes... The perfect life, life... Is all we
need!!!
Trad:
Oh... Nós fechamos nossos olhos... A vida perfeita, vida... É tudo que precisamos!!! (... trecho da música “The perfect
life” de Moby - Richard Melville Hall - Nova Iorque, 11 de setembro de
1965, mais conhecido pelo seu nome artístico Moby, é um cantor,
músico, DJ e fotógrafo americano)
Seríamos nós Seres Perfeitos ...
ResponderExcluirExperimentando a Imperfeição?