Luciano Henrique
Achando que todos são idiotas,
o jornalista petista Kennedy Alencar [foto] tira a carta do plano B do bolso. No fato
de ser impossível defender a economia do partido, resta a alternativa típica de
qualquer fraudador: ao menos convencer os outros de que se “cometeu um erro” e
não uma fraude intencional.
Ele escreve:
O governo Dilma está prestes a
cometer mais um erro na área econômica: tentar emplacar uma meta flexível de
superávit primário depois de anos seguidos de descumprimento dos objetivos
fiscais para manter a dívida pública sob controle. É baixa a chance de sucesso
de uma proposta dessa natureza.
A ideia de estabelecer uma
banda (um intervalo de flutuação semelhante ao da meta de inflação) faria
sentido num outro contexto, no qual o Brasil tivesse cumprido com rigor metas
de superávit primário ou numa situação de conforto fiscal, o que não é o caso
agora.
Essa ideia poderia ter dado
certo na largada da gestão de Joaquim Levy no ano passado, quando o então
ministro tinha credibilidade perante o mercado.
O ministro Nelson Barbosa é
muito melhor do que o ex-ministro Guido Mantega e que o ex-secretário do
Tesouro Arno Augustin. É muito mais responsável fiscalmente e mais preparado
tecnicamente.
Mas Barbosa não tem a
credibilidade perante o mercado que Levy tinha. Agora, que o ano está começando
de fato, o que é um absurdo diante da grave crise econômica do país, a
presidente Dilma Rousseff ainda vai pagar a conta completa da substituição de
Joaquim Levy por Nelson Barbosa.
Desde a queda de Levy no final
de 2015, o governo teve tempo para preparar um plano fiscal de longo prazo que
fizesse sentido. Propor limite para o crescimento dos gastos públicos é correto.
Mas falar em meta flexível de superávit primário só vai transmitir a mensagem
errada aos agentes econômicos. É fato que a arrecadação de impostos do governo
está caindo. Isso é efeito da recessão criada pelas decisões erradas da
presidente Dilma, apesar de fatores externos, de fato, terem agravado esses
equívocos do governo.
No entanto, um governo sem
credibilidade fiscal não tem como falar em meta flexível. Ou se cumpre a meta
de 0,5 ponto percentual de superávit primário em relação ao PIB (Produto Interno
Bruoto), ainda que com alto sacrifício, ou se assume uma meta menor.
É incrível lembrar o que o
governo dizia há apenas 45 dias. Quando Barbosa assumiu, prometeu cumprir a
meta de 0,5 ponto percentual. Dilma deu entrevista falando a mesma coisa. Agora,
vão dar um jeito de mascarar o que já sabiam que não fariam.
O Brasil continua com um grave
problema: a incapacidade da presidente de lidar com a economia. O país tem um
ministro que poderia ter sido a solução em agosto de 2013, quando fazia sentido
uma correção gradual de rumos. Mas, em fevereiro de 2016, Barbosa segue as
ordens de uma presidente que não admite os erros que cometeu na economia.
Meta fiscal flexível na atual
conjuntura será erro político com repercussão econômica negativa. Ou seja, mais
descrédito perante os agentes econômicos, o que deverá resultar em menos
investimentos e mais recessão.
Blá-blá-blá…
Vamos aos fatos: o PT tinha um
projeto de censurar a mídia para esconder os indicadores econômicos ruins, que
seriam produzidos como parte inexorável do projeto de poder do partido. Não
conseguiram censurar a mídia, deu nisso…
É bom lembrar que, como alguns
direitistas não abandonam a fé cega na crença, uma explicação se faz
necessária: é claro que um socialista pode alegar que seria melhor para ele que
seu projeto de poder não resultasse na destruição da economia, mas isso é o
mesmo que um ladrão que acabou de assassinar sua vítima dizer que seria
melhor para ele que seus projéteis mortais tivessem como resultado uma pessoa
posteriormente ressuscitada, ou que um estuprador que acabou de violar sua
vítima dissesse que seria melhor que no futuro ela se declarasse apaixonada,
ou, ao menos, livre de traumas. Mas a realidade é diferente dessas possíveis
alegações: um socialista com projeto de poder sempre com base em saqueamento
estatal sabe que isso vai destruir a economia, tanto quando um assaltante
homicida sabe que sua vítima não vai ressuscitar e um estuprador sabe que sua
vítima não agradecerá o estupro. Seria melhor para essas pessoas que suas
alegações se materializassem? Sem dúvida alguma. Imagine como seria para
um assaltante poder sair matando suas vítimas, sabendo que elas ressuscitariam
depois e ainda retirassem todas as queixas. Ou então para um estuprador saber
que ele vai receber flores de suas vítimas a cada estupro cometido. Mas eles
sabem que isso não vai acontecer. Então eles fazem uma troca. Em nome de seu
projeto de poder, o socialista faz uma escolha em troca da solidez da
economia, assim como um estuprador, em nome de sua violência, faz uma
escolha em troca da satisfação de sua vítima. Dizer que o socialista
intencionalmente destrói uma economia não é, então, dizer que este é seu
principal objetivo, mas o resultado inevitável de suas escolhas, que ele tomou
conscientemente em nome de sua ambição única: o poder totalitário.
Mas para poder continuar
enganando os outros, o socialista apela ao truque de dizer que “cometeu enganos
na economia”, quando na verdade foram escolhas conscientes em nome de um
projeto de poder. É o plano B de qualquer fraudador: se for pego na fraude,
convencer a patuleia de que “apenas cometeu um erro”. Manifestada especialmente
por muitos liberais, a fé cega na crença visa acreditar que “o socialista é
cheio de boas intenções que não deu certo”. Mas aos poucos essa crença deve ser
escrutinada, pois é uma crença infantil. Isto é, claro, quando manifestada por
liberais, pois quando alegada por um socialista é uma baita de uma esperteza
sórdida.
Em suma, nunca foi intenção do
PT “arrumar a economia” do Brasil. Vá enganar outro, Kennedy!
Título, Imagem e Texto: Luciano Henrique,
Ceticismo Político, 16-2-2016
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