Leo Daniele
Se fosse dado ao leitor
escolher a idade para fixar sua vida, o que escolheria? A infância? A mocidade?
A maturidade? Ou a velhice? Ou viver cento e tantos anos?
Para ajudá-lo, eis como Plinio
Corrêa de Oliveira resume magnificamente cada uma dessas idades:
“A criança sonha com o
maravilhoso: ela é fraca, débil, pequenina, mas é pura. Então, o puro e o
maravilhoso são próprios do menino.
“Depois começa a
maturidade. Com ela se perdem o idealismo e o élan. A força é uma força de
estabilidade, de fixação. A pessoa vê a realidade mais concreta, ela manda, ela
governa. Não tem mais a força de um soldado de vanguarda, mas tem o vigor de um
general”.
Mais tarde vem a velhice. É
outra forma de sabedoria. Ou o contrário? Se mal vivida, pode ser o oposto: “Nada
é nada. Meu egoísmo é tudo. Fico chupando minha boca vazia de dentes, tolerando
minha cabeça vazia de ideias, carregando meus olhos vazios de luz e meus
ouvidos vazios de som.”
Mas tudo se inicia na
infância:
“Uma boa criança tem uma
forma de abertura de alma por onde ela é muito pouco interesseira. Ela é desinteressada,
é meiga, é afável; com facilidade dá o que tem. Toda criança boa faz pequenos
desenhos que procura dar aos outros. Ela tem um senso de admiração muito grande
em relação aos mais velhos. Procura vê-los sob os melhores aspectos e se
encanta com esses aspectos.
“A criança boa é movida
pelo princípio de que a vida dá certo, e de que vale a pena viver porque é algo
grande. Embora tenha sofrimentos, tudo no fim tem sua explicação, e ela é
verdadeira. O aborto é o zero!
“Resulta daí aquela espécie
de otimismo que caracteriza a criança. Ela é cheia de esperança, crê com
facilidade no que lhe contam, e é toda voltada para entregar-se, para servir,
para admirar.
“Por causa das graças do
batismo, a infância é um apogeu. Trata-se de saber se a vida do homem cresce
depois de apogeu em apogeu, até a ansianidade, ou se ele tem ‘desapogeus’…
“Como diz uma oração a
Nossa Senhora, ‘Vós tendes vossos desígnios em relação a mim’.
“Depois vem o moço. Puro,
já não ouso afirmar, mas é idealista, forte, romântico, amoroso. As más
tendências entram com o romântico e o amoroso.
“É a trajetória de uma
vida. É uma luta de classes de uma época contra outra da vida. Essa
concepção [errada, de luta de classes] faz parte do
evolucionismo, que é sempre a destruição de uma coisa em nome da outra, dando a
isto o nome de continuidade, embora sendo a descontinuidade por excelência.”
Portanto, as idades não se
opõem, elas se somam!
Qual é a escolha certa?
ResponderExcluirComo dizia o falecido pediatra, inclusive na VARIG e grande amigo, doutor DÉCIO MARTINS COSTA, infelizmente falecido. Educação é feita quando criança até 4 anos, Ele dizia que quando inicia a época do aprendizado acaba-se o aleitamento. Na fase infanto juvenil apara-se as arestas.
A adolescência é a fase da informação. Se educado continua educado se sapiente continua sapiente.
Mas se desinformado, custodiado ideologicamente, perde tudo.
Ele também dizia que para tirar a chupeta sem fazer força é só mandar a criança cheirá-la.
Não se apara arestas com mimo, com presentes e adulações.
Eu gostaria de parar aos 45 anos.
Quem encontra-se incompleto aos 40, morre incompleto.
Buscar o conhecimento na velhice, não recupera o tempo perdido, locupleta as informações e não traz de volta o passado, somente dá prazer.
E que prazer não dá felicidade?
Não acredito que destruamos em nome de outras, acredito que sem o construído no passado não haveria o futuro.
O presente é apenas o átimo de tempo que separa o passado do futuro, não dura mais que isso.
Vivemos sempre no futuro presente, ou presente futuro como queiram.
Não há borrachas e apagadores, apenas uma lousa repleta que ficamos procurando espaço para escrever.
FUI