sábado, 30 de abril de 2016

Magno Malta: “O problema deste Governo é a arrogância. E a arrogância precede a ruína…”


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Rock in Rio – Lisboa 2016

A noite de 19 de maio, no Parque da Bela Vista, tem tudo para ser triunfal. O grande inimigo que Bruce Sprinsteen tem que enfrentar nesse dia chama-se… Bruce Springsteen. É que o concerto que deu, ali mesmo, em 2013, ainda está muito presente na memória do público do Rock in Rio – e será difícil fazer melhor.



E, se Xutos e Pontapés e Ivete Sangalo têm aqui lugar cativo, há ainda lugar para novidades: um dos concertos mais aguardados é o dos Hollywood Vampire (dia 27), o supergrupo que junta Alice Cooper, Joe Perry (Aerosmith) e Johnny Depp, entre outras figuras do rock pesado.

Foto: Jeff Kravitz/Getty
Destaque para a programação menos mainstream do Palco Vodafone (Metz, Real Estate, os psicodélicos brasileiros Boogarins, os portugueses Sensible Soccers, Glockenwise, Capitão Fausto…) e para uma das apostas nesta sétima edição lisboeta do Rock in Rio: as pool parties, ao fim da tarde, na piscina montada na zona da Eletrônica.

E tem mais:
Stereophonics,
Queen (com Adam Lambert),
Mika,

Pedofilia no Afeganistão: "nojo do politicamente correto e de todo este relativismo moral..."

Fez-se luz finalmente! A história é esta... este Sargento norte-americano foi exonerado do cargo por ter resgatado uma criança das mãos de um predador pedófilo no Afeganistão. O motivo? Recebeu ordens para que não se envolvesse com os "costumes" locais. Mas o Sargento um homem de carácter, ao ouvir os gritos aflitivos e de dor (que ecoariam pelo acampamento militar) da criança a ser sodomizada, mandou às favas os "costumes" locais e tratou de salvar a criança das mãos do seu agressor.

Esta história parece surreal... mas infelizmente revela a hipocrisia e a podridão que grassa nos meios políticos e militares para acomodar determinadas "sensibilidades"... as "sensibilidades" muslas como já adivinharam.

Mas finalmente, este SENHOR é agora aclamado como um herói.

Nojo do politicamente correcto e de todo este relativismo moral que nos transforma em monstros e nos quer fazer retornar ao nosso estado selvagem.

Bem-haja Sargento por ter seguido a sua consciência e mandado às favas ordens que só podem ter sido dadas por psicopatas amorais!

War Hero Exonerated for Defending Child from Sex Predator




A U.S sergeant who faced expulsion from the army for defending a child is now recognized as a hero. 

Sgt. 1st Class (SFC) Charles Martland is a decorated Green Beret who was nearly kicked out of the Army for defending an Afghan child from a sexual predator.

Uma conversa da treta

Pedro Sousa Carvalho
Teodora Cardoso foi acusada por alguns deputados de fazer análises com base em preconceitos ideológicos.

No debate político em Portugal ganhámos o mau hábito de achar que quem defende contas públicas equilibradas é de direita. Que quem defende que o Estado deve ter um défice controlado é um liberal e que quem acha que a despesa do Estado deve ser igual à receita é um perigoso neoliberal. E se alguém se atrever a sugerir que o país até deveria era ter um superavit orçamental para poder abater a dívida pública é imediatamente conotado como sendo quase fascista. Fazer contas passou a ser uma quase actividade subversiva. Dizer que devemos viver dentro das nossas possibilidades passou a ser uma afirmação que não lesa, mas que incomoda de sobremaneira a pátria.

Ainda alguns se lembram de João Galamba, no debate do Orçamento do Estado para 2013, acusar Vítor Gaspar de ter uma linguagem salazarenta e de Honório Novo do PCP defender que as ideias de Vítor Gaspar se aproximavam “das teorias económicas anteriores ao 25 de Abril”. Também esta semana, no discurso do 25 de Abril, Paula Teixeira da Cruz apareceu no Parlamento, com um cravo na lapela, para retomar esta discussão: “Quando as discordâncias em matéria financeira levam a acusações de que os partidos da oposição se bandearam com as instituições europeias e que são os novos traidores à pátria, o odor a salazarismo mais bafiento e o ridículo mais agudo abatem-se sobre quem faz tais afirmações, que são uma negação de uma democracia convivial, tolerante e inclusiva”.

É o ponto a que chegou a discussão política. Defender disciplina na gestão dos dinheiros públicos não deveria ser património da direita ou da esquerda, e muito menos se deveria colocar a discussão num plano ideológico. É nesta clima que a insuspeita Teodora Cardoso apareceu na Comissão Parlamentar de Finanças e Orçamento, onde fez algumas críticas ao Programa de Estabilidade. Claro está que a presidente do Conselho das Finanças Públicas foi imediatamente acusada por alguns deputados que apoiam o actual governo de fazer análises com base em preconceitos ideológicos porque alertava para os perigos do caminho que está a ser seguido. Foi então que a economista confessou a sua filiação ideológica: “A nossa posição é que só as políticas de procura não resolvem o problema português […] Se isto é ser ideológico, então assumo que sou ideológica”

A farsa da “ditadura europeia”

Rui Ramos 
O PEC é uma opção deste governo e desta maioria para manterem o financiamento internacional e a protecção do BCE. Mas uma opção que não lhes dá jeito assumir, e que por isso tratam como "ingerência".

O PEC é uma opção deste governo e desta maioria para manterem o financiamento internacional e a protecção do BCE. Mas uma opção que não lhes dá jeito assumir, e que por isso tratam como "ingerência".

