Carina Bratt
No mundo de hoje, no
enfrentamento do dia a dia, precisamos ser robustas e dinâmicas. A vida não
consiste tão somente em termos boas cartas nas mãos, ou via escusa, escondidas
nos fundilhos das mangas do casaco. A vida é algo proficiente, mais austera,
mais ríspida, mais séria e abalizada. A arte de viver não é uma classe de
alunos vulgares. É uma escola de vida constante.
Por conta desta renovação,
carecemos jogar bem as cartas que estão dispostas diante de nós. O jogo da vida
se aprimora, se vivifica a cada dia, se reconstrói a cada segundo, assim como
se agiganta e se emenda sempre com um novo brilho. E este brilho é o que nos
fará diferente, não importando a nossa posição social, ou o número de anos que
teremos pela frente.
Se não conseguirmos acompanhar
a sua evolução, estaremos perdidas. Ficaremos à mercê do nada, no mato sem
cachorro. Seremos retrógradas e ultrapassadas. Não valeremos absolutamente
nada. E o nada, como o nome já diz, é bagatela, é patavina, e nada. Nada é algo
vazio, oco, coisa nenhuma.
No mundo de hoje, há de
existir foco. Acima de tudo, foco. Foco? O que é foco?! Foco é um objetivo
ambicioso, ardiloso, se assemelha muito a engenhoso. Foco é ainda uma coisa palpável que está
pulsante diante de nossos olhos. Uma coisa viva e latejante, como uma
determinação sagaz que devemos agarrar pelos cabelos.
Temos, lado outro, por obrigação,
não sermos só meras entendidas naquela fixação de sabermos tudo. Nada sabemos.
Entretanto, a mulher sábia, a esperta, caras amigas leitoras, a mulher de visão
deve conhecer apenas o essencial. Graham Bell, o americano que inventou o
telefone, ensinava que “os raios de sol não queimam enquanto não estão
focados”.
Se mantivermos eficiência, se
soubermos jogar as cartas na hora certa, no instante devido, se tivermos
concentradas num objetivo a ser alcançado, seremos mais que entendidas em tudo,
ou seja, aprenderemos a separar o joio do trigo, a água pura da lama, a noite
escura do dia magnânimo, o bem maior do mal infame, o ruim pegajoso do
excelente. Com isto, teremos sempre na mira o essencial.
Não podemos deixar de lado ou
esquecermos também da iniciativa. A mulher de hoje, com toda esta tecnologia a
seu favor, precisa saber usar a independência ou o desvelo que lhe cai nas
mãos. Usar evidentemente com esmero, com apuro, com acuidade e zelo.
Encontrar, custe o que custar,
doa a quem doer, a estrada, o caminho, a rota, o ponto nevrálgico a ser
seguido. Entendam, caríssimas: ou topamos com o atalho buscado, tipo aquela
senda oculta no meio dos problemas da nossa vida diária e arregaçamos os nossos
desejos ocultos e colocamos as mãos na massa, ou estaremos guindadas ao buraco
negro da transvaloração do improfícuo e da ociosidade.
Colocarmos, bem entendido,
literalmente, ou na pior das amarguras, abrimos novas perspectivas para nos
enveredarmos por elas. Jamais pararmos no tempo. Estancar não é uma saída.
Estancar é um engastalhar emperramento à nossa felicidade.
São Francisco de Assis batia
na tecla de que “devemos iniciar nossos objetivos começando por fazer o
necessário. De resto, tudo aquilo que se nos apresenta inalcançável, de
repente, como num passe de mágica, nos parecerá fácil de ser acastelado”.
Ele quis dizer que nada é impossível,
ainda que pareça um bicho de sete cabeças. Voltando à linha do essencial, ele
faz bem aos olhos, assim como o impossível alimenta nossa alma e a iniciativa
nos faz ter a visão mais sucinta de um amanhã melhor, de um porvir que sonhamos
para nossas vidas.
Amigas, não corram atrás das
borboletas. Plantem uma flor em seus jardins interiores (todas nós temos um
jardim escondido) e todas as borboletas virão até ela. Jamais corram em vão.
Não desperdicem tempo. Se o seu avião não chegou, voe até ele. Como? Para tudo
há uma saída.
Quando não há nenhuma saída,
abram uma. Se não há vento, assoprem. Se
não há luz procurem uma vela. Se não tem elevador disponível, subam pelas
escadas. Só não fiquem paradas, à espera que aconteça. Lembrando Geraldo
Vandré, "quem “sabe faz a hora, não espera acontecer”.
Precisamos fazer com que as
coisas aconteçam na nossa vida. Coisas boas. Pensem sempre que há três maneiras
de fazer as coisas: a maneira errada, a maneira certa e uma maneira
melhor.
O melhor, amigas é como uma
descoberta nova. E ela, a descoberta nova, se resume em ver o que todo mundo já
viu. Todavia, pensar, imaginar, e fazer, sobretudo fazer o que ninguém pensou,
ou sequer, ousou dar o primeiro passo e COMEÇAR.
Título e Texto: Carina
Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo. 26-7-2020
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