Reinaldo Azevedo
Num gesto de grosseria inédito, ministra
usa homenagem a Teori para desconvidar chefes dos outros Poderes para abertura
do Ano Judiciário
Lá vou eu, não é?, a desafiar
a histeria, colhendo ainda mais reações histéricas.
O que eu espero das
autoridades constituídas? Que respeitem as instituições. Mais: pessoas ocupam
posições na República, mas as posições não são as pessoas. Assim, estas passam,
entram para a história ou somem no ralo, aquelas ficam.
O ordenamento institucional
prevê que o Ano Judiciário tenha início com uma sessão solene, a que comparecem
os chefes dos Três Poderes: o presidente do Supremo, o presidente da República
e os respectivos presidentes da Câmara e do Senado.
Cármen Lúcia houve por bem
mudar isso de maneira absolutamente injustificável. Ela simplesmente
desconvidou o presidente Michel Temer, o deputado Rodrigo Maia e o senador
Renan Calheiros. Alegação? Pois não… Como a sessão do Supremo será marcada por
homenagens ao ministro Teori Zavascki, então a cerimônia tradicional ficaria
imprópria.
Trata-se de um despropósito e
de uma desculpa esfarrapada. Ora, eis mais um motivo para que os Três Poderes
constituídos estejam presentes. A decisão de Cármen é grosseira, desrespeitosa
e, lamento dizer, demagógica.
A ministra deveria revelar a
real razão por que escolheu esse caminho. Nada tem a ver com as homenagens a
Teori. Parece que, na Presidência do Supremo, ela se sente pura demais para
aparecer ao lado de políticos. Então não foi assim até no velório de Teori? Deu
um jeito, toda a imprensa noticiou, de não cruzar com Temer no local.
Cármen pode detestar Temer.
Cármen pode detestar Maia.
Cármen pode detestar
Calheiros.
Mas a presidente do Supremo
deve respeito institucional ao presidente da República e aos respectivos
presidentes da Câmara e do Senado. E não se viu isso.
É a velha história… Quer
realmente conhecer a natureza profunda de um indivíduo? Ora, basta que se lhe
dê um pouco de poder. Quando o poder é grande…
Pois é… Acho que Cármen Lúcia,
mais uma vez, joga para a torcida. Reitero: pouco importa o que ela pense sobre
as personagens, não é mesmo? A ministra deve subordinação é ao ordenamento do
estado brasileiro.
Prima do petista
De resto, vamos dizer tudo.
Ninguém chega a ministro do Supremo sem articulação política e sem falar com os
políticos. E isso também vale para Cármen, que deve sua indicação ao
ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence, cuja simpatia pelo PT sempre foi explícita.
Era também um interlocutor de Lula.
Logo, a ministra também tem
suas afinidades, suas relações, seu círculo de influência… Mais: fez o trabalho
que faz todo indicado. Foi conversar com os senadores, pedindo respeitosamente
seu voto. E sem nojinho.
Olhem aqui: autoridades
constituídas na abertura do Ano Judiciário, ainda que, entre elas estivessem
investigados e réus, seria uma demonstração de força das instituições, não de
fraqueza. Corresponderia a dizer: “Podemos repudiar os faltosos, mas respeitamos
o lugar institucional que ocupam”.
Mas, para tanto, o presidente
do Poder Judiciário tem de estar mais preocupado com as instituições do que em
administrar a própria reputação nas mídias sociais.
Assisti ao início do discurso. Demagogia e ânsia pelo "politicamente correto".
ResponderExcluirPode parecer demagogia, ânsia por ser correta, sei lá o que for, mas se juntar com uma "Corja que nem ordem judicial não cumprem, que estão envolvidos em várias denúncias e futuros inquéritos, eu minimizo sua atitude! É isto!
ResponderExcluirHeitor Volkart