sábado, 1 de fevereiro de 2025

[Versos de través] Asas de luz

Voando e rastejando pela Vida,
Precipício de mim para transpor, 
Sou águia na vertigem da subida
E réptil nos abismos sobre a Dor.

Rasgados nas escarpas, em ferida,
Meus pés alados lembram cada flor
Pisada na volúpia dolorida
Do sangue incendiado em seu redor.

De rastos medirei a minha altura
Até cair exausto e moribundo
No leito vaginal da neve pura.

Abrindo asas de luz no céu profundo,
Minha’Alma estropiada te procura,
Amor, além da Vida, além do Mundo.


Fernando Pinto Ribeiro
Faculdade de Ciências, Queima das Fitas, Coimbra, 1967


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