Mauro Zanon
![]() |
Stefano Gabbana e Domenico
Dolce, Londres, março de 2015, foto: Gareth Cattermole/Getty Images
|
Há dois anos, numa entrevista
ao semanário Panorama, Domenico Dolce
e Stefano Gabbana, o célebre duo gay italiano que comanda a D&G, afirmaram
que “a única família é a família
tradicional” e que cada criança tem, portanto, direito a um pai e uma mãe.
A seguir a estas declarações, Elton John apelou ao boicote de Dolce & Gabbana
e alguns sites de defesa de homossexuais trataram os dois costureiros como
aterradores reacionários.
Em meados de novembro, no Corriere dela Sera, Gabbana agravou
deliberadamente o caso ao declarar guerra ao comunitariamente correto. “Eu não quero ser identificado como gay
porque antes de tudo eu sou um homem. É incrível que ainda se continue a
utilizar esse termo: biologicamente eu sou um macho. É a mesma coisa para a
mulher: ela é uma mulher, antes de tudo, ponto final parágrafo. A palavra ‘gay’
foi inventada por aqueles que têm necessidade de rótulos, mas eu não quero ser
identificado na base das minhas escolhas sexuais”, explicou.
Em seguida, o estilista
apontou o dedo para a tendência à autoguetoização de alguns homossexuais: “Criar classificações só cria problemas:
cinema gay, clube gay, cultura gay... mas de que falam? O cinema, os livros e a
cultura pertencem a todos.”
Mas o ataque mais virulento do
herege visa nomeadamente o “lobby gay”,
que é, segundo ele, “muito poderoso”,
e as numerosas associações LGBT que erigem as minorias sexuais em espécies a
proteger da extinção. “Eu não quero ser
protegido, porque nada fiz de mal. Sou simplesmente um homem.”
Gay.it, o site italiano de
referência, de imediato acusou Gabbana de ter “destruído mais de meio século de batalhas orgulhosamente LBGT”, com
as suas declarações.
Esperamos impacientemente o
processo por homofobia...
Título e Texto: Mauro Zanon, revista CAUSEUR, nº 53, janeiro de 2018
Tradução: JP
Mais uns anos é vamos acabar debaixo da merda com esperma da ditadura dos pederastas.
ResponderExcluir