sábado, 2 de março de 2019

“My Taylor is Swift”

A rainha, as serpentes e os Democratas

Enquanto está disponível na Netflix o trailer do seu espetáculo diabólico “Reputation”, retornam os ataques à rainha do pop, entre ciumeiras e lobby Democrata. Golpes que a revelam indestrutível.

Joseph Achoury Klejman



Em novembro de 2017, Society titulava “Taylor Swift: a cantora queridinha da América pró-Trump. A jovem cantora da Pensilvânia acabava de lançar o seu sexto álbum, Reputation, que batia recordes de vendas, e apesar disso, ela era atacada de todos os lados: diziam que era paranoica, reclusa; chegavam a compará-la a uma serpente: daí o título do seu álbum e a sua temática reptiliana. A artista lançava um concentrado de fel visando acertar as suas contas (“Look What You made Me Do” e o seu clip faraônico, “This Is Why We Can’t Have Nice Things”, um tema atacando Kanye West com meias palavras). Assim Taylor Swift empinava as vendas ao mesmo tempo que respondia aos ataques de seus adversários. A sem talento Kim Kardashain a trata de cobra? Que assim seja, toda a comunicação do seu novo álbum será centrada nesse tema. Descrevem-na como paranoica? Ora, ela renunciará a toda a promoção, concedendo uma única entrevista à sua revista oficial. Ao invés de decair, ela aumenta a legenda.



UM SILÊNCIO IMPERDOÁVEL

No entanto, sobra uma acusação que lhe é difícil de replicar: ela seria pró-Trump. Quem prova? Ela não fala de política nas suas canções, portanto, quem nada diz consente. Grotesco. Taylor Swift considera, sem dúvida, com lucidez, que não é dever de uma cantora para teenagers de espalhar as suas opiniões ao longo das canções. Que grande erro! Num mundo onde a palavra de uma Beyoncé vale mais que a de um escritor, e onde Kanye West pondera seriamente se candidatar em 2024 à Casa Branca, todo o mundo tem que ter uma opinião e se apressar em informar toda a humanidade. Mas na condição de ter uma opinião Democrata, é óbvio!

No seu livro Primetime Propaganda, Ben Shapiro demonstrou de maneira magistral o alagamento de Hollywood pelos Democratas, que aproveitaram para promover sem escrúpulos a agenda política do partido. A indústria musical não foi poupada.

O Guardian (olha ele aí, again! NdE), aliás, escreveu “no ano seguinte à eleição de Donald Trump, o mundo do entretenimento mostrou largamente a sua unidade no desdém pela sua presidência. Mas uma voz notável falta no coro: a de Taylor Swift, a maior estrela do pop mundial. Seu silêncio impressiona e demonstra o paralelo entre ela e o presidente: a utilização das redes sociais para criar apoios, a sua (deles) megalomania, o foco nos resultados e os seus apoios no seio da extrema-direita”. Mais adiante no artigo condena-se também Taylor por ter amigos “magros, brancos e de boa saúde”. Para vocês se blindarem da fúria da esquerda, seria talvez recomendável criar um aplicativo de encontros que nos permita de recrutar amigos coloridos, obesos e leprosos. (“Adoteumacota?”)

UM ESPETÁCULO FARAÔNICO

Na verdade, Taylor Swift não se beneficia especialmente de apoios entre a extrema-direita, ela não demoniza ninguém, e é por isto que ela congrega.

Já em 2016, na campanha presidencial, alguns órgãos de imprensa exigiram dela que criticasse o candidato Donald Trump. O site Mashable dedicou-se à exegese de um dos seus posts no Instagram onde ela mostrava o ombro nu, concluindo que era preciso perceber (no post) a intenção da artista em votar Hillary Clinton... Apesar de todos esses esforços para obrigá-la a uma tomada de posição política, Taylor Swift se manteve calada, e lotando estádios no mundo inteiro com uma tournée das mais rentáveis do ano. Um espetáculo à sua imagem: faraônico, egocêntrico e grandiloquente. Dezenas de dançarinos, uma gigantesca serpente mecânica em cena, jogos de luzes de uma perfeição raramente conseguida.

Este dilúvio telúrico foi filmado em Dallas e está disponível na Netflix desde 31 de dezembro. A gente assiste a uma profusão de dançarinos, um jogo de sons e luzes absolutamente de tirar o fôlego, e, evidentemente, como sempre neste gênero de produções, muitas trocas de cenários e figurinos.

O ponto máximo do espetáculo será, sem dúvida, Look What You Made Me Do, hino vingador no qual ela acerta as contas com as suas nêmesis Kanye West e Katy Perry, e que vê surgir uma imensa serpente de trás dos dois telões que enquadram o palco.
Título e Texto: Joseph Achoury Klejman, L’Incorrect, nº 17, fevereiro de 2019
Tradução e Digitação: JP, 2-3-2019

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