Vocês se recordam da
retumbante vitória dos aposentados no affair
147%? Vamos memorizá-la? Até porque nunca mais tivemos vitória alguma
assistindo frustrados e indefesos os governos vencerem todas as demais
batalhas, muito desiguais de força para cidadãos aposentados.
Surge portanto a necessidade
de voltarmos ao passado para lembrar a batalha dos 147%, para recuperar nosso
fôlego e, copiando a garra do franzino David duelando corajosamente contra o
gigante Golias, partir para a luta, acreditando que uma nova vitória ainda
poderá ser obtida. Perdemos várias batalhas é verdade, mas não a guerra. Muita
água ainda vai rolar debaixo dessa ponte, é a promessa dos inconformados
aposentados que só almejam justiça e direitos.
No ano de 1991, quando a
inflação assolava o povo brasileiro, o governo reajustou o salário mínimo em
147%. Pretendia como ainda acontece nos dias de hoje, dar um vergonhoso e
irrisório reajuste de apenas 54%, para atualização das aposentadorias. A
revolta e a grita foram gerais e enérgicas. Os aposentados e seus familiares
inconformados (mais determinados que os de hoje) junto com a população
rebelada, os caras-pintadas e os estudantes, foram para as ruas e conseguiram o
reajuste de 147% também para todos os aposentados.
Contaram com o afinado senso
de justiça de uma juíza brilhante, cuja atitude corajosa de peitar o governo
nos salvando, deveria ser copiado por todos os ministros do STF. Escreveu seu
nome na história a magnânima juíza SALETE MACCALOZ, até hoje venerada como a
rainha heroína dos aposentados, que, seguindo as determinações da Constituição
Federal, conservou nossos sagrados direitos impedindo que, hoje, todos os
aposentados já estivessem ganhando apenas o salário mínimo.
Pois agora a cada novo ano o governo nos aplica um mini 147% nos reajustes, usando o famigerado e infame desvínculo da correção do salário mínimo versus reajuste previdenciário, conseguido através de manobras ladinas e preconceituosas, evitar que o aposentado buscasse seus direitos através da justiça. Tornou-se portanto, um procedimento que até pode ser legal, mas, é no mínimo, imoral. O Brasil na sua soberania, com certeza, deve abominar este procedimento perverso, chorando pesaroso por assistir a barbárie praticada contra seus filhos aposentados.
No momento atual, nós
aposentados, sentimos a viabilidade de conquistarmos uma nova vitória
reabilitadora, através da formação de uma equipe de parlamentares justos e
decentes, que resolvam partir em nosso socorro abrilhantando a sua carreira
política. Estes terão certamente o nosso eterno reconhecimento, pela lucidez e
sentido de justiça que tanto cobramos.
Amigos, não devemos nos
esquecer que no próximo ano haverá eleições presidenciais devendo direcionar
nossas armas, o voto consciencioso, para tirar todos esses inimigos que
resolveram fazer pirraça contra velhos e desamparados aposentados. Vamos
alijá-los do poder. Não merecem o cargo que ocupam. São parasitas que não
hesitam em prejudicar continuadamente os tristes aposentados.
Título e Texto: Almir Papalardo, 21-04-2013
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