O prédio é parte de um dos maiores símbolos do polêmico projeto urbano de Oscar Niemeyer para a Barra da Tijuca. Suas obras de finalização ficaram paralisadas por quase 40 anos
Victor Serra
A monumental Torre H,
um dos maiores símbolos do polêmico projeto urbano de Oscar
Niemeyer para a Barra da Tijuca, finalmente está a caminho
de concluir suas obras em 2025, após quase 40 anos de abandono. Originalmente
concebida como parte de um ambicioso planejamento de 76 prédios cilíndricos no
bairro nos anos 60, a torre – agora rebatizada de Niemeyer 360º –
entra para o longo portfólio de residenciais da Barra. O prédio, ao lado de
outras estruturas, como a vizinha Torre Charles DeGaulle e a Torre
Ernest Hemingway, na Lúcio Costa, foram os três únicos
empreendimentos cilíndricos que realmente saíram do papel.
Construída com o objetivo de ser um edifício residencial de alto padrão, a Torre H (nome popular da Torre Abraham Lincoln), ficou apenas com seu esqueleto erguido nos anos 80, após a paralisação das obras devido à crise financeira enfrentada pela construtora Desenvolvimento Engenharia. O edifício permaneceu incompleto por quase quatro décadas, chegou a ser invadido em 2004, mas há três anos vem sendo tocado pela incorporadora Capital 1.
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Construção das três torres na década de 80. Ao fundo, na orla, a Torre Ernest Hemingway. Em destaque, a quase finalizada Torre Charles De Gaulle. Ao lado, a ‘Torre H‘, ainda em obras. |
O novo empreendimento, com a previsão de entrega já para o final do ano, como foi programado desde o anúncio, está em fase de finalização. O prédio de 120 metros de altura, contará com 448 estúdios de 40m² e 13 apartamentos duplex de 80m², distribuídos entre o primeiro e o 36º andar. Os dois andares superiores serão destinados a um mezanino, que servirá como área de lazer. Para os compradores que desejam uma vista do mar, os apartamentos localizados entre o 28º e o 36º andar são os mais cobiçados, com preços que variam entre R$ 670 mil e R$ 893 mil. Além disso, o prédio ainda contará com três coberturas duplex, com valores entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão.
Até o momento, aproximadamente
60% das unidades já foram vendidas, e a incorporadora Capital 1 conseguiu
reverter o impasse da massa falida da Desenvolvimento Engenharia, adquirindo
85% dos apartamentos por meio de leilões e negociações com os compradores
originais. A empresa também conta com a colaboração dos proprietários dos 15%
restantes, que pagam uma taxa extra mensal para participar da reocupação do
edifício.
O custo total para a reforma
gira em torno de R$ 150 milhões. A modernização do projeto incluiu a
reformulação da parte frontal do edifício, que ficou sob a responsabilidade
de Paulo Sérgio Niemeyer, bisneto do arquiteto Oscar Niemeyer, que
mantém seu escritório ativo até hoje na Avenida Atlântica.
Título e Texto: Victor Serra, Diário do Rio, 13-3-2025
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