Viram os soldados alemães que ocupam o castelo de São Jorge? Repararam na bandeira francesa hasteada na Torre de Belém? Eu também não. Por isso, ainda não percebi em que força assenta isso a que os mais excitados chamam “ditadura europeia” e que, sob essa ou outra forma mais amena (“ingerência”), faz gemer tanto patriota. Ah, dir-me-ão, hoje as ocupações e as interferências fazem-se de outra maneira: são os tratados, a moeda, as regulações. Muito bem. Expliquem-me então que tratado foi o governo português forçado a assinar; que moeda se viu obrigado a adoptar; e a que regulações está sujeito sem ter participado no estabelecimento dos órgãos que as decretaram. Na história europeia de Portugal, se alguém forçou alguma coisa, foram os governos portugueses. Os franceses não nos queriam na CEE, os alemães não nos desejavam no Euro, e os finlandeses, se bem me lembro, nunca nos emprestaram dinheiro com entusiasmo.

Mas, diz-se agora, tudo isso foi feito pelos políticos, à revelia do povo, que nunca referendou a adesão à CEE ou à Moeda Única. Bem, o povo também nunca referendou a Constituição da República. O povo fez outra coisa: elegeu os deputados que votaram a Constituição, e também os deputados que aprovaram todas as iniciativas europeias. Argumentarão: mas no passado, a União Europeia era outra coisa, agora é que se tornou um império injusto. Pois bem: o Reino Unido vai referendar a sua permanência na UE. Porque é que os resistentes contra a “ditadura” não propõem um referendo que dê às massas oprimidas a opção de sair? O PCP, o BE e a ala radical do PS têm aqui uma oportunidade. O governo de António Costa depende deles. Porque não exigir um referendo europeu como contrapartida do seu apoio? Dirão: porque não querem “criar crises”. Mas afinal a “ingerência” poupa Portugal a crises?

Como é costume, não haverá coragem, nem vergonha: não haverá vergonha para deixar de bradar contra a “ingerência europeia”, nem coragem para pôr o país perante uma alternativa, porque não desejam responsabilidades: nem as do ajustamento, se permanecermos na UE, nem as da bancarrota e da desvalorização, se sairmos. O que continuaremos a ver, portanto, é casos como o do Pacto de Estabilidade e Crescimento deste ano, que a claque do governo prefere não votar, para poder fingir, como dizia um deputado do PCP, que é apenas um “instrumento de ingerência e condicionamento da UE”.

Álvaro Dias: Sim ao impeachment

Em rápida entrevista nesta quinta-feira, 28 de abril, o Líder do PV, senador Alvaro Dias, volta a explicar porque vai votar a favor do impeachment.

Charada (222)


Qual é a letra
que está depois
do B no alfabeto?

Reduzindo o risco!

Todo o cuidado é pouco

Nobel da Paz fala besteira no Senado e agride a democracia brasileira

Militante argentino revela que a história pode fazer de um lobo um cordeiro, mas não muda sua essência
Reinaldo Azevedo
Alma golpista têm os petistas. Não são capazes de respeitar nem a instituição que lhes garante a legitimidade para falar e atuar, no Parlamento, como representantes do povo. Os petistas, eles sim, jamais aceitaram o resultado de eleições. A menos que as urnas se lhes mostrem favoráveis. Assim é em todas as esferas: municipal, estadual ou federal. Ou estão no comando ou optam pela sabotagem. E não foi diferente desta vez.


O arquiteto e escultor argentino Adolfo Pérez Esquivel [foto], que se notabilizou por defender os direitos dos humanos de esquerda — inclusive o direito que estes teriam de matar inocentes —, está no Brasil. Veio se encontrar com Dilma Rousseff e foi convidado pelos petistas a falar no Senado Federal.

Disparou uma indignidade, que ofende também a Casa que o abrigou e agride a democracia brasileira. Disse:

“Venho aqui ao Brasil trazendo a solidariedade e o apoio de muita gente da América Latina e a minha pessoal [para] que se respeite a continuidade da Constituição e do direito do povo de viver em democracia (…). Creio que, neste momento, há grande dificuldades [advindas] de um possível golpe de estado. E já se utilizou esse mecanismo de funcionamento em outros países do continente, como Honduras e Paraguai”.

Esquivel está com 85 anos. Isso significa que um homem de 85 anos disse uma asneira consolidada, amadurecida pelo tempo.

Vamos ver como um esquerdista carnívoro entrou para a história como um vegetariano, embora não passe de um herbívoro.

Uma breve memória: Esquivel ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1980. Sempre foi um notório militante de esquerda, mas se escondeu sob a proteção vigarista de “militante da paz”. Aliás, essa costuma ser a pele de cordeiro a que os lobos recorrem com mais frequência.

Dilma destrambelhou de vez; será preciso depois passar um pente-fino nesses dias

Presidente estaria pensando em decretar um reajuste do Bolsa Família antes ainda de ser afastada
Reinaldo Azevedo
A presidente Dilma Rousseff está completamente destrambelhada. E, como se sabe, também anda muito mal cercada. Sozinha, já comete desatinos em penca. Com um bando à sua volta estimulando-a a botar fogo no circo, vocês imaginem…

Pode parecer incrível, mas é verdade. Nas quase duas semanas que lhe restam à frente da Presidência, ela estaria pensando em elevar o valor do Bolsa Família, que ficou congelado no ano passado. O último reajuste se deu em 2014… Pouco antes das eleições presidenciais!

Agora, a mulher cogita tirar de Temer a possibilidade de ele próprio optar pelo reajuste depois de saber como estão as contas. Faz parte da política de terra arrasada. Afinal, os companheiros já deixaram claro que não vão reconhecer o novo governo.

