quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

A locomotiva parada...

Valdemar Habitzreuter
Difícil, muito difícil. Não há perspectivas de a locomotiva Brasil se mover neste ano. Tudo gira em torno de escândalos de corrupção advindos de políticos ocupando altos postos, e grandes empresas em conluio com o governo. Não há discussão por parte da mídia e redes sociais focando otimismo para se sair da crise; há tão somente inconformação, repúdio, pela ‘podridão’ que, qual avalanche, inunda toda a sociedade brasileira.


De antemão já podemos vislumbrar que 2016 vai passar em branco, não vemos indícios que vá ser diferente do ano anterior. Esperávamos que, com o recesso parlamentar e judiciário, nossos representantes e guardiões da democracia trouxessem novas ondas de força e dessem o impulso necessário para tocar a locomotiva. Mas ledo engano, não há sinal de a locomotiva avançar. A grande discussão deste ano é se o maquinista está apto ou deva ceder seu lugar para tocar o trem. O impeachment vai ser o grande tema deste ano.

Além disso, os postos-chave para que o parlamento funcione a pleno vapor estão eivados de buracos negros onde não se enxerga luz alguma que possa dar algum conforto à sociedade. Cunha persiste em seu cinismo e usa a presidência da câmara para sua defesa, ao invés de ocupar o posto para a defesa e bem-estar do povo brasileiro; o presidente do senado está na moita, preocupado de a Justiça chafurdar seu envolvimento com ilícitos e leva-los a púbico, e, além do mais, agarra-se à saia de Dilma.

Tudo muito difícil, tudo muito lento neste país do futebol e carnaval. O judiciário parece não querer se decidir; travou e impôs procedimentos para o impeachment de Dilma, como claro sinal de impedi-lo (este assunto já deveria ter sido solucionado em 2015); não sabe como enquadrar Cunha para que seja destituído da presidência da câmara; é moroso a admitir as provas contundentes da Lava-jato que incriminam políticos e empresários; dá o benefício da dúvida às falcatruas de Lula, e por aí vai...

Até no futebol as coisas já não engrenam mais. Quem já não se delicia mais com o futebol europeu que com o nosso? Os 7 a 1 estão no nosso inconsciente coletivo e ali permanecerão para sempre e, de vez enquanto, elevados à consciência para nosso vexame. A exceção, é claro, fica por conta do carnaval. É nestes dias que o povão se aliena de tudo como se estivesse em êxtase puro e nada o afeta negativamente, tudo é festa...

O problema justamente é o êxtase… Quando passa, a desolação é grande ao retornar às mazelas da vida real, digo, da triste situação que o governo petista nos colocou. Difícil é acreditar que haverá uma limpeza geral, em 2016, de toda feiura que se estampa no cenário brasileiro.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 17-2-2016

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