sábado, 8 de fevereiro de 2025

[Versos de través] Contas do tempo


Deus nos pede do tempo estreita conta;
Devemos, pois, a Deus, contas do tempo.
Mas quem perde, sem conta, imenso tempo,
Como dará do tempo exacta conta?

Para fazer a tempo a minha conta,
Dado me foi, por conta, muito tempo…
Mas não cuidei na conta e foi-se o tempo;
Eis-me agora sem tempo, eis-me sem conta.

Ó vós que tendes tempo sem ter conta,
Não o gasteis sem conta, em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, terdes conta!

Ah! Se quem isto conta houvesse tempo!
Teria feito, em tempo, boa conta…
Não lograra, sem conta, não ter tempo!


Anônimo
Faculdade de Ciências, Queima das Fitas, Coimbra, 1967


Anteriores:
Asas de luz
Um abraço ao vento 
Obras do acaso 
Soneto 
Felicidade 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-