É claro que, se o aumento for concedido, concedido está, e não há como revisá-lo. O próprio Temer falou em corrigir os benefícios pagos.

Outras áreas
Nas outras áreas, no entanto, será o caso de passar um pente-fino para ver quais armadilhas estão sendo criadas. E, se for o caso, será preciso desarmá-las.

O Diário Oficial de ontem trouxe, por exemplo, portarias declaratórias das terras indígenas Sissaíma e Murutinga/Tracajá, ambas no Amazonas. A publicação diz que as terras são de posse permanente do grupo indígena mura. O Ministério da Justiça afirma ainda que a Terra Indígena Riozinho pertence aos índios kokama e tikuna.

Charada (221)


João e Joana têm
2m e 1,70m de altura,
respectivamente.
Se a SOMBRA de João tiver
1,60m de comprimento
quando projetada no chão,
qual o comprimento
da sombra
de Joana nas mesmas condições?

quinta-feira, 28 de abril de 2016

Encontrão Europeu no Google

Oi!
Experimente digitar no Google “1º Encontro Europeu ex-Trabalhadores Varig"...
Interessante o resultado. Não sabia que o Evento constou em sites de Eventos em Portugal...


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Rombo em fundos estatais poderá ser coberto com dinheiro do contribuinte

O déficit das fundações pode impactar as contas de cerca de 637 mil servidores, somente entre as quatro principais entidades de previdência complementar como a Previ, Petros Funcef e Postalis

Mudanças à vista nos fundos de pensão das estatais não devem solucionar os erros de gestão do passado que os levaram a registrar, em 2015, um rombo de mais de R$ 47 bilhões, segundo a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).

"Esse déficit que está posto vai ser resolvido com a contribuição dos participantes dos planos e dos patrocinadores que, neste caso, são as estatais. Como o Estado faz aportes na previdência complementar com os recursos da arrecadação de impostos, no final das contas, quem também vai pagar é toda a população, ainda que de forma indireta", considera a advogada Ana Paula Oriola de Raeffray, que é especialista em direito previdenciário.

"Os participantes vão sentir na carne o que é estar inserido em um plano deficitário", complementa Ana Paula, que defende o Projeto de Lei do Senado (PLS) 388/2015 que prevê a eliminação da influência de partidos políticos na indicação de dirigentes e conselheiros nas Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPCs).

"Esse projeto vai ter efeito positivo sobre os fundos de pensão após o momento em que for aprovado. Mas não resolverá o déficit que já existe", reafirma a advogada.

Quem representa o ‘Estado’ num regime democrático? Brasil: impasses e o STF

Cesar Maia
           
1. O impasse político na Espanha – sem formar maioria parlamentar para o governo há quatro meses – tem um árbitro que representa o Estado institucionalmente: o Rei. Os dois grandes partidos – PP e PSOE – não só reconhecem isso como se sentem aliviados. O Rei deu um prazo para os partidos conseguirem formar uma maioria sustentável. Após isso, convocou eleições gerais para 26 de junho.
               
2. Num país como a Alemanha, o Estado são as próprias instituições e a cultura institucional assimilada pela população e que as entende dessa forma. O cidadão incorpora as leis e ao mesmo tempo é fiscal das mesmas.
               
3. Nos noventa anos da Rainha Elizabeth comemorados na semana passada, a sua popularidade exaltada nas ruas é a própria compreensão pelos cidadãos que a Rainha é o Estado e isso traz um grande alívio para momentos de crise.
               
4. A crise brasileira – política, econômica, ética e social – lançou o país numa crise sem precedentes. As instituições resistem formalmente. Mas não há esse reconhecimento espontâneo por parte das pessoas, dos partidos e das organizações sociais. As declarações intempestivas de Dilma e Lula são a mostra disso. Negam as instituições existentes e jogam tudo no impasse.
               
5. A dinâmica dessa crise brasileira necessita de uma representação do Estado que se afirme e seja reconhecida. O paralelismo funcional entre Câmara e Senado impede que o Senado cumpra essas funções. Aqui não há uma câmara alta e uma câmara baixa, mas duas câmaras de atribuições semelhantes, com exceção às ratificações de certos atos do legislativo (nomear embaixadores, diretoria do Banco Central, escolha das magistratura superior...).

Uma escuta telefónica

Vitor Cunha


– Estou? É da SIC?

– Bom dia, SIC, redacção noticiosa. Está a falar com Joaquim. Em que posso ajudar?

– O meu filho Zezinho vai emigrar.

– Está bem. Em que posso ajudar?

– Vai emigrar, percebe? Isto não se aguenta! É uma desgraça, uma ignomínia, o fim da democracia, a queda do regime, cães e gatos mutilados na auto-estrada a caminho do purgatório para nos condenarem a todos à podridão da decomposição do ethos e pathos que o colapso do Estado Social acarreta no rumo ao fogo do inferno…

– Emigrar já não é notícia…

– Não é notícia? O Zezinho andou 15 anos na escola para ser doutor, tem uma pós-graduação em entropia do ser na dialética ocupante do espaço corpo-língua em zulus com menos de 35 anos, não há emprego, não há investimento, nem há cluster do mar e da filofarmacêutica, a reposição das pensões foi 2€ e já nem temos que comer que seja biológico…

Juro anual de 300%!


Almoço anual de Tripulantes e Funcionários da Varig, no Rio de Janeiro

Convite do Almoço dos Tripulantes e funcionários da VARIG. 31 de maio de 2016 a partir das 12 horas. Restaurante “Rialto”, Barra da Tijuca.
Organizadoras: Lea Andreoni, Zélia Martins e Tâmara.
Edição do Vídeo: fotógrafo Paulo Resende.
Música do Filme ‘Hook’.


