Carina Bratt

Viver é ter
a alma em regozijo constante, em prazer contínuo, em contentamento assegurado e
efetivo, e o melhor de tudo, um direito indefectível. Viver é agradecer o fato
de estarmos respirando. Hoje acordei com a alma em festa.
A nossa alma
é como uma luzinha de vela acesa ao sabor das intempéries e do inesperado. Um
vento mais forte, de través, pode simplesmente apagar tudo. Apagando, amigas...
Se este vento soprar com furor descomedido e a nossa luzinha for para o
beleléu, adeus agora, adeus, hoje, adeus amanhã...
Por esta e
outras razões, devemos colocar as mãos para o céu, agradecer todos os instantes
pelo fato de hoje termos despertado com a alma em festa. Com a alma em
profusão; em abastança; em fartura e fecundidade; bem ainda em movimentos
ininterruptos e férteis.
Devemos de
modo idêntico, agradecer e dar vivas pelo fato de todas as atividades estarem
perfeitas, nossos olhos abertos, os membros do corpo (dos pés à cabeça) em
perfeita harmonia com o Universo. Acordar, pois, com a alma em festa, nos deixa
claro e cristalinamente comprovado que o corpo humano é a imagem da alma
humana.
Por
alargamento, ou por âmbito de importância, o ser humano é a imagem ou o
relicário da alma de Deus. O grande
poeta Mario Quintana versejava que “a alma é a coisa que nos pergunta todos os
dias se ela existe”. Claro que a alma existe.
O dia que
ela não mais se fizer presente, seremos como árvores cortadas, flores sem
perfume, vidas secas, estorricadas, queimadas, calcinadas, liquidadas. Seremos
pó. A alma não é um copo que é preciso encher. No dizer do grego Plutarco, “a
alma é um lar que é preciso aquecer”.
Se não a
abrasarmos, se não a nutrirmos, ou se não a albergarmos e protegê-la, com
coisas boas, poderemos acordar, porém, não com ela em festa, pelo contrário,
frangalhada, rompida, desmontada, totalmente em pedaços, vazia de alegrias, carente de felicidades, oca das
boas e sublimes coisas do Amado Eterno.
O autor do
clássico O Corcunda de Notre-Dame, Victor Hugo, nos deixou um pensamento que,
igualmente, se tornou imorredouro, tanto ou até mais que o seu personagem,
Quasímodo. Lembram dele?
Essa
preciosidade que trago a seguir, está em Os miseráveis: “A alma tem ilusões
como pássaro tem asas; isto é o que a sustenta”. Neste tom, minhas caríssimas
amigas e leitoras, aproveitando a deixa e parodiando um Provérbio Iraniano: “a
alma gera a força motriz que renova a fé que carregamos na alma, nos permitindo
destruir qualquer obstáculo que possamos, porventura, encontrar pela frente”.
À boca
pequena, mas aos gritos e aos berros, carecemos retocar, ou inovar, a cada
minuto, a exuberância de São Vicente de Paula. “Antes de ensinarmos às pessoas
a salvarem a sua alma, é preciso permitir a elas viverem em condições tais que
possam saber que tem alma”.
Hoje acordei
com a alma em festa. Alma em festa é quando vocês, em suas orações falam com o
Altíssimo e Ele, em retribuição, lhes escutam, uma por uma, e, ao nos dar
ouvidos, nos concede a graça e a glória de termos a alma em reboliço constante.
Amigas, um
conselho simples e fácil de ser seguido: vivam em paz. Façam o bem. Certamente, todas as manhãs, uma nova carga
de energia positiva se ativará ou se vivificará fortalecida, intensa, opulenta
renovando todas as alegrias que vocês, ou dito de forma mais abrangente: como
todas nós merecemos.
Título e
Texto: Carina Bratt, de Vila Velha, no Espírito Santo, 5-7-2020
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