Leo Daniele

Nessas palavras está expresso
exatamente o que se deve entender por relativismo, para o qual não existem
certezas, nem verdades absolutas. A verdade, o bem e o mal variam sempre de
acordo com a pessoa e as circunstâncias de tempo e de lugar. Ninguém nunca pode
dizer: isto é assim, e não é de outro jeito. Bem, digamos, pós-moderno, não é?
Um exemplo desta colocação
encontramos numa enfermiça e famosa canção: “Imagine que não exista
nenhum paraíso. É fácil se você tentar. Nenhum inferno abaixo de nós, sobre nós
apenas o firmamento. Imagine todas as pessoas vivendo pelo hoje…”. (Imagine,
de John Lennon).
E, como reconhecia o Papa
Bento XVI, existe em nossos dias a “ditadura do relativismo”!
Uma leitora relativista
escreveu a Plinio Corrêa de Oliveira: “Algo em seus artigos me
entristece. É a certeza que o sr. sente a respeito de tudo quanto afirma. É uma
certeza tão categórica, tão compacta, tão absoluta, que causa mal-estar. Aos
que pensam como o sr., porque a certeza deles é bem menor que a sua. Aos que
não têm certeza nenhuma, porque sentem as certezas do sr. como pontiagudos
desafios. E aos que do sr. discordam… destes então nem se fale.”
E ele, um antirrelativista,
respondeu: “Se lhe pareço intolerante, a sra. há de achar lógico que
eu não tolere certas posições doutrinárias. Eu é que não compreendo como a
sra., que se gaba de tolerar tudo, não me tolere a mim (e aos incontáveis
brasileiros que a sra. reputa intolerantes). Sua tolerância tem mão e não tem
contramão. A sra. tolera só os que, como a sra., são tolerantes. E me acusa de
só tolerar os que pensam como eu…
“‘Sentir certeza a
respeito de tudo quanto afirma’, é coisa rara e louvável. Mas na maneira da
pensar de alguns — como da leitora — é censurável.
“Por que razão isso é
assim? Há muitas causas. Uma das principais é a rejeição, consciente ou
subconsciente, de tudo quanto seja absoluto. E é por isso que todo
relativista tem algo de ateu, pois o Absoluto é Deus.
“A indisfarçável
tristeza profunda do mundo moderno sob a aparência do contrário certamente tem
muito a ver com essa fuga do absoluto. Certamente disso já falava Camões.
quando dizia que ‘Não nos dá a Pátria, não, que está metida, no gosto da
cobiça e na rudeza, de uma austera, apagada e vil tristeza’”. (“Folha
de S. Paulo”, 29-10-77)
Quanto a nós, continuemos a
julgar as pessoas baseados somente no ”sim e não”. Pois diz Nosso Senhor
Jesus Cristo: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não;
porque o que passa disto vem do Maligno” (São Mateus 5-37).
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