Valdemar Habitzreuter
Difícil, muito difícil. Não há
perspectivas de a locomotiva Brasil se mover neste ano. Tudo gira em torno de
escândalos de corrupção advindos de políticos ocupando altos postos, e grandes
empresas em conluio com o governo. Não há discussão por parte da mídia e redes
sociais focando otimismo para se sair da crise; há tão somente inconformação,
repúdio, pela ‘podridão’ que, qual avalanche, inunda toda a sociedade
brasileira.
De antemão já podemos
vislumbrar que 2016 vai passar em branco, não vemos indícios que vá ser
diferente do ano anterior. Esperávamos que, com o recesso parlamentar e
judiciário, nossos representantes e guardiões da democracia trouxessem novas
ondas de força e dessem o impulso necessário para tocar a locomotiva. Mas ledo
engano, não há sinal de a locomotiva avançar. A grande discussão deste ano é se
o maquinista está apto ou deva ceder seu lugar para tocar o trem. O impeachment
vai ser o grande tema deste ano.
Além disso, os postos-chave
para que o parlamento funcione a pleno vapor estão eivados de buracos negros
onde não se enxerga luz alguma que possa dar algum conforto à sociedade. Cunha
persiste em seu cinismo e usa a presidência da câmara para sua defesa, ao invés
de ocupar o posto para a defesa e bem-estar do povo brasileiro; o presidente do
senado está na moita, preocupado de a Justiça chafurdar seu envolvimento com
ilícitos e leva-los a púbico, e, além do mais, agarra-se à saia de Dilma.
Tudo muito difícil, tudo muito
lento neste país do futebol e carnaval. O judiciário parece não querer se
decidir; travou e impôs procedimentos para o impeachment de Dilma, como claro
sinal de impedi-lo (este assunto já deveria ter sido solucionado em 2015); não
sabe como enquadrar Cunha para que seja destituído da presidência da câmara; é
moroso a admitir as provas contundentes da Lava-jato que incriminam políticos e
empresários; dá o benefício da dúvida às falcatruas de Lula, e por aí vai...
Até no futebol as coisas já
não engrenam mais. Quem já não se delicia mais com o futebol europeu que com o
nosso? Os 7 a 1 estão no nosso inconsciente coletivo e ali permanecerão para
sempre e, de vez enquanto, elevados à consciência para nosso vexame. A exceção,
é claro, fica por conta do carnaval. É nestes dias que o povão se aliena de
tudo como se estivesse em êxtase puro e nada o afeta negativamente, tudo é
festa...
O problema justamente é o
êxtase… Quando passa, a desolação é grande ao retornar às mazelas da vida real,
digo, da triste situação que o governo petista nos colocou. Difícil é acreditar
que haverá uma limpeza geral, em 2016, de toda feiura que se estampa no cenário
brasileiro.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 17-2-2016
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