Charada (220)

Por razões de segurança,
a dona Genoveva guardou as suas jóias
num dos seus quatro cofres, cujas
chaves têm cores e formatos diferentes.
Considerando que os
cofres estão
alinhados da esquerda para a direita,
pondere as seguintes premissas e DESCUBRA
a cor da chave de cada cofre
e qual delas abre o cofre que guarda as jóias:


a) A chave verde abre o terceiro ou o quarto cofre;
b) A chave vermelha abre o primeiro cofre;
c) O cofre das jóias está à esquerda do quarto e à direita do primeiro;
d) A chave amarela abre o cofre que está à esquerda do cofre das jóias; 
e) A chave azul abre o cofre que está à direita daquele cuja chave é amarela.

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Discurso histórico desafia o PT, detona ‘cusparadas’ e cala o senado

Folha do Juruá

Um discurso emocionado, mas extremamente coerente do senador Magno Malta [foto], na ultima segunda-feira (25) na instalação da Comissão de Impeachment da presidente Dilma Rousseff, calou o plenário.


Nenhum senador petista foi capaz de sequer apartear o senador capixaba.

A contundência foi reveladora, principalmente para um senador que apoiou a eleição de Dilma Rousseff e hoje se confessa traído. O mesmo sentimento estampado na fisionomia de milhões de brasileiros que foram às ruas pedir o impeachment foi demonstrado.

Da mesma forma, ele atacou os recentes episódios de ‘cusparada’ praticados pelo deputado Jean Wyllys e pelo ator José de Abreu e lançou inúmeros desafios aos representantes petistas no Senado Federal.

Vale a pena ouvir o que foi dito por Magno Malta.

Assista ao vídeo:


Via Folha do Juruá, 27-4-2016

A imprensa estrangeira não vê golpe

Pedro Doria             
Há uma imensa confusão rondando as redes sociais a respeito do que dizem ou não os jornais estrangeiros sobre a crise brasileira. Tornou-se comum, por algum motivo misterioso, afirmar que lá fora há um movimento condenando o que a presidente Dilma Rousseff chama de “golpe”. Não é verdade.

Qualquer jornal ocidental divide o que publica em dois grupos. Há notícia e há opinião. Notícias são matérias (mais curtas) ou reportagens (longas, em geral com apuração de fôlego) que saem do trabalho de um ou mais repórteres que tentam relatar os fatos e como as opiniões se dividem a seu respeito. Opinião é outra coisa. Há editoriais (a opinião do jornal), colunas (pessoas que o jornal contrata para manifestar sua opinião com frequência) e artigos avulsos, para quando alguém tem uma opinião para manifestar. Por fim, ali no meio do caminho entre a notícia e a opinião, estão as análises, que sem manifestar uma preferência pessoal tentam ajudar o leitor a compreender o contexto no qual um fato se dá.

É assim que se organizam jornais brasileiros, do resto das Américas e da Europa.

Um dos textos mais citados é “A razão real pela qual os inimigos de Dilma Rousseff querem seu impeachment”, publicado pelo jornal britânico “The Guardian”. É um artigo de opinião avulso, assinado por David Miranda. Não é a opinião do jornal. É a opinião de um cidadão brasileiro.

Mas o “Guardian” manifestou sua opinião em editorial, publicado com o título “Uma Tragédia é um Escândalo” e no qual aponta os que considera responsáveis pela crise em que nos encontramos: “transformações da economia global, a personalidade da presidente, o PT ter abraçado um sistema de financiamento partidário baseado em corrupção, o escândalo que estourou após as revelações, e uma relação disfuncional entre Executivo e Legislativo”. Sem poupar em momento algum o Congresso ou Eduardo Cunha, em nenhum momento o jornal britânico sequer cita o termo “golpe”.

Outros órgãos de imprensa importantes se manifestaram em editoriais.

O do “Washington Post” começa assim: “A presidente brasileira Dilma Rousseff insiste que o impeachment levantado contra ela é um ‘golpe contra a democracia’. Certamente não o é.” A partir daí, desanca tanto o governo Dilma quanto o Congresso Nacional. O único elogio que os editorialistas do “Post” conseguem fazer ao Brasil é que, no fundo, “este é um preço alto a pagar pela manutenção da lei — e, até agora, esta é a única área na qual o Brasil tem ficado mais forte.”

A revista “The Economist" também opinou a respeito. “Em manifestações diárias, a presidente brasileira Dilma Rousseff e seus aliados chamam a tentativa de impeachment de Golpe de Estado. É uma afirmação emotiva que mexe com pessoas além de seu Partido dos Trabalhadores e mesmo além do Brasil.” Adiante, seguem os editorialistas, “a denúncia de Golpes tem sido parte do kit de propaganda da esquerda.” O tom é este. Para a “Economist,” o problema é que Dilma perdeu a capacidade de governar, e, em regimes presidencialistas, quando isso ocorre a crise é sempre grave.

Sucessão da prefeitura do Rio fica ainda mais confusa

Cesar Maia

1. Os fatos que cercaram o debate e a votação do impeachment da Presidente Dilma tornaram ainda mais imprevisível a campanha eleitoral para Prefeito do Rio.
       
2. O voto pelo sim do deputado Pedro Paulo, pré-candidato a prefeito do Rio pelo PMDB, foi recebido como traição por Dilma. Em seguida, o PT do Rio informou que sairia da prefeitura e entregaria as secretarias que ocupa, o que foi feito parcialmente até aqui.
        
