terça-feira, 11 de março de 2014

A saída "à Portuguesa" ensandeceu-os


Acredite, generoso leitor, estava fervendo para escrever um pequenino apontamento sobre esse tal de manifesto, escandalosamente revelador dos sentimentos e intenções da velharia que governou Portugal nos últimos vinte ou quarenta anos, que é a única responsável pelo merceeiro ter recusado a continuar a apontar no caderninho preto, e que não se conforma que um "impreparado", que vai fazer 50 anos em julho deste ano, esteja conseguindo em tão pouco tempo recolocar Portugal nos trilhos da economia sustentável... noutras resumíveis palavras, porque não se conforma com o possível sucesso da governança deste fdp que ameaça ACABAR de vez com privilégios, sinecuras e aberrações como esta, aí vale tudo para derrubá-lo. (!?). Isto tudo, sim, é a verdadeira piada do português, contada por brasileiros.
Nossa! Voei... eu só queria dizer que, mais uma vez, me deparo com um artigo que diz e escreve bem melhor o que penso, escrito por um português, que sabe mais do que eu sobre o assunto. Confira, por favor.

Luis Moreira
Durantes estes três anos andamos aqui a dizer coisas sobre a crise. E sobre o remédio. Mais por fé do que por conhecimento dos problemas. Eu, que vivi as duas crises anteriores, coloquei-me numa posição confortável. As presentes medidas são rigorosamente iguais às que Mário Soares e Hernâni Lopes, com o apoio do FMI, tinham aplicado. Muito desemprego, carga brutal de impostos, miséria...

Mas saímos das situações anteriores para entrar em períodos de relativo enriquecimento. Se antes foi assim e a não ser que alguém aparecesse com um programa melhor, era este que eu apoiava. E, na verdade, não apareceu ninguém com um programa credível alternativo.

Fiquei sempre a pensar no que diriam todos aqueles que rasgaram as vestes se o programa desse resultados. O mais básico seria apontar erros que, evidentemente, existiram. Outros, mais subtis, iriam fazer tudo para partilhar os despojos. Aí estão eles com um "manifesto" de gente de esquerda e de direita, uns e outros os que mais lutaram contra o governo e a troika. Quando as taxas em todos os prazos descem consistentemente, a economia cresce, o desemprego mostra melhorias e a União Europeia tem todo o interesse que Portugal saia bem do programa. Nem quero pensar que o objectivo seja prejudicar o país lançando a desconfiança nos credores. Espero que seja só eles a juntarem-se a quem ganhou. Foi sempre o que fizeram!
Título e Texto: Luis Moreira, Banda Larga, 11-03-2014

Matérias do Jornal de Negócios, edição de 11-03-2014:

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2 comentários:

  1. Complementando a minha indignação:
    É preciso ser muito fdp para fingir não perceber a estratégia deste governo (porque desgraçadamente é de "direita", se fosse de "esquerda" seria a glória): pagar direitinho durante alguns meses, recuperar a credibilidade junto ao merceeiro, e aí sim, mermão, vamos renegociar esse caderninho preto...

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