António Ribeiro Ferreira
Desta
vez não se pode acusar o mais do que relativo presidente do Conselho de vender
gato por lebre aos portugueses. Desde a primeira hora que se sabia que o
Groucho Marx das Finanças ia ser uma grande anedota.
É preciso recuar a abril de
2015, quando um grupo de 12 sábios entregou ao futuro golpista Costa o programa
económico do PS. Com pompa e circunstância surgiu no palanque a equipa, com
Mário Centeno ao microfone. Basicamente, tudo começou aí. O atual Groucho Marx
das Finanças precisou de um ponto para dizer aos portugueses coisas tão simples
como qual seria o PIB e o défice para 2016 previstos nas suas extraordinárias
folhas de excelo.
Podia ser dos holofotes, do
nervoso de estar à frente de tantas objetivas e câmaras de televisão. Podia,
mas afinal não era. Estes poucos meses já deram para ver que o homem é um
desastre ambulante, cá dentro e lá fora. Depois de muitos dias e muitas noite
de labuta intensa, lá conseguiu parir um esboço de Orçamento para 2016 que tem
lugar garantido no Guinness. Nunca um documento desta natureza suscitou tanta
unanimidade, nunca um documento desta natureza suscitou tamanha perplexidade. A
lista dos perplexos é extensa e não para de aumentar.
Começou pelo respeitável
Conselho de Finanças Públicas da economista Teodora Cardoso; vieram depois as
três principais agências de rating, Standard & Poor’s, Fitch (por duas
vezes), Moody’s e a canadiana DBRS, a única que resistiu estes anos todos a
atirar o rating da dívida portuguesa para o lixo; a Comissão Europeia, com previsões
que atiravam logo para o cesto dos papéis o esboço do Groucho Marx das
Finanças; e a UTAO, uma unidade técnica independente que não hesitou em acusar
o académico feito ministro de maquilhar as contas públicas. A favor do esboço
só apareceram algumas vozes, poucas, socialistas, comandadas pelo Groucho Marx
júnior das Finanças, conhecido por João Galamba.
E já que estamos a falar de
atores cómicos, tudo isto daria uma imensa vontade de rir se Portugal não
estivesse, pela quarta vez, a caminho do precipício, a uma velocidade difícil
de imaginar quando os golpistas derrotados nas eleições de 4 de Outubro assaltaram
o poder com a maior fraude de sempre da democracia portuguesa. A posição da
agência canadiana é particularmente grave. Se a DBRS atirar a dívida portuguesa
para o lixo, os bancos nacionais ficam impossibilitados de se financiarem no
Banco Central Europeu e o seu destino será, muito provavelmente, o dos bancos
gregos quando os esquerdistas do Syriza desafiaram as instituições europeias.
Fecharam as portas, limitaram os levantamentos e a economia grega foi atirada
contra a parede.
E se a banca cair na desgraça,
os juros da dívida portuguesa rapidamente vão disparar para valores
impensáveis, a partir do momento em que o BCE ficar impedido de ir aos mercados
comprar dívida nacional. É evidente que os socialistas são useiros e vezeiros
em atirar o país para a bancarrota, como o fizeram em 2011. É evidente também
que arranjam sempre narrativas de ficção para nunca reconhecerem o desastre e
voltarem sempre ao local do crime com o ar mais inocente do mundo. Mas os
portugueses normais, que trabalham ou estão desempregados, que são pobres ou
remediados, pagaram, pagam e vão, pelos vistos, continuar a pagar caro as
políticas irresponsáveis e criminosas dos golpistas Costas e dos Grouchos deste
sítio cada vez mais mal frequentado.
É evidente que os golpistas Costas
e Grouchos, seniores ou juniores, passam sempre pelos pingos da chuva,
refugiados nas academias estatais ou na vida política. Não sabem o que é a vida
real, a vida das empresas, do pagamento de salários ao fim do mês, das
falências, do desemprego, das filas nos centros de emprego e na Segurança
Social. Atiram milhões para a pobreza, fazem a vida dos cidadãos num inferno e
andam feitos grandes senhores, com extraordinários planos económicos que não
passam de exercícios de ficção. Portugal, pobre e cada vez mais corrupto, está
outra vez entregue à bicharada.
P.S.: PJ e MP investigam
compra dos Kamov. Há dez anos, o então ministro da Administração Interna,
António Costa, adquiriu dez helicópteros: seis Kamov (pesados) e quatro
B3-Ecureuil (ligeiros). A frota custou 62 milhões de euros.
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