3. Com isso, o deputado do PT Wadih Damous, ex-presidente da OAB e porta-voz de Lula, já voltou à suplência e o PT retirou o apoio ao PMDB e, assim, o tempo de TV tão importante na estratégia do PMDB. O PT iniciou o debate sobre alternativas, que poderiam ser tanto Wadih Damous do PT, como Jandira Feghali do PCdoB.
         
4. Assim, o campo da esquerda pulverizou com 3 candidatos: Jandira, muito mais forte que Wadih, Freixo do PSOL e Molon da REDE. O fato do Molon e Freixo terem apoiado ostensivamente Dilma contra o impeachment produzirá algum desgaste em ambos e será usado pelos seus adversários.
         
5. Clarissa Garotinho, acatando a decisão de seu pai e um laudo médico em função de seu tempo de gestação, e não indo votar o SIM, que sua propaganda em redes sociais exaltava tanto, tende a desistir da candidatura.

Why the Stop Trump movement isn’t working

The Conversation

Donald Trump smiles after winning five primaries on April 26. Photo: Lucas Jackson/Reuters

Donald Trump is the Republican establishment’s worst nightmare, but the GOP leadership can’t find a way to stop him.

Tuesday night provided the latest example. The New York billionaire swept all five of the GOP primaries, winning Pennsylvania, Maryland, Connecticut, Delaware and Rhode Island.

Trump’s victory margins were particularly telling. Until lately, he had only managed to win primaries with a plurality of the vote. For example, he won New Hampshire with 35 percent of the vote, South Carolina with 32 percent, Michigan with 36 percent, and Illinois with 38 percent. Even in Florida, Trump’s home away from home, he was held under 50 percent.

Trump’s inability to win a majority of the vote in the early primaries gave the Republican establishment hope. The idea was that if they could find an anti-Trump candidate to coalesce around, they could block his path to the nomination.

A majority candidate
But Trump is no longer merely a plurality candidate. The first breakthrough came in New York on April 19 when he carried 60 percent of the vote, a smashing victory. New York opened the floodgates. On Tuesday night Trump won large majorities in each of the five GOP primaries. He carriedConnecticut with about 58 percent of the vote, Delaware with 61 percent, Maryland with 55, Pennsylvania with 57, and Rhode Island with 64.

Trump’s victory margins exposed the weakness of the non-aggression pact Ted Cruz and John Kasich struck on Sunday. In a much ballyhooed agreement, the two Republicans pledged to work together to stop Trump’s momentum in the final primaries.

Ordem e Progresso

Alberto Gonçalves
As subtilezas da ciência política não são para qualquer um. Em Outubro passado, não sei se se lembram, houve por cá um arranjinho no parlamento para remover um Governo eleito dias antes, liderado pelo partido mais votado, e colocar em seu lugar uma irrelevância desprezada nas urnas. Para os leigos, o exercício não passou de uma trapaça rasteira, ou no mínimo de uma artimanha pouco ética.

Felizmente, os peritos explicaram: muito pelo contrário. Na verdade, aquilo era a vontade do povo em acção, a Constituição a plenos pulmões, o derrube dos últimos muros, um tempo novo enfim. Ficámos todos descansados. E agora surgiu a questão brasileira e ficamos todos confundidos outra vez.

Um ignorante esperaria que o processo destinado a enxotar a dona Dilma, rosto de um poder demasiado corrupto até para os padrões latinos, fosse recebido em êxtase pelos nossos especialistas em legitimidade. Não foi. Para o PCP, paradigma na matéria, a coisa é "um novo e perigoso passo em frente" e uma "ofensiva golpista" das "forças reaccionárias" e do "imperialismo" (o PCP aproveitou para se declarar solidário com "os trabalhadores e o povo brasileiros"). Para um deputado do Bloco de Esquerda, o "golpe" é "racismo", "fascismo", "boçalidade machista", "absurdo" e "nojento" (o deputado em causa aproveitou para se declarar solidário com os seus "amigos e amigas brasileiras [sic]"). Para uma deputada do PS, o "golpe de Estado" é "demagogia populista" (inexplicavelmente, a senhora não se solidarizou com ninguém). Para uma socialista que não sei ao certo o que faz todo o episódio "é uma vergonha" e "um atentado à democracia".

No fundo, cá e lá, a regra parece ser a seguinte: os representantes do eleitorado podem e devem derrubar os governos de que a esquerda não gosta apenas porque lhes apetece. O recurso à "fundamentação" (exemplos: "austeridade", "subserviência a Bruxelas", "neoliberalismo", falta de "consciência social") é facultativo. Já os parlamentares não podem nem devem perturbar os governos de que a esquerda gosta, os quais, por seu lado, estão à vontade para amesquinhar a ralé quando lhes apetecer.

Charada (219)

Qual é a 
flor
que estas
quatro amigas
têm nos seus canteiros?

Vitorina, Olívia, Letícia e Tânia.

Livre-se da raiva

Nelson Teixeira
Que você fique livre da raiva, e constantemente experimente felicidade em sua vida.
Se você quiser experimentar felicidade, é essencial ser vitorioso sobre a raiva.

Mesmo que alguém o insulte, não fique zangado.
Mostrar mandonismo também é um traço de raiva.

Não pense que você tem que ficar com raiva, para fazer com que as coisas sejam realizadas.
Hoje em dia tudo é arruinado através da raiva, ao passo que com amor uma tarefa arruinada será acertada pacificamente.

Considere a raiva um vício muito grande. Livre-se dela. 
Título e Texto: Nelson Teixeira, Gotas de Paz, 27-4-2016

terça-feira, 26 de abril de 2016

Ana Amélia defende legalidade do processo de impeachment

Ao contrário de conhecidos e incensados (não por este Editor) políticos “defensores” dos aposentados Aerus e ex-trabalhadores da Varig, a senadora Ana Amélia tem defendido estes e… o Brasil!

Impeachment: PT leva surra, Anastasia é eleito e Ferraço brilha!

Livro de Ouro dos Encontros Europeus de ex-Trabalhadores da Varig...

Fotos das páginas do Livro de Ouro dos Encontros Europeus de ex-Trabalhadores da Varig, Familiares e Amigos.

Neste vídeo estão registradas as assinaturas e dedicatórias dos presentes ao 1º Encontrão...


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Brasil: corrupção de Estado!

Cesar Maia               
1. Em conversas durante a reunião da Internacional Democrata de Centro (IDC), em Lisboa (14 e 15 de abril), os gigantescos escândalos de corrupção no Brasil foram analisados conceitualmente. Ou seja, como se enquadram, como se comparam e se diferenciam dos escândalos de corrupção em outros países e no Brasil em outros momentos.
               
2. Em quase todos os países, a corrupção dos políticos, através de fornecedores do setor público, se direciona a alimentar contas pessoais em paraísos fiscais, da pessoa física de políticos, seus parentes e seus laranjas e seus patrimônios. Os clássicos casos de corrupção de ditadores latino-americanos, africanos e asiáticos se enquadravam assim.
               
3. No caso recente do Brasil – mensalão e lava jato – há também aqueles casos clássicos de políticos que se apropriaram pessoalmente da corrupção. No entanto, as delações premiadas vão apontando que na grande maioria das vezes, a apropriação é coletiva, seja diretamente, para as campanhas eleitorais do PT, seja para o próprio PT, seja para o Instituto Lula, seja para a ação política de dirigentes, seja para gráficas ligadas ao PT, seus sindicatos, associações e ONGs, propaganda... Os intermediários ou destinatários privados, que são inevitáveis partes do esquema, caracterizam a corrupção clássica. E vem de longe: no absolutismo monárquico, a apropriação era privada.
               
4. Separando o que se chamou aqui de apropriação coletiva, ou corrupção coletiva, como conceituá-la? Há um fenômeno básico que permite a corrupção coletiva. É o imbricamento, a fusão entre o partido – PT – e os órgãos de Estado. O mensalão era a compra do legislativo, a apropriação dos fundos de pensão, das empresas estatais (Petrobras...), etc., e a ocupação generalizada dos cargos e funções públicas.

Triste sina, a do homossexual português

Vitor Cunha
Algumas pessoas criticaram-me – não que me incomode – sobre a representação que faço de homossexuais – não que tenha mal ser homossexual –, acusando-me de ser homofóbico – não que me interesse o que pensam de mim – e burro – algo a que até estou habituado –, mas, portanto, como os outros eleitores de António Costa – e isso já me incomoda. Vou aproveitar a oportunidade para me explicar – não que interesse – a quem não vai – e bem, não faz cá falta – ler.

Tenho pena de homossexuais. É verdade, não adianta esconder. Não tenho pena por serem homossexuais, isso é lá com eles; tenho pena porque, voluntária ou involuntariamente, deixaram-se representar na sociedade portuguesa por imbecis, buracos, nazis em geral e esganiçadas, algumas delas do Bloco (ou Bloca) de Esquerda (e Esquerdo).

Já não basta pertencerem a uma minoria, ainda têm que aguentar que o resto das pessoas os considerem estúpidos pela associação política. Aliás, todo o fascínio da nova – e simultaneamente velha – esquerda por questões de género é particularmente caricato, como se Caracas fosse o bastião da liberdade sexual entre pessoas do mesmo sexo; como se não tivessem um longo historial de perseguição e aniquilação de homossexuais nesses regimes do Homem Novo e dos amanhãs que cantam; como se os árabes fofinhos que se rebentam em nome do bem colectivo – fight the system! – numa estação de metro imperialista fossem dados ao respeito pelas opções sexuais de cada um; como se o concubinato com o regime conferisse alguma autoridade moral para uma gueixa definir padrões éticos alheios; e por aí fora.

-“Medo que saibam que és gay?”
 – “Não, medo que pensem que sou do Bloco ou do PS”.
É algo extremamente perturbante que uma sociedade, em vez de caminhar para a tolerância inerente ao individualismo, opte por ir em cantigas de – pasme-se! – socialistas pro-regulação e padronização. Que triste sina: ser representado por quem nem de aritmética entende, naqueles mundinhos idílicos entre a infantilidade própria e a infantilização alheia. Deve ser mesmo aborrecido ser homossexual neste ambiente. Imagino a dificuldade que alguém teria em afirmar-me homossexual fora da redoma de queques lisboetas; mas, muito pior, seria ter que aceitar as consequências de pensarem que simpatiza com malucos sem qualquer pingo de responsabilidade.

Venha a torrente de insultos – não que incomodem. 
Título, Imagem (e Legenda) e Texto: Vitor Cunha, Blasfémias, 26-4-2016

No Roda Viva, Romero Jucá desmascara truque de “novas eleições”

Luciano Henrique

Foto: Andre Dusek/AE 
A entrevista do senador do PMDB Romero Jucá [foto] ao Roda Viva foi muito interessante por várias razões, entre elas demonstrar nível intelectual e institucional muito superior ao dos petistas. É de se questionar (até moralmente) como uma pessoa com bom nível de educação e postura possa ter se sujeitado a uma aliança com um partido tão podre e imundo como o PT por tanto tempo.

Mas vamos que vamos.

O melhor momento acontece a partir dos 10 primeiros minutos, quando a fanfarrona jornalista petista Natuza Nery tenta jogar o jogo de propor “novas eleições”, algo que só serve para enganar idiotas ou ser defendido por pessoas de má intenção.

A reposta de Jucá é sensacional ao demonstrar que a proposta não passa de um golpe, similar à uma tentativa de mudar o resultado do jogo da Copa do Mundo em que o Brasil perdeu de 7×1 para a Alemanha. Para Jucá, seria igual a perder o jogo e depois pedir para “fazer o jogo de novo”, aguardando um mês para Neymar se recuperar. Mas isso estaria na regra? Claro que não. Enfim, truque sujo tem que ser refutado com esculacho, no que Jucá caprichou:

A Europa não é Lampedusa, é a nossa civilização

Institut Iliade

(Com legendas em português)

L’Europe, ce n’est pas Lampedusa, c’est notre civilisation.
L’Europe ce n’est pas l’organisation de Bruxelles, pas davantage une monnaie ou une banque centrale.
L’Europe, ce n’est pas un espace mondialisé et sans frontière.


L’Europe, ce n’est pas le monde africain, ce n’est pas non plus une terre d’Islam.
L’Europe ce n’est ni la laideur ni le non-art.
L’Europe, c’est le continent des Européens.

L’Europe, ce sont des millénaires d’histoire, 700 millions d’Européens.
L’Europe c’est une identité : la civilisation européenne et chrétienne.

L’Europe, ce sont les temples grecs, les aqueducs et les théâtres romains, les chapelles romanes, les cathédrales gothiques, les palais Renaissance, les grandes places, les béguinages, les églises baroques, les châteaux classiques, les édifices Art nouveau.

L’Europe ce sont des rivages sauvages, des montagnes majestueuses, des fleuves paisibles. L’Europe, c’est le sentiment de la nature. L’Europe, ce sont des paysages jardinés par l’homme : des bocages aux polders, des prairies aux cultures en terrasses. L’Europe c’est le terroir du pommier et de l’olivier, de la vigne et du houblon.

Charada (218)

Descubra um
objeto poroso
que é um ANAGRAMA
de um cidadão 
do PAÍS DOS SAMURAIS.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O exorcismo


Maria Lucia Victor Barbosa

O exorcismo é uma cerimônia religiosa na qual se esconjura o demônio ou espíritos maus. Utilizada pela Igreja Católica e muitas outras religiões já apareceu em forma de ficção em filmes que revolveram crenças e medos antigos.

O primeiro destes filmes, “O Exorcista”, teve enorme sucesso. Na história morreram três padres que tentaram livrar uma adolescente do obsessor medonho que a atormentava e a transformava numa figura hedionda. As pessoas que assistiram o enredo, mesmo sem crença nos ardis do demônio, quedaram horrorizadas.



Mais recente, o filme “O Ritual” não foi menos aterrorizante. Conta que um jovem padre foi enviado ao Vaticano para aprender o ritual do exorcismo. Mas ele não crê no demônio e sua fé em Deus é vacilante. Todavia, o sacerdote assistiu aulas de um vaticanista, o qual ensinou que, ao final da cerimônia o condutor deve obrigar o demônio a dizer seu nome para que a vítima seja libertada.

Dito isso façamos uma analogia, isto é, “um ponto de semelhança entre coisas diferentes” e, simbolicamente conclamemos o exorcismo político do PT (Partido dos Trabalhadores ou Partido das Trevas).

Para melhor embasar essa analogia nada como citar um dos mais conceituados e brilhantes sociólogos, o alemão Max Weber, que em um dos trechos de “A Ciência como Vocação” afirmará:

Cuidado, o diabo é velho; envelhecei também para compreendê-lo. Isso não significa a idade, no sentido da certidão de nascimento. Significa que se desejarmos haver-nos com esse diabo teremos de não fugir à sua frente, como gostam de fazer tantas pessoas hoje. Em primeiro lugar, temos de perceber-lhe os processos, para compreender seu poder e suas limitações”.

José de Abreu mete um 7×1 em programa do Faustão. Vamos aprender agora?

Luciano Henrique

A direita vai ter que tomar uma escolha: crescer ou viver como criança. Não há meio termo. E olhar a política como um jogo é observá-la de forma adulta, entendendo todos os eventos de comunicação públicos como parte da luta. Ficar se debatendo ou lançando mimimi não adianta. É preciso crescer.


Isto nos levará inexoravelmente a aplaudir, na ótica do torcedor brasileiro, uma goleada de 7×1 da Alemanha sobre o Brasil. Não aplaudimos porque gostamos de perder, mas porque vemos aonde temos que chegar.

No programa do Faustão deste 24/4, José de Abreu deu um verdadeiro espetáculo em termos de guerra política.

Mesmo tendo cuspido em um casal, se fez de vítima e rotulou a mulher em que ele cuspiu de “machista”.

Conseguiu falar em um programa de grande audiência e, durante toda sua interação, nenhum espaço foi dado para suas vítimas. (Que até agora estão escondidas covardemente, e imperdoavelmente. Aliás, o tal advogado parece querer se tornar a pessoa mais desonrada do Brasil por estar fugindo tanto, quando deveria entrar em combate)

Em toda sua interação, José de Abreu se vendeu como uma pessoa “humana, que não poderia tolerar uma agressão”. Rotulou o casal como agressivo.

O homem da vermelhinha

Helena Matos 

Portugal, em Abril de 2016, é um jogo da vermelhinha. Todos sabemos que estamos a assistir a um logro. Um logro que vai terminar quando o dono do jogo ou um dos seus cúmplices lançar um falso alarme.

Qual ideologia ou estratégia política. O que aqui temos, aquilo em que estamos é no jogo da vermelhinha. Lembram-se? Uma rua esconsa mas com várias saídas, três cartas de jogar, sendo duas pretas (paus ou espadas) e a terceira, a vermelhinha (dama de copas ou de ouros).

O jogador começava por mostrar a vermelhinha. Depois de manipular as cartas com grande velocidade convidava alguém da assistência a tentar descobrir onde estava a vermelhinha.

Para ajudar ao logro havia sempre um cúmplice. Este apostava e acertava quase sempre. Dispunha-se até a dar uma ajuda àqueles que na assistência hesitavam em arriscar no jogo o dinheiro, geralmente pouco e ganho com dificuldade, que tinham consigo. Sussurrava que a vermelhinha tinha um dos cantos dobrados… E lá acontecia o que tinha de acontecer: um ingénuo entrava no jogo, à primeira aposta ganhava quase sempre e daí em diante perdia e perdia… Aliás perdia cada vez mais porque o montante das apostas subia. Quando algum dos que ficavam de bolsos vazios tinha a lucidez de parar para pensar concluía o óbvio: fora enganado. O canto dobrado passara para as cartas pretas. E era nesse momento, o momento em que alguém tentava desmontar o esquema da batota, que o homem da vermelhinha dava o seu golpe de mestre: alguém – o cúmplice ou ele mesmo – gritava que vinha lá a polícia e todos tratavam de desaparecer rapidamente. Claro, que não aparecia polícia algum. Quem desaparecia na confusão eram o homem da vermelhinha e o seu cúmplice. Às vezes era mais do que um. Uma vez a salvo aproveitavam para fazer o balanço de quanto tinham apurado à custa da ingenuidade daqueles papalvos que, por por essa altura, deviam estar a tentar perceber se a polícia vinha ou não e como se livrariam da acusação de ter entrado num jogo clandestino.

Portugal, em Abril de 2016, é um jogo da vermelhinha. Todos sabemos que estamos a assistir a um logro, um logro que vai terminar algures quando um dos jogadores gritar “Vem aí…” pode ser a UE, o BCE ou a inviabilização de uma medida convenientemente atirada para a frente. Por agora, ainda ninguém grita. Joga-se. Logo constroem-se programas e planos em cima de previsões irrealistas: o Programa de Estabilidade parece ter sido produzido numa sessão de pensamento positivo. Já o Plano Nacional de Reformas, esse em que o primeiro-ministro disse que devíamos depositar a nossa esperança, é um amontoado daquele falejar do “implementar para promover as sinergias decorrentes do processo…” que se traduz em nada de nada. Na verdade tem uma medida, uma medida que acredito até que pode bem ser o pretexto para que Costa grite “Vem aí”… Mas já lá iremos. Por agora fiquemos nesse ambiente irrealmente magnético que se instala quando sabemos que estamos a ser enganados mas não conseguimos deixar de olhar. O mais desconcertado com tudo isto é esse pobre Sócrates que não percebe ou recusa perceber que devia ter levado o mesmo destino que os esfomeados, os desesperados, os trintões que choravam por emigrar e deixar os braços das mães, os casamentos arruinados pela crise, os desesperados que iam pegar fogo aos subúrbios, as senhoras vestidas de cor-de-rosa e os sindicalistas de bandeiras negras que antes do anterior primeiro-ministro ou de qualquer membro do seu governo aparecer onde quer que fosse já lá estavam dando conta dos seus sofrimentos aos jornalistas… Toda este gente se sumiu de um dia para o outro. A isso não se chama batota mas sim descrispação. Mas, dê-se-lhe o nome que se quiser, mal se desfaça o jogo da vermelhinha já eles estarão de novo a abrir telejornais.

Brasil: uma coalizão desfeita sem outra a caminho?

Manuel Villaverde Cabral
O provável «impeachment» de Dilma acabará por se parecer com o que sucedeu em Portugal no ano passado: uma espécie de «golpe parlamentar", em que uma maioria parlamentar se sobrepõe ao eleitorado.

Num estudo muito recente, o cientista político brasileiro Marcus André Melo contextualiza e relativiza a crise brasileira em curso. Daí se depreende que aquilo que está sucedendo é menos invulgar do que se poderia crer e que os ecos mediáticos do processo de destituição da presidente Dilma se devem muito mais à natureza ideológica e autoritária do partido no poder, o PT, do que a alegados desígnios anti-democráticos da parte dos actuais adversários do PT, ainda há pouco tempo seus aliados no governo.

Com efeito, o regime presidencial importado dos Estados Unidos pela maioria dos países da América Latina está longe de funcionar da mesma maneira que no país de origem, que aliás também não está ausente de conflitos entre presidentes e membros do Congresso. Na América Latina, o recurso ao «impeachment» dos presidentes é frequente e, no Brasil, desde o fim da ditadura militar, além da destituição do presidente Collor em 1992, na qual Lula participou activamente, o PT moveu quatro tentativas de «impeachment» sem sucesso contra Fernando Henrique Cardoso!

Na realidade, a extrema fragmentação partidária, que passou de 18 partidos na presidência de FHC a cerca de 30 com Dilma (se contarmos as fracções internas de muitos desses partidos clientelares), bem como o efectivo peso político do federalismo através dos governadores estaduais, esses sim é que são responsáveis por aquilo que é conhecido no Brasil como o «presidencialismo de coalizão», cuja pulverização e custos fiscais fizeram com que Dilma tenha «semi-presidencializado» o sistema político com 13 partidos na coalizão governamental! Neste momento, o que ela e o PT estão a enfrentar é o desmoronamento dessa gigantesca e heteróclita coalizão, que ia desde a extrema-esquerda à direita mais oportunista, perante a profunda recessão económica e as revelações do enorme sistema de corrupção da empresa estatal Petrobrás, que já levou à cadeia dirigentes